sábado, 28 de fevereiro de 2009
Lena era minha avó paterna que morava no interior de Mafra – SC , num vilarejo rural chamado Butiá do Lajeado . Ela gostava de contar muitas lendas e causos , leremos alguns abaixo :
A Mulher Que Trabalhou Numa Sexta – Feira Santa
Era a época da Quaresma e eu estava ajudando esta minha avó nas atividades domésticas , quando ela indagou :
- Você sabe por que o serviço de casa nunca acaba para as mulheres ?
Assim falei :
- Não .
- Por que , será ?
Então ela respondeu :
- Há muitos anos atrás , na Antiga Roma , um papa disse que ninguém deveria trabalhar na sexta – feira santa , nem sequer fazer os serviços domésticos .
- Mas uma católica pagã desobedeceu as ordens do papa . Então ela lavou , limpou a casa , tratou os animais , arrumou a horta e tudo isto numa sexta – feira santa .
- O papa , que também era vidente e tinha poderes sobrenaturais , descobriu tudo . Por isto foi até a casa da moça desobediente e exclamou :
- Você trabalhou na sexta – feira santa e por isto todas as mulheres serão castigadas !
- A partir de hoje os serviços domésticos de todas as mulheres do mundo nunca terão fim !
- Terá um dia que , mesmo trabalhando fora , as mulheres terão dupla jornada de trabalho , ou seja , elas trabalharão para seus patrões e também farão as atividades domésticas sem nenhuma folga .
Lenda da Júlia Gomes
Entre as visitas que a minha avó Lena recebia uma destacava – se : era Júlia Gomes , uma senhora com transtornos mentais que andava pelo Vilarejo do Butiá do Lajeado .
Um certo dia perguntei para a minha avó :
- Desde criança esta senhora com problemas neurológicos , a Júlia ,vem visita – la .
- Ela sempre morou aqui ?
- Qual é a história dela ?
Deste jeito minha avó explicou :
- Diz a lenda que Júlia foi abandonada , quando era criança , numa estrada deste vilarejo . Uma senhora vendo a menina perdida a adotou . Porém como a garota sofria de transtornos psiquiátricos , ela não parava em lugar nenhum e vivia visitando os vizinhos ao redor .
- Um certo dia quando Júlia já era adulta apareceu um circo nesta zona rural . Assim esta senhora resolveu visitar os artistas fora do horário das apresentações .
- Naquela época ela veio visitar – me vestindo uma cartola de mágico na cabeça . Mas quando Júlia foi embora ela esqueceu o chapéu em cima da mesa da cozinha .
De noite achei que havia alguém dentro de casa . Por isto saí pelo corredor e dei de cara com um coelho branco . Achei o fato estranho porque não era comum ver coelhos nesta região de Mafra . Assim coloquei o bicho para fora . Meia hora depois avistei um coelho preto em cima do meu cobertor , peguei o animal pelas orelhas e coloquei no jardim . Ao passar pelo corredor vi que a cartola do mágico estava caída no chão , fiquei com medo e coloquei o chapéu na mesa da churrasqueira que ficava fora da casa .
- No dia seguinte fui até o circo perguntar ao mágico se ele tinha perdido uma cartola . O artista disse que sim e expliquei que Júlia , uma senhora com problemas psiquiátricos , trouxe o chapéu até a minha casa . Mas nunca me esquecerei do que o mágico falou :
- O problema é que minha cartola tem poderes sobrenaturais mesmo !
- De vez enquanto surgem coelhos , de dentro dela , nas noites de Lua Cheia .
O Lobisomem do Butiá do Lajeado
Um certo dia fui visitar a avó Lena e perguntei :
- Vó , a senhora conhece alguma história de lobisomem ?
Desta maneira ela respondeu :
- Sim e irei contar :
- Há muitos anos atrás morava neste vilarejo uma mulher que tinha seis filhas . Quando ela ficou grávida do sétimo neném , as pessoas exclamavam para a pobre :
- Cuidado com esta criança , pois se ela nascer menino virará lobisomem !
- Pois é isto o que a lenda diz !
Depois de nove meses nasceu um garoto . Mas ele era tão discriminado pela vizinhança que a mulher deu o moleque para uma irmã , que morava em Curitiba , criar .
Com o tempo as meninas cresceram e casaram .
Um certo dia esta senhora faleceu deixando seu sítio do interior vazio .
Alguns dias depois chegou um rapaz estranho e instalou – se na casa .
Numa noite de Lua Cheia , bem numa sexta – feira , um animal atacou meu galinheiro e comeu algumas aves . No dia seguinte , levantei-me e vi o resto das penosas no chão . Na hora do almoço , aquele moço estranho veio até a minha residência e perguntou :
- A senhora tem um punhado de sal para me emprestar ?
Fui até a dispensa , peguei um saquinho com sal e disse :
- Rapaz é melhor tomar cuidado .
- Pois quem ataca galinheiro nas noites de Lua Cheia e no dia seguinte corre atrás de sal , com certeza , é lobisomem .
Depois daquele dia nunca mais vi aquele rapaz . Algum tempo depois a casa dele foi demolida e o sítio vendido .
Luciana do Rocio Mallon
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Para quem não sabe, a Xepa é uma espécie de liquidação ou "queima de estoque" no final das feiras livres, após o meio dia, quando as barracas começam a serem desfeitas e os preços dos alimentos ficam mais baixos. Com a crise econômica e a alta nos preços dos alimentos, a rotina de quem vai às compras têm mudado, fazendo da Xepa o horário mais frequentado (e obviamente, o mais cheio) nas feiras. Há inúmeras ofertas de frutas, verduras e legumes, com a mesma qualidade do início da manhã. O que muitos não sabem (confesso que eu mesma não sabia) é que este termo tem uma origem um tanto esquisita... (e do qual eu nunca havia ouvido falar). Resolvi fazer uma pesquisa na Web e consegui encontrar a tal história, que vocês conferem abaixo:
"Dizem que na cidade de São Paulo, no final do século XIX, havia uma senhora descendente de italianos apelidada de Dona Xepa. Esta mulher só fazia compras nos finais das feiras, pois os preços sempre baixavam no término do dia. Além disso, ela nunca deixava de pedir desconto. (está vendo por que é tão importante pechinchar)?
Os anos se passaram e Dona Xepa não deixava de ir um dia sequer nos finais de todas as feiras da cidade e assim ela ficou amiga de todos os feirantes. Um dia, ela estava em uma das feiras quando de repente, desmaiou e faleceu. Todos os feirantes de São Paulo compareceram ao seu enterro. Porém, algum tempo depois, alguns comerciantes começaram a ver o fantasma de Dona Xepa no final do expediente, escolhendo produtos e pedindo desconto. É por isso que todo final de feira leva o nome de "A Hora da Xepa."
Beijos,
Mila!
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Todos nós, especialmente na infância, adoramos e morremos de medo daquelas tantas histórias que nos contaram sobre lendas. Eu morria de medo de ir ao banheiro da escola sozinha, porque sempre me lembrava daquele ritual que fazia com que aquela loira aparecesse. Eu me lembro também que existia uma sobre uns quadros que tinham a assinatura de "M Martinelle", ou algo bem parecido com isso, e do homem do saco, que na verdade, foi adaptada na minha província, como a lenda do "Velho Deco". Tenho duas situacões distintas, em que as lendas urbanas agiram, e agem, diretamente na minha crenca.
"Numa rua em que passavamos muito raramente, porque lá morava o "Velho Deco", esse senhor era um homem de uns 60 anos, magro, com ralos cabelos, e usava roupas sempre rasgadas e sujas, e, para fazer com que acreditassemos ainda mais naquela lenda que girava em torno dele, ele vendia sabão pela rua. Aí é que entra a questão, diziam pra nós que ele pegava as crianças na rua, colocava num saco (ele sempre andava com um) E DEPOIS USAVA AS CRIANÇAS PARA FAZER SABÃO."
Eu era criança e morava distante do "centro comercial da cidade". Saíamos sempre em grupo, quando íamos até lá, porque nossas mães não nos deixavam ir sozinhos. Estavamos em três, eu, uma amigo e uma amiga, voltavamos da aula de datilografia. E passamos justamente na rua onde esse senhor morava, passamos até do outro lado da rua, para que caso ele estivesse na casa não nos visse. A rua era inclinada, então tinhamos uma subida enorme (que hoje nem é tão grande assim, mas antes, na nossa percepção do mundo, era) estavamos na metade da subida, quando o menino olha pra trás e diz "corre que o velho Deco tá vindo atrás de nós", meu Deus, me canso só de lembrar, acho que nunca fui tão rapida na minha vida, naquele dia eu vencia qualquer maratona, nenhum queniano chegaria primeiro que eu.
Existe outra, que eu já ouvi inúmeras versões, ao redor da cidade onde nasci, cresci e afins. Tem uma mata, e temos que passar por entre ela para cruzarmos para a cidade vizinha, dizem que nesse trajeto várias pessoas (inclusive o motorista do ônibus que me levava pra facul) dizem que viram uma mulher toda de branco, que quando olharam novamente ela nao mais estava lá. Antigos dizem que uma mulher, que estava prestes a casar-se, sofreu um acidente ali. Razão pela qual ela apareceria.
Eu confesso, que quando passava por lá, à noite, fechava os vidros do carro, rezava, não me atrevia a nem olhar para os lados, tampouco a usar o retrovisor. Meus olhos ficavam imóveis. Nesse caso, eu prefiro não ter certeza se é verdade ou não.
Depois de muito tempo, trabalhei em uma loja de varejo, e o "Velho Deco" ia lá comprar sabão. Descobri que a lenda não era verdade. Mas daí fiquei pensando. O que será que ele faz com as crianças. rsrsrs. A verdade é que eu descobri que ele é uma pessoa, muito interessante, apesar de sua aparêcia um tanto "exótica". E DA LENDA QUE GIRAVA EM TORNO DELE...
Maria Jaqueline
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Há muitos anos atrás uma quadrilha assaltou um banco e levou uma enorme quantidade em dinheiro num carro da marca Gol . Assim os bandidos fugiram para uma estrada do interior . No meio do caminho eles trocaram o automóvel por uma Belina funerária e colocaram a grana dentro de um caixão . Deste jeito eles chegaram a uma cidade do interior , esperaram a madrugada vir e enterraram o caixão num túmulo abandonado que nem sequer tinha lápide . Os marginais fizeram isto para esconder a grana e somente busca – la quando o caso fosse esquecido pela mídia e pelas autoridades .
No dia seguinte o coveiro Zé , um senhor de oitenta anos , nem notou a diferença naquele túmulo . O problema é que todos os dias havia uma figura pitoresca que andava pelo cemitério : era seu Nenê , um senhor com transtornos neurológicos , que incomodava muito o coveiro . Pois Nenê tentava arrombar os túmulos , roubava as flores dos falecidos , atrapalhava as cerimônias de velórios , etc. Esta pessoa , com problemas mentais , vivia dizendo que o cemitério era a sua casa e os espíritos dos mortos sempre falavam com ele .
Naquele dia Nenê disse ao coveiro que um túmulo foi mexido por homens suspeitos . Mas Zé nem deu bola . Então o senhor com transtornos neurológicos pegou uma pá e tentou arrombar o túmulo misterioso . Porém o coveiro viu , chamou atenção do homem e tirou a sua pá . Assim Totó , o cachorro de Nenê , começou a cavar com as próprias patas o estranho túmulo pela madrugada . Naquele instante um homem encapuzado arrombou o túmulo e o caixão sem mexer na grana . Alguns dias depois o cão apareceu com notas de cinqüenta cruzeiros em sua boca . Zé viu e perguntou ao animal :
- Totó , de onde você tirou isto ?
O bicho fez com que o coveiro o seguisse até o local . Desta maneira Zé viu que o túmulo estava cheio de dinheiro , comunicou o fato a polícia e os investigadores descobriram qual era a origem da grana .
Este fato ficou conhecido na cidade como : A Lenda do Dinheiro Roubado Encontrado Em um Túmulo .
Luciana do Rocio Mallon
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Há alguns anos atrás eu tinha uma amiga que fazia doações para um abrigo de crianças carentes com necessidades especiais , localizado na Rua Salgado Filho , na cidade de Curitiba .
Um certo dia fomos juntas até este orfanato , assim doamos roupas e brinquedos . Então , num tom nostálgico , ela me disse :
- Já que você gosta de lendas urbanas quero que você saiba que este lugar possui muitas destas histórias .
Deste jeito exclamei :
- Conta para mim !
Desta maneira minha colega contou :
Reza a lenda que no século dezenove este local era um matadouro de bois .Dentro dele havia um touro negro que ninguém conseguia matar . Na primeira vez que ele foi para a guilhotina , a lâmina caiu . Depois um funcionário tentou atacar o animal com uma faca , mas este homem teve um ataque cardíaco e faleceu naquele mesmo instante . Porém o bicho nada sofreu . Exaustos , os trabalhadores deixaram para matar o boi no dia seguinte .
Quando a secretária abriu o matadouro , viu aquele bovino negro flutuando entre uma fumaça muito branca , com os olhos vermelhos . Assim os funcionários chamaram um padre exorcista que após muita reza fez com que o touro sobrenatural desmaiasse . Porém ninguém teve coragem de matar o animal . Deste jeito um carroceiro ficou com a missão de levar o animal para uma fazenda na zona rural de São José dos Pinhais , região metropolitana de Curitiba . Porém aconteceu um fatal acidente no meio do caminho , onde o condutor e o animal faleceram no local .
Um século se passou e o antigo matadouro virou um orfanato para crianças carentes com necessidades especiais . Dentre elas havia uma menina cujo apelido era Trancinha , por causa do seu penteado . Uma vez esta garota estava cantando a seguinte música :
- Boi , boi , boi ...
- Boi da cara preta ...
- Pegue esta criança que tem medo de careta ...
Então , de repente , apareceu o fantasma de um touro para esta criança e ela começou a brincar com ele . Numa das brincadeiras Trancinha tirou seu casaco vermelho e passou a brincar de toureiro com o animal .
Naquele instante uma das professoras abriu a porta da sala onde a garota estava e indagou :
- Com quem você estava falando ?
A menina respondeu :
- Com o boi preto .
A mestra perguntou novamente :
- Onde ele está ?
A pequena falou :
- Ele sumiu , pois se assustou com o barulho da porta .
Por se tratar de uma criança com necessidades especiais , a educadora não levou a história do boi a sério e afirmou para a aluna :
- Me dê a mão e vamos brincar com o resto da turma .
No dia seguinte , Trancinha estava cantando a música Boi da Cara Preta sozinha , sentada na areia do parquinho , e a professora perguntou :
- Como vai ?
A menina repondeu :
- Vou bem porque estou brincando com o boi negro .
- Quer brincar com a gente ?
Naquele momento a educadora olhou para o lado esquerdo da garota , viu marcas de patas bovinas na areia e ficou assustada .
Naquela mesma noite , esta mestra sonhou que montou num touro negro , que depois de alguns segundos transformou – se em uma montanha de dinheiro . Uma semana depois esta educadora ganhou muitos cruzeiros num sorteio e saiu do seu trabalho .
Alguns dias depois Trancinha faleceu de meningite e após sua morte , as crianças do orfanato afirmaram que viam o espírito da menina montado em cima de um boi preto , com olhos vermelhos .
Este causo ficou conhecido como : A Lenda do Matadouro da Avenida Salgado Filho .
Muito tempo se passou após a minha amiga contar este causo . Ela desencarnou há dois anos atrás de falência múltipla dos órgãos , pois já tinha a idade avançada .
Hoje não existe mais o educandário para crianças carentes naquele local . Pois o orfanato deixou de receber donativos gradativamente . Hoje em dia , quando passo em frente a este lugar sinto um misto de saudade com nostalgia . O problema é que muitos orfanatos desaparecem por falta de colaboradores e ,infelizmente , este fato não é uma lenda urbana .
Luciana do Rocio Mallon
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Um conto familiar
Sempre curti lendas urbanas. Ainda moleca uma das maiores diversões minhas e de meu irmão mais velho era sentar num quarto escuro com os primos e irmãos menores, iluminar o rosto com uma lanterna e aterrorizar os pequenos com histórias que inventávamos ou que alguém havia nos contado. Tinha a clássica loira do banheiro, que havia sido assassinada e voltava para aterrorizar e se vingar.
Já adolescente tinham outra que a galera morria de medo, aquela que você está numa balada se descuida do copo e te dão um “boa noite Cinderela”. Você só acorda no dia seguinte numa banheira cheia de gelo e com uma cicatriz na altura dos rins. Outra versão para a lenda do tráfico de órgãos era de você passar em frente a uma construção abandonada e ouvir o choro de um bebê, ao entrar lá pra resgatar a criança “pimba” você apagava e acordava na tal banheira de gelo, sem rim e com cicatriz.
Mas teve uma história que acabou virando um clássico na minha família. Aconteceu a mais de 30 anos. Morávamos na mesma rua, em casas vizinhas a da minha avó e de uma tia-avó. Sempre estávamos uns na casa dos outros e naquela tarde nos reunimos na casa da minha avó para um café. Minha tia-avó foi com meu irmão mais novo ao mercado que ficava a poucas quadras dali comprar pão. Caminhavam tranquilamente e quando passaram na frente de uma casa, que ficava na mesma rua, uma quadra adiante, minha tia lembrou da vizinha que morava ali estava extremamente doente. Nisso vinha saindo pelo portão da casa, uma bela moça de cabelos longos e pretos. Minha tia parou e perguntou à moça, que ela julgou ser uma das filhas da vizinha pela semelhança física, se a mãe dela estava bem. A moça sorriu e respondeu:
De arrepiar, né?
Besos
Andréa Penteado
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Pesquise e comprove: o motivador maior de todas as cenas de histeria, indo de discretos chiliques a verdadeiras operetas bufas, é o ciúme. E as razões vão desde as mais banais (uma mancha suspeita na camisa) às mais enfáticas (um flagra inconteste de dois na cama). O grande problema está no fato de as cenas de histeria e ciúme ocorrerem muitas vezes devido à subjetividade do quesito traição: alguém, por exemplo, pode ter um rompante de fúria por testemunhar uma inocente conversa do ser amado com uma figura que parece ter sido içada de um ensaio fotográfico da Ford Models. Isso é traição? Para verificar se o seu conceito de traição é o mesmo do ser amado, e para evitar futuras cenas de histeria que pareçam injustificadas para a outra parte, preencha a dois a lista abaixo. Assim, a outra parte ficará bem avisada de o que você considera inaceitável, e entenderá perfeitamente quando se deparar com o estofamento do seu carro retalhado a golpes de salto agulha, ou com a coleção de fotos com seu ex transformada em cinzas no quintal da casa. Claro que a lista não garantirá uma vida a dois imaculada, sem traição ou histeria, porque isso dependerá da índole de sua cara-metade, mas ao menos os critérios de “pulada-de-cerca” ficarão bem demarcados e evitarão desculpas esfarrapadas de que “eu não sabia que você não gostava disso”. Você verá que as possibilidades de se trair sem chegar às vias de fato são muitas. E esqueça a velha saída pela tangente de responder “depende” às questões abaixo, a lei da relatividade tem de ficar na geladeira nesses casos. Use de pragmatismo, pois se for na base do “depende” você poderá até mesmo aceitar a explicação do Bill Clinton de que não traiu sua esposa, conforme dito pelo próprio (“Eu não fiz sexo com a senhorita Lewinski”, lembra?). Pegue sua paixão e comece a marcar.
Para você é traição e motivo de ciúmes:
( ) Exibir foto em traje de banho no Orkut
( ) Enviar por e-mail fotos em poses insinuantes a amigos(as)
( ) Apreciar uma bunda bonita e irresistível que passou insinuante pelo caminho
( ) Comprar revistas de homens/mulheres nus/nuas
( ) Assistir sozinho(a) a filmes pornôs
( ) Masturbar-se pensando em outras pessoas
( ) Visitar sites de sexo
( ) Participar de chats de sexo
( ) Ter conversas picantes ou sugestivas no MSN
( ) Abrir sua vida íntima para amigas(os)
( ) Trocar olhares inconsequentes com pessoas de outras mesas no bar
( ) Vestir roupas que nitidamente atraiam olhares gulosos de pessoas do sexo oposto
( ) Dançar com outra pessoa numa festa de um jeito muy caliente
( ) Fazer ou receber massagem de outro alguém só para relaxar
( ) Frequentar ginecologista ou urologista do sexo oposto
( ) Ficar por horas conversando com aquele(a) novo(a) amigo(a) ao telefone
( ) Sumir na balada e depois ser encontrado(a) conversando com alguém que recém-conheceu
( ) Omitir aventuras sexuais homéricas no passado (ter praticado sexo grupal, por exemplo)
( ) Manter guardadas fotos do(a) ex em casa para apreciar de tempos em tempos
( ) Esconder a sete chaves senhas que dêem acesso a contas de e-mail ou MSN
( ) Carinhos excessivos nos reencontros com o(a) melhor amigo(a)
( ) Resolver começar a participar de um curso de teatro e ter de fazer beijo cênico
( ) Posar nu(a) ou semi-nu(a) para ensaio fotográfico ou outro trabalho de cunho artístico
( ) Ficar pegando caronas com aquela figura que é o assanhamento em pessoa
( ) Frequentar praias de naturismo sozinho(a) ou com amigos(as)
( ) Ter amigos(as) tão íntimos(as) que trocam de roupa uns na frente dos outros
( ) Publicar contos eróticos (e assinados) na web
( ) Escrever contos eróticos fantasiando com outras pessoas
( ) Comprar em sex shop vibrador ou vagina de látex
( ) Tentar chamar a atenção de outras pessoas falando alto, rindo ou fazendo charme
( ) Demorar para chegar em casa sem aviso ou explicação
( ) Deixar outra pessoa (do sexo oposto) passar protetor solar por seu corpo
( ) Sair para comprar roupas com pessoa do sexo oposto
( ) Bancar o(a) terapeuta sexual de pessoas do sexo oposto que pedem conselhos
( ) Falar intimidades com colegas (o quanto a roupa íntima está incomodando, por exemplo)
( ) Participar de brincadeiras indiscretas como o jogo da verdade girando a garrafa
( ) Vestir calça de cós baixo em que apareça cueca/calcinha
( ) Ficar de papo com alguém do sexo oposto em uma festa deixando você de lado
( ) Pedir o Orkut, e-mail ou msn de alguém do sexo oposto que recém-conheceu
( ) Ficar do cochicho com amigos/amigas sem que você saiba o conteúdo da conversa
( ) Dar trela para alguém do sexo oposto que recém-conheceu, deixando você de lado, sob o pretexto de contato profissional, afinidade de assuntos ou mesmo por querer ser gentil.
Existem várias outras formas de gerar ciúme, traição e histeria. Cabe a você ir conversando e ampliando a lista com seu amor. Mas, o principal é que haja respeito e confiabilidade absoluta, daí não há motivo para ciúme, o que evita o sentimento de traição e, por conseguinte, o de histeria.
Mario Lopes
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Que outro esporte é capaz de criar maior histeria coletiva do que o futebol? As pessoas morrem pisoteadas por ele, tiram a roupa por ele, pagam promessa por ele. Aqui vão duas coletâneas de momentos arrebatadores de euforia e ainda uma impressionante entrevista ao vivo com o presidente italiano Silvio Berlusconi, garantindo que Kaká continuaria jogando na Itália - repare no êxtase dos integrantes da mesa, certamente compartilhado por outros milhares (ou milhões) de torcedores. Enfim, quando um esporte é capaz de acionar o principal mandatário de uma nação, como se fosse causa de segurança nacional, e gera delírio por um único homem só porque ele leva jeito com a pelota, é porque essa histeria tem de ter algo muito contagiante.
Comemorações incríveis
Invasão de campo
Kaka fica
Mario Lopes
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
No dia 22 de janeiro de 2009 , uma quinta – feira , fui até a loja C&A da Rua Quinze de novembro em Curitiba . Lá escolhi umas peças para provar . Ao chegar no provador , notei que a funcionária estava mal – humorada e ao me passar as fichas me fez uma cara horrível , como se eu estivesse pedindo algum favor . Quando voltei para devolver as peças , notei que a mesma vendedora estava discutindo com uma colega , então ela perguntou em tom de bronca :
- Vai levar alguma coisa , ou , não ?!
Deste jeito respondi :
- Não porque estas roupas não caíram bem no meu corpo .
Depois ao dirigir – me ao corredor , esta moça fez o seguinte comentário :
- Estas clientes só estressam... Provam e não levam nada ! Só servem para dar trabalho para gente !
Ignorei o comentário e escolhi mais três peças para provar . Retornei ao provador , percebi que a mesma auxiliar de loja estava resmungando , quando uma senhora com dificuldades para andar indagou :
- Será que você poderia chamar outra funcionária para acompanhar – me até o provador ? É que eu , também , tenho dificuldade para enxergar ...
A antipática auxiliar de loja exclamou :
- Esta não é a minha função !
Fiquei indignada com a resposta da auxiliar de provador , esta quando viu que eu retornei ao local , fez uma careta horrível e me deu uma ficha .
Como eu estava com pressa , depois de provar as roupas , não tive tempo de colocar as peças no cabide , e , entreguei – as para esta funcionária que gritou :
- Colocar as roupas no cabide é a sua obrigação !
Fiquei indignada com a falta de educação desta funcionária e procurei uma supervisora para relatar o fato .
Aqui é bom lembrar que em tempos de crise é preciso tratar bem o cliente , treinar e escolher bem os funcionários . Pois quando um freguês é mal atendido ele comenta com os vizinhos , com os amigos e em vários meios de comunicação , como jornais e Internet .
É por isto que eu prefiro comprar roupas nas lojas de descendentes de árabes da Rua Pedro Ivo a comprar roupas em lojas famosas . Porque nos estabelecimentos de “ patrícios “ sempre fui muito bem atendida , o que não acontece numa C&A da vida .
Luciana do Rocio Mallon
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Então vamos à pesquisa, e ao resultado dela. Na verdade, vou expor aqui o pouco que já explica tudo...
Histeria (do francês hystérie, e deste do grego ὑστέρα, "matriz") é uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade emocional. Os conflitos interiores manifestam-se em sintomas físicos, como por exemplo, paralisia, cegueira, surdez, etc. Pessoas histéricas freqüentemente perdem o autocontrole devido a um pânico extremo.
Exatamente isso, PESSOAS HISTÉRICAS FREQUENTEMENTE PERDEM O CONTROLE.
Eu já imaginava isso, ate porque já perdi o cotrole em inúmeras situações. A verdade é que, presenciar isso, ao lado, sendo o telespectador... é foda!!!
Eu sempre procuro pensar, que as coisas não nos acontecem por acaso, que tudo tem uma razão de ser (isso é um pouco maçante, sobretudo porque acredito que a maioria de nós cresce ouvindo e lendo isso, nos livros de auto ajuda, rs).
Eu também sempre procurei olhar além das situações (muito embora, não consiga sempre); estou falando essas coisas porque tenho tentado, nossa e como tenho, tirar alguma lição do que tenho vivido nos últimos dias (e com longo horizonte). Tenho procurado pensar que Papai do Céu está querendo mostrar-me algo, aproveito aqui para dizer a Ele, que já entendi e já aprendi a lição, tá, Papai do ceu?
Pois é, amigos, faz uma mês que lancei-me num desafio de sair do país para aprender nova cultura, e, sobretudo, um novo idioma (desafio esse que a princípio tenho como proposta agregar o idioma à minha faculdade), mas para isso eu necessito trabalhar, e é bem nisso que eu quero chegar. Tive muito sorte, ou não... que, assim que cheguei, já encontrei trabalho. Estou trabalhando mais que puta (com todo o respeito do mundo), mais que estagiária, mais que qualquer coisa que minha simplória mente possa aqui colocar, a verdade é essa, e outra verdade ainda maior é que, passado esse mês, eu pude compreender a razão pela qual eu encontrei tão facilmente essa mulher precisando de "auxílio" ( que inocência a minha). Foi muito breve os meus dias de ilusão, e agora que vejo a verdade, é que essa criatura, Deus meu... é o ser mais louco que eu já conheci na minha vida (e olha que já conheci muita gente louca, e que eu tenho meus momentos de glória), mas essa... é a verdadeira doida de pedra, a mulher é histérica sem fim.
Eu ficaria aqui, discorrendo ate amanhã as loucuras dos destemperamentos dessa pessoa, porque sao inúmeros.
Ela tem uma filha, filha essa que é a cruz da vida dela. Nossa, essa mulher no telefone com a filha, eu não consigo escrever aqui, não consigo colocar em palavras o que são os ataques dessa criatura, ela grita, gesticula, senta, põe a mão na cabeça, chora, fala que vai se morder toda... pára o carro na rua, e chora de novo, diz que tá com "rarva" (o termo que ela mais usa, rarva) e eu ali, do lado, com cara de paisagem, rezando silenciosamente, para que o carro dela, passe bem longe de qualquer outro.
Outro dia, ela no celular, para variar gritando, para variar , com a filha...
Ela me pergunta: Você sabe onde está meu celular?
Eu disse a ela: Está com você.
Isso ela com o fone no ouvido.
Ela disse: Não, não está.
Eu, serenamente ( mas louca de vontade dar um de esquerda nela), insisti: Está sim, você está usando ele.
Finalizando...
Todos os dias, eu acordo aqui, e penso que é um sonho...
Mas nao é. Não é... rsrsrsrs...
Beijos, sem "rarva"...
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Meu passatempo predileto é escrever textos na Internet . Mas na vida real , eu já fui uma balconista , que já se deparou com as situações mais inusitadas . Aqui , também , é importante destacar que sou uma pessoa : sonhadora , romântica , fiel e que sempre sonhou em receber um buquê com rosas vermelhas . Sempre quando assisto ao programa Big – Brother , eu me lembro da época em que eu trabalhava em loja . Pois , entre as funcionárias sempre rolavam : fofocas , intrigas , brigas e barracos , aliás muitos barracos . Por isto , nesta crônica , resolvi contar sobre um barraco muito interessante que aconteceu , numa das lojas em que trabalhei . Os nomes das personagens reais serão trocados aqui . Porém , o acontecimento descrito aconteceu realmente . Em 2001 , eu trabalhava numa loja , que ficava em frente a Praça Carlos Gomes e bem ao lado do Jornal Gazeta do Povo , no centro de Curitiba . Esta loja era um estabelecimento que vendia as seguintes coisas : roupas femininas , masculinas e infantis ; artigos de : cama , mesa e banho . Lá , existiam muitas funcionárias : Elizângela , Eliane Paula , Elizabeth , Raquel , Daniele ... Porém , a mais assanhada era a Eliane Paula . Esta vendedora tinha um noivo muito apaixonado , que sempre a tratava bem . Ela até ganhou um anel de noivado muito precioso deste seu pretendente . O problema é que Eliane traia o noivo com os clientes . Sempre quando aparecia um cliente do sexo masculino , esta vendedora fazia questão de atender , num fogo , que nem sequer tinha o trabalho de disfarçar . Quando o cliente era bonito , Eliane sempre passava seu cartão de vendedora com o telefone da loja mais com o telefone de sua casa , que ela fazia questão de anotar atrás deste papel . Um certo dia , um cliente desconhecido apareceu na loja . E como sempre , Eliane correu para atende – lo . Os dois se olharam num fogo ardente . Então , o rapaz pediu para que Eliane mostrasse todos os tipos de toalhas que existiam na loja . Então , a vendedora mostrou os objetos pedidos , mas fez questão de dar em cima deste cliente. No final , do atendimento , este freguês não levou nada , apenas o cartão de Eliane com o telefone da loja e o telefone da sua casa . No dia seguinte , de tarde , apareceu um mensageiro com um buquê de rosas nas mãos .Eu , como sou uma sonhadora boba , perguntei ao mensageiro :
- Estas rosas são para mim ? Meu sonho é receber rosas vermelhas de um homem apaixonado
Então , o mensageiro perguntou :
- Você é Eliane ?
Assim , eu falei :
- Eliane , é a vendedora morena , que está no balcão de trás .
Deste jeito , Eliane recebeu as rosas . Então , Elizângela , a vendedora mais fofoqueira , pegou o cartão das mãos da companheira , leu e falou :
- Eliane , este cartão não é do seu noivo !
Assim , Eliane falou , com uma cara de brava :
- Isto é para quem pode e não para quem quer !
Ao ouvir isto , eu refleti sobre aquela situação e pensei :
- Por que os homens só tratam bem , estas mulheres vulgares , como Eliane ?
Depois de algum tempo , acabou o expediente e eu fui chateada para casa .
Antes de dormir eu pensei :
- Poxa , eu sempre fui carinhosa e fiel ... Por que será que os homens nunca me trataram bem ? Por que só mulheres vulgares como Eliane ganham rosas vermelhas , vigorosas e cheias de desejo ?
No dia seguinte , peguei o ônibus e cheguei até a loja para trabalhar.Depois , vi Eliane chegar com uma cara de doente . Ela chegou com um mau – humor , me olhou com cara feia e disse :
- Foi você !
Então , abobada , eu perguntei :
- Fui eu ? Eu , o que ?
Deste jeito , ela falou :
- Foi você que ligou para o meu noivo e falou sobre as rosas que eu recebi do cliente ? !
Assim , eu falei :
- Não fui eu , porque eu nem sequer tenho o telefone do seu noivo .
Então , a gerente Lis , chegou e perguntou para Eliane :
- O que aconteceu afinal ?
Deste jeito , Eliane disse :
- Ontem eu recebi rosas de um cliente . Mas , meu noivo estava me esperando no terminal de ônibus , coisa que ele nunca faz . Então , ele me viu com as flores e me deu um tapa na cara ... Tudo isto foi culpa da Luciana , que com certeza deve ter telefonado para o meu noivo , me delatando !
Assim , eu falei :
- Dona Lis , isto é mentira ! Pois , eu nem tenho o telefone do noivo desta maluca !
Então Eliane , continuou , com a sua insanidade :
- Você fez isto , porque seu sonho é receber rosas e você nunca conseguirá . Afinal , você é horrível , sem graça e incapaz de gerar tesão em alguém .
Deste jeito , ofendida , falei :
- Eu não disse nada para o seu noivo . Mas , deveria , porque você é vulgar , sai com os clientes e engana o coitado !
Após esta frase , a gerente resolveu parar com aquela discussão , dando tarefas diferentes para as duas funcionárias , que estavam com os nervos alterados . Naquele dia , ao chegar em casa , me lembrei das palavras de Eliane , comecei a chorar e a pensar :
- Acho que ela realmente tem razão , eu sou feia e sem graça . Por isto , nem é bom eu sonhar com rosas vermelhas e com um amor digno .
Alguns meses se passaram , então a vendedora Elizângela brigou com os donos da loja e confessou todas as confusões que ela armou . Inclusive , esta vendedora confessou que foi ela quem ligou para o noivo de Eliane , falando das rosas que ela recebeu do cliente . Bem , hoje , esta loja em que trabalhei , não existe mais . No lugar dela , há uma galeria de arte . Eliane voltou para o noivo , hoje está casada e trabalha numa loja de roupas femininas , comandada por uma senhora coreana . E eu ...Eu continuo sonhando com rosas vermelhas e com um amor de verdade . Enquanto isto não chega , eu me divirto escrevendo textos na Internet e procurando um outro emprego como balconista . E com você , leitor , já aconteceu algo semelhante ?
Luciana do Rocio Mallon
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Seguindo a mesma linha do último post, foi inevitável não pensar novamente nos artistas para escrever meu post hoje: as celebridades mais escandalosas.
Eu sempre fui histérica, em determinadas situações da minha vida, principalmente no colégio (já armei briga na frente do cursinho) e depois eu e outra menina fomos apelidadas de “FIGTH” por uma sala de cursinho com 300 alunos que gritavam este nome quando entravamos na sala. Mas isso não se compara quando vejo algumas artistas que tem de tudo na vida e ainda assim saem na mídia com a cara queimada de tanto que armam vexame. Mas vou refrescar a memória de vocês (apesar de que algumas são inesquecíveis).
Brithney Spears – a loira pop star já entrou no mar de calcinha e sutiã, agrediu fotógrafos com sombrinha, raspou a cabeça. Com 25 anos teve dois filhos e foi e voltou de várias clínicas de reabilitação.
Paris Hilton - Essa sem comentários né?A mulher é puta de rica e puta de outras coisas também (se deu ao trabalho de participar de vídeos eróticos na internet). Também já foi presa por 22 dias por dirigir com carteira apreendida (estava alcoolizada).
Lindsay Lohan – Já se internou para 45 dias de tratamento e saiu com um detector de álcool afivelado ao tornozelo, mas lógico, voltou a beber. Já perseguiu um carro e foi pega pela polícia com cocaína no bolso da calça.
Amy Winehouse - They tried to make me go to rehab, I said, "No, no, no”! (impossível não lembrar dessa né?) Mas parece que não teve jeito, de um jeito ou de outro e ela já teve sim que ser internada por overdose por ter consumido uma quantidade cavalar de bebidas e drogas. Já teve doenças como anorexia e bulimia. Já foi encontrada na rua de sutiã e chorando, e além de tudo isso, esta perdendo todos os dentes.
Todas estas e escandalosas artistas já marcaram páginas e páginas de jornais e revistas com suas fotos escandalosas e seus comportamentos histéricos. Dá até dó delas de certa forma porque não deixam deter seus talentos, mas pior que sabendo disso eu fico aliviada de certa forma, pois quando penso que sou histérica tem gente provando que é muito pior por aí. E põe pior nisso. Querem que eu prove o que eu disse?
Beijos (não muito escandalosos!)
Bianca Silva
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Depilação, o mal necessário.
Gente, não tem como, para mim a palavra histeria sempre vai lembrar de depilação.
Minha incursão a esse mundo de cera quente, cola, estica e puxa começou bem cedo. Desde muito nova sempre tive que recorrer ao método pra me livrar dos tais pelinhos indesejáveis. A estréia foi num famoso centro de depilação com meus 14 anos e minha mãe ao lado, claro. Chegou a minha vez e ela falou pra depiladora, pode fazer perna inteira e saiu da sala, me deixando ali pronta para tortura e eu com a maior cara de paisagem sem ter noção que ia acontecer comigo dentro de poucos minutos. A moça foi super gentil, me pediu pra tirar a roupa, deitar na maca e saiu da sala. Voltou poucos minutos depois com um tipo de leiteira de alumínio cheia de uma coisa marrom com cheiro muuuito estranho. Pegou uma espátula de madeira, passou coisa marrom e aplicou em toda extensão de uma das pernas, perguntou se a temperatura está boa, falei que sim e então sem cerimônia deu um puxão repentino e eu soltei um berro que o pessoal da recepção correu pra sala junto com a minha mãe pra ver se eu tava viva. Não me lembro de ter vivido outro momento de histeria como esse, perdi completamente o controle, queria dar na cara da depiladora e sair correndo. Minha mãe, com sua diplomacia habitual me convenceu a tentar de novo, que o resultado era tão bonito, que agora não ia doer tanto. Resumindo, saí de lá só com a parte da frente de umas das pernas depiladas e amaldiçoando minha mãe por ter me levado pra essa sessão de tortura.
Apesar do início traumático, com o passar do tempo aderi ao método, que apesar de tudo é o que pra mim apresenta o melhor resultado. É, mãe tem sempre razão.
Sendo assim, já presenciei nesses centros outras tantas cenas hilárias como a minha ocorrida na minha adolescência. O caso de uma mulher que já era cliente, mas gritava e xingava tanto que as depiladoras tiravam no palitinho pra ver quem iria atendê-la. Uma adolescente que foi embora com a cera ainda grudada na pele, vestiu o shortinho e picou a mula com a mãe atrás em pânico. E eu achando que eu tinha dado vexame.
Teve uma vez que uma gringa chegou e pediu uma depilação estilo “brazilian biquini”, onde a virilha é super depilada e saiu andando igual cowboy de filme.
Agora teve um acontecimento que eu testei meu sangue frio. Minha depiladora, a mesma a mais de 15 anos, estava depilando meu buço quando derrubou a espátula cheia de cera sobre meu cabelo. Pânico, histeria, da minha parte? Não, da parte dela. Nunca tinha visto aquela criatura doce e calma tão histérica. Tentei acalmá-la e fui conversando com ela pra ver como deveríamos agir. Por sorte no mesmo lugar funcionava um salão de cabeleireiros e foi numa tarefa conjunta de profissionais que eu saí de lá com todos os fios da cabeça no lugar. Até hoje, anos depois, se ela lembra da história diz que tem palpitações do susto que levou.
E por causa dessas e outras histórias que vira e volta comento com amigas, foi que uma delas me mandou há algum tempo um texto hilário tirado da internet, do qual não sei a autoria.Divirtam-se
“TENTA SIM, VAI FICAR LINDO!” Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope. - Vai depilar o quê? - Virilha. - Normal ou cavada? Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada? Mas já que era pra fazer, quis fazer direito. - Cavada mesmo. - Amanhã, às… Deixa-me ver… 13h? - Ok. Marcado. Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava? Coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba! Vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas. - Querida, pode deitar. Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte. - Quer bem cavada? - …é… é, isso. Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes. - Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda. - Ah, sim, claro. Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça). - Pode abrir as pernas. - Assim? - Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado. - Arreganhada, né? Ela riu. Que situação! E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o SAMU. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais. - Tudo ótimo. E você? Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas. - Quer que tire dos lábios? - Não, eu quero só virilha, bigode não. - Não, querida, os lábios dela aqui ó. Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo. - Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail. - Olha, tá ficando linda essa depilação. - Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta”. Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça. - Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá? - Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada. Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir. - Vamos ficar de lado agora? - Hein? - Deitar de lado pra fazer a parte cavada. Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens. - Segura sua bunda aqui? - Hein? - Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria: - Tudo bem, Pê? - Sim… sonhei de novo com o cu de uma cliente. Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto. - Vira agora do outro lado. Porra, por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina. - Penélope, empresta um chumaço de algodão? Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente. - Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha. - Máquina de quê?! - Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol. - Dói? - Dói nada. - Tá, passa essa merda… - Baixa a calcinha, por favor. Foram dois segundos de choque extremo. “Baixe a calcinha…”. Como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável. - Prontinha. Posso passar um talco? - Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha. - Tá linda! Pode namorar muito agora. Namorar…Namorar? Eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei anti-depilação cavada. Queria comprar o domínio preserveasbucetaspeludas.com.br! É, mulher sofre!
Besos,
Andréa Penteado
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Foi diagnosticado pouco antes de completar dois anos de idade, quando já balbuciava as primeiras palavras. A menina não enxergava as cores como nós. Mas era um tipo raríssimo de daltonismo. Havia modificações radicais nos padrões cromáticos, sendo que já no maternal encontrou dificuldades nas aulas de pintar e até mesmo no convívio com as outras crianças. O oftalmologista tentou explicar aos pais:
- Lembram que quando vocês eram crianças apontavam o verde e diziam que era roxo e vice-versa? Pois então, para esta menina isso vai durar a vida toda. Terá sempre olhos de menina. Vocês verão que a parte escura dos olhos dela, que popularmente chamamos de “menina dos olhos”, na verdade não é escura: é de um tom âmbar que embaralha todos os cromatismos antes de chegarem à leitura do cérebro. E a grande diferença é que quando somos crianças o que erramos é o nome das cores, já ela enxerga realmente as cores de outro jeito. Vocês terão de aprender a lidar com a situação.
As mestras e os coleguinhas ficavam pesarosos pela menina que enxergava errado. Mas, com o tempo, perceberam de forma acachapante que ela era a mais feliz de todas as crianças, seja no colégio ou no conjunto residencial onde morava. Isso porque seu mundo tinha um colorido muitíssimo mais vivaz.
Para ela, o cinza se transformava em azul celeste, e assim todos os dias eram para a menina dias de tempo bom.
O preto se tornava laranja, e por isso os velórios eram aos seus olhos uma estranha festa de gente ao mesmo tempo elegante e com jeito de palhaço.
O marrom tomava a energia de um verde oliva encantador, tingindo-lhe de grama o caminho que os outros amaldiçoavam por ser de barro e sem calçamento.
O vermelho ganhava matizes de tom rosado quebrando sua agressividade peculiar e fazendo os filmes de terror parecerem patrocinados por alguma fábrica de iogurte de morango.
As transparências adquiriam uma pigmentação de groselha, fazendo a menina perceber as lágrimas como refresco que vertia dos olhos.
Tudo que era pálido passava para dourado, sendo que quando seus primos ficaram adoentados ela ajudou em sua recuperação por adorar visitar e brincar com os “meninos de ouro”.
A fuligem e a sujeira puxavam para o lilás e o amarelo ovo, atraindo a menina para junto das crianças de rua que viviam abandonadas à própria sorte.
E todas as cores faziam festa aos seus olhos desde que abria as pálpebras ao amanhecer até quando as fechava fitando para o teto falsamente alaranjado do seu quarto. Familiares e educadores começaram a se preocupar com tanto êxtase pela vida, mesmo em paisagens e circunstâncias tão repugnantes ao olhar. Os psicólogos e neurologistas passaram a desconfiar que, além da anomalia da visão, a menina poderia ter algum distúrbio mental. Mas, como o caso era uma aberração pouco conhecida da medicina, ninguém se arriscava a dar um diagnóstico definitivo sobre a questão. Também não havia cura ou cirurgia, nem ao menos perspectiva de algum dia se criar pesquisas sérias a respeito, já que se prestariam a atender um em cem milhões de seres humanos (ou mais). O jeito foi conviver com o “problema”.
A menina cresceu, se tornou uma adolescente muito sociável mas pouco aceita, às vezes tornando-se motivo de zombaria por não saber distinguir as cores ou por ter um jeito todo peculiar de se vestir, nunca andando na moda e apelando para padrões visuais um tanto insólitos. Diziam que seus trajes eram inconvenientes, com cores que refletiam mau agouro, mas ela nunca entendeu aquelas observações em tom de denúncia, visto que sempre estava de bom humor e os dias sorriam para ela. Suas diferenças de leitura visual também contagiavam as paredes de seu quarto e se refletiam até na escolha da cor de seu notebook (comprou justo aquele que se acumulava no estoque: o modelo marrom com cinza, total fracasso em vendas).
Claro que uma garota tão diferente também haveria de ter sua vida afetiva comprometida. Chegou à idade adulta tendo colecionado escassos relacionamentos com outros meninos, pois poucos eram os que se arriscavam a tentar a sorte com uma garota gótica: é o que pensavam dela ao ver seu batom cor de fuligem (que para ela era de um lilás encantador) e suas roupas de tons mórbidos.
Num certo dia, andando pelo centro da cidade, viu caminhar ao longe, vindo em sua direção, um homem como nunca havia encontrado antes. Não era um homem, e sim um anjo. Seu corpo todo brilhava de um dourado arrebatador. Ela não teve como não abordá-lo. Tímido e sem entender o olhar hipnotizado da jovem, o homem dourado a cumprimentou e foi educado e gentil. Ao ponto de trocarem telefone, saírem e se amarem sem demora.
O romance logo chegou ao conhecimento dos pais, que ficaram absolutamente aturdidos na noite em que conheceram o rapaz. Na verdade, seu corpo inteiro havia sido atingido por um tipo extremamente agressivo de vitiligo, que descamou toda a sua pele, deixando à mostra a parte mais abaixo da epiderme, marcada por uma palidez tão crua e opaca que o tornava cadavérico aos olhos das pessoas comuns. Mas não aos de sua amada, que o via como um ser dourado que magnetizava suas pupilas.
O casal tratou de proibir o namoro, visto que a filha não poderia se relacionar com um ser tão repugnante. Para romper com sua dependência financeira, ela conseguiu emprego em uma fábrica de bebidas, trabalhando na inspeção visual da linha de envasamento: conseguia detectar facilmente corpos estranhos dentro das garrafas retornáveis, pois o vidro era âmbar como a cor de suas pupilas, ficando assim quase invisível de tão transparente.
Passou a morar em um quartinho de pensão. Via o namorado quase que só aos finais de semana, pois ele trabalhava duro em uma serigrafia e mal tinham tempo para se encontrar. Ao apreciar os produtos de uma ambulante que vendia camisetas e bijuterias em frente à fábrica, a garota teve uma idéia para aumentar seus ganhos: ofereceu-se para desenhar estampas e imprimi-las, deixando-as à venda com a mulher e ganhando um percentual nos lucros. A proposta foi aceita. Ela desenhou então diversas ilustrações, sempre tendo como tema seres das trevas, pois lhe pareciam os únicos capazes de entendê-la. Vampiros e criaturas da noite surgiam em cenas festivas, e seu namorado dourado as imprimia em silk screen, sempre em camisetas de tecido escuro.
As vendas foram um total fracasso, pois todos achavam o visual por demais bizarro. Exceto um marchand que casualmente caminhava pela calçada onde a ambulante estacionara sua Brasília. Comprou todo o lote de camisetas com a condição de saber qual o telefone da autora daqueles desenhos tão inusitados.
O marchand convidou a menina das pupilas âmbar a pintar para ele. Entregou-lhe pincéis, tintas, cavalete e telas e pediu que se empenhasse, prometendo voltar em duas semanas. Foi o tempo suficiente para ela aprender a brincar com todos aqueles até então desconhecidos objetos de pintura. Negligenciou quase que por completo as chamadas cores quentes, optando por usar das matizes escuras e tons pastel. Passados 14 dias, lá estava o marchand admirado com o conjunto de obras que prometera exibir em uma vernisage que abalaria a cidade.
De fato, a exposição foi concorrida. A menina das pupilas âmbar e seu namorado dourado foram alvo de inúmeras fotos, ambos amedrontados com tamanho assédio. Formavam um casal dos mais chamativos, ela por suas roupas sombrias, ele por sua pele alva como lençol. No dia seguinte, estampavam as páginas das colunas de artes dos jornais. As pinturas haviam sido vendidas na mesma noite. As encomendas chegaram aos borbotões. Todos queriam uma nova aquarela da garota que deu ao mundo uma nova forma de enxergar felicidade a partir de tons obscuros e sujos.
Em pouco tempo, a publicidade passou a ser influenciada. Designers do mundo todo tiveram de rever todos os seus conceitos de equilíbrio e harmonia. Cromoterapeutas tiveram de tirar seus livros das prateleiras e repensar as formas pré-concebidas de causa e efeito das cores no humor das pessoas. Estilistas entravam em síncope ao ter de reinventar da noite para o dia toda a moda verão que em pouco tempo estreariam nas passarelas.
Conhecida agora mundialmente como “a menina das pupilas âmbar”, ela só queria sossego ao lado de seu amor. Naquele momento, já tinha dinheiro suficiente para sustentar um sonho antigo dos pais: o de financiar uma pesquisa exclusiva sobre seu distúrbio de visão. Viu que não tinha mais vida privada e que se escasseara o tempo para seus verdadeiros prazeres: o de apreciar o céu azul anil dos dias cinzas, pisar no verde do barro e visitar as coloridas crianças das incolores repartições de hospitais e órgãos de proteção à infância. Resolveu que seu dom estava se tornando maldição – como tanto afirmavam no passado e que só agora, que estava em triunfo, ela conseguia perceber. A vida era realmente estranha para ela, pois o escuro e o claro trocavam de posição até mesmo nos conceitos de ascensão e queda.
Decidiu que já vivera o suficiente vendo o mundo de maneira diferente dos demais. Recebeu de seu amor dourado o apoio para investir tudo o que havia ganho em uma arriscada e inovadora cirurgia que tornaria sua visão igual à das pessoas ditas normais.
Viajou para um país distante, passou dias sendo submetida a diversos testes até chegar a data agendada para a cirurgia. Depois de muitas horas, saiu do centro cirúrgico com as pálpebras cobertas por gaze e esparadrapo, ficando assim em seu apartamento no sofisticado hospital por quase uma semana. Ao ser retirada a bandagem, quase não reconheceu o universo ao seu redor. Aliás, quase não reconheceu seus próprios pais. Aos poucos sua visão foi desembaçando e revelando um mundo muito diferente do que estava acostumada a contemplar. Mas seu maior choque não foi a confusão cromática e sim a ausência do homem que amava. Os pais lhe entregaram uma carta assinada por ele, na qual afirmava que precisava partir, que ela não o aceitaria quando o visse como ele verdadeiramente era. A menina dos olhos outrora âmbar se desesperou, pensou em cogitar com a equipe médica se não havia também alguma cura cirúrgica para o vitiligo, mas então se recordou que gastara todo o seu patrimônio em sua própria operação. Foi quando se deu conta de que seu namorado realmente a amava, pois aceitou a decisão dela mesmo sabendo que isso significaria seu afastamento para sempre.
Ela chorou o marrom do pouco âmbar que restava em seus olhos e passou dias de uma recuperação dolorosa, que mais corroía o coração do que a frágil retina que se recompunha e se retraía com os estímulos luminosos que vinham da janela. Pela primeira vez ela entendeu o que a moça do tempo queria dizer com “tempo ruim” no noticiário. Adaptou-se pouco a pouco a um mundo opaco que fazia fenecer até mesmo suas melhores lembranças.
Retornou de viagem e tentou esquecer seu amor voltando a se relacionar com as tintas. Só que não pintava mais como outrora. Seus quadros deixaram de ter a provocação inquietante das trevas em festa, da obscuridade extasiante. Eram agora como os demais quadros que todos conheciam. O marchand que a descobrira agora se envergonhava de suas obras. Os compradores sumiram, nunca mais recebera convite para expor em nenhuma vernisage. Para os artistas convencionais, místicos, estilistas, carnavalescos e diretores de arte aquilo era um alívio. Poderiam enfim retornar à segurança de seus conhecimentos acadêmicos, às suas convenções práticas, às suas associações simplistas, ao conforto de seus conceitos herdados sem esforço. O vermelho voltara a combinar com o azul, e o branco mais uma vez era a cor da paz e transmitia pureza e relaxamento. Ninguém mais haveria de colocar em xeque aquelas definições milenares.
A menina de olhos normais caminhava pelo centro da cidade para tentar se distrair. Já quase esquecera dos tempos em que tinha as meninas dos olhos de cor âmbar. Distraída, agora ela pouco reparava nos outrora chamativos meninos e meninas de rua. Percebeu que também estava sem cor por dentro e que precisava fazer algo. Diante de um pote no chão que esperava por uma doação, arremessou uma moeda. Agradecido, homem-estátua então lhe esticou gentilmente um chapéu contendo diversos bilhetinhos com mensagens para que escolhesse um aleatoriamente. Fechou os olhos, tateou entre os papelotes, desdobrou um e leu a seguinte frase:
“Não há mérito algum em se apreciar o belo” - Clarice Lispector.
Foi então que voltou-se ao homem-estátua todo pintado de dourado e, mirando fundo em seus olhos, descobriu que acabara de reencontrar seu anjo de vitiligo.
Mario Lopes
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Alguns compositores e instrumentistas tentaram transformar cores em sons. E os diretores de videoclips e roteiristas, por sua vez, buscaram transformar os sons em imagens. O interessante que pode ser observado nos clips abaixo está na fuga da obviedade, ou seja, no clip de “Pink” a coisa que você menos verá é o cor-de-rosa, o mesmo valendo para os demais. E nem por isso (ou por isso mesmo) o efeito deixa de ser instigante e coerente. Veja as músicas, ouça as cores.
Pink – Aerosmith
Yellow – Cold Play
Blue – A Perfect Circle
Black – Pearl Jam
Violet – Hole
Green Grass – Cibelle
Brown Skin – India Arie
Infra Red – Placebo
White Wedding – Billy Idol
Silver And Cold – A. F. I.
Mario Lopes
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Em Curitiba a prefeitura está realizando uma obra chamada Linha Verde , cujo o principal objetivo é transformar uma parte da BR – 116 em asfalto urbano , onde deverão passar novas linhas de ônibus .
Tamanha obra está causando um grande ti – ti – ti na cidade inteira . Tanto que semana passada , fui ao cabeleireiro e ele comentou comigo :
- Depois da famosa Linha – Turismo e desta Linha Verde bem que poderiam inventar a Linha Cor – de – Rosa ...
- Já pensou :
- Uma Linha Cor – de – Rosa ?!
- Ela poderia funcionar assim : somente às quintas , às sextas e aos sábados . Seus ônibus rosados sairiam a partir das 22 : 00 e seriam recolhidos às 8:00 da manhã do dia seguinte . O trajeto seria interessantíssimo : o veículo passaria nas portas de todas as boates GLS , da cidade , que são muitas .
Após este comentário dei uma risada .
Alguns dias se passaram e recebi a seguinte mensagem no meu correio – eletrônico :
“ Criativas Conduções – Um Novo Sistema de Transportes
Depois da implantação da lei – seca , nunca mais saia da balada dirigindo bêbado !
Ligue para nós , da Criativas Transportes , que um dos nossos veículos deixarão você são e salvo na porta de sua casa . O esquema é o seguinte :
Se você freqüenta baladas vips , chiques e caras chame a nossa van prateada , cinco estrelas , pelo telefone : XXXX – XXXX .
Se o seu negócio é freqüentar bailes funks e bailões populares ligue , para a nossa “ kombi “ preta , pelo número : XXXX – XXXX .
Se você freqüenta forró , gafieiras , casas de samba e pagode telefone para o nosso automóvel amarelo : XXXX – XXXX .
Se você só vai às festas de família chame o nosso carro branco : XXXX – XXXX .
Se você freqüenta boates GLS telefone para a nosso ônibus cor – de – rosa , pelo número : XXXX – XXXX .
Após ler esta última parte , me assustei e li de novo :
- Boates GLS ?!
- Ônibus Cor – de – Rosa ? !
Logo pensei :
- Avisarei ao meu cabeleireiro que a Linha – Cor – de – Rosa já existe . Não é um projeto da prefeitura , mas o importante é que esta linha é real .
Afinal nas épocas de crise é que a imaginação do empresariado fica fértil .
Luciana do Rocio Mallon
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
A potencialidade das cores passou a ser conhecida, nos tempos atuais, após a descoberta de uma construção no Egito batizada com o nome de "Palácio das Cores". É tal a profusão de luzes coloridas ali que os historiadores desconfiaram que a razão para a existência daquela luminosidade, não seria meramente decorativa.
Um cientista indiano chamado Ghadiali foi o primeiro a fazer as constatações científicas que trouxeram ao mundo moderno o uso da Cromoterapia. A conclusão dos seus estudos foi que a cor é uma frequência vibratória da luz do sol; que as vibrações das cores afetam o organismo humano e podem ser usadas para curar. Falar de cromoterapia é olhar para muito além das vibrações emanadas pelas cores, e suas funções sobrepõe a impressão de que a mesma ajuda apenas a equilibrar o organismo ou na cura e prevenção de doencas.
LARANJA
AMARELO
VERDE
Maria Jaqueline
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Em 1979, eu tinha cinco anos de idade e frequentava o jardim-de-infância. Um certo dia, a professora disse:
- Agora vamos conhecer os significados das cores: o branco é a paz, o verde significa esperança, o laranja é a cor da inteligência, o amarelo traz energia, o vermelho é a paixão, o rosa é a cor da fantasia e a cor violeta significa harmonia.
Então pensei:
- Que aula legal! Cada cor tem um segredo!
Mas dentro do ônibus, sentei-me perto de duas senhoras: uma loira e outra morena. A morena falou para a loira:
- O cara encostou a faca na minha barriga e gritou: “Dona , me passa a carteira”! Então amarelei e fiquei branca de medo...
Depois a loira comentou:
- Se eu fosse você teria ficado violeta. Afinal polacas quando estão com medo ficam roxas e como sou descendente de poloneses...
- Com tanta pressão tive que dar o meu dinheiro. Mas de repente surgiu um policial e o ladrão saiu correndo com a minha carteira. Daí dei aquele sorriso amarelo, aquele que surge na boca quando a gente não acredita no fato que aconteceu, e agradeci ao meu herói. Porém, disse que o bandido tinha levado a minha grana e que por isto estava verde de raiva. E o policial exclamou: “Agora fiquei vermelho de vergonha! Se eu aparecesse mais cedo...”.
Depois de escutar este papo cheguei em casa e pensei:
- Se branco é a cor da paz, como uma pessoa pode ficar branca de medo? Se vermelho é a paixão como alguém pode ficar vermelho de vergonha? Ora, uma vez meu pai me disse que quem tem vergonha não se apaixona. Se verde é a cor da esperança, como uma criatura pode ficar verde de raiva?
Naquele mesmo momento, liguei a televisão e apareceu uma cena de um homem que estava nervoso, de repente ele começou a ficar verde e virou um monstro. O nome dele era Incrível Hulk.
Assim pensei:
- Nossa! Agora descobri como alguém fica verde de raiva! Será que todos os adultos são como o Incrível Hulk?! Bem no caso deste monstro ele fica verde de raiva e também de esperança. Afinal, ele é um super herói.
Então coloquei num outro canal, cujo tema era erros de gravação. Assim, apareceu o momento em que uma atriz loira escorregou e ficou muito vermelha. Logo pensei:
- Agora entendi o que é ficar vermelho de vergonha!
Deste jeito sintonizei o aparelho em um outro canal e vi um jogo de futebol. Na metade da partida, um jogador ficou paralisado com a bola. Desta maneira o locutor exclamou:
- O jogador amarelou!
Assim pensei:
- Nossa já aprendi o que é amarelar num jogo, ficar verde de raiva, vermelho de vergonha... E quanto à confusão das outras cores... O que devo fazer?! Já sei: perguntarei para a minha professora amanhã!
No dia seguinte indaguei à mestra:
- Professora, ontem a senhora explicou sobre o significado das cores, né?!
Ela disse que sim com a cabeça e eu continuei:
- Então me diga: se branco é a cor da paz, como uma pessoa pode ficar branca de medo? Se o amarelo é a cor da energia, por que um sorriso amarelo é sem graça? Se violeta é a cor da harmonia, como alguém pode ficar violeta de pânico?
A mestra respondeu:
- Contarei uma historinha para vocês: há milhares de anos existia na Grécia uma deusa chamada Íris que tinha asas nas cores do arco-íris. Naquela época o mundo era preto e branco. Um certo dia observando a Terra de longe ela falou: “este mundo está muito chato só com duas cores. Por isso, jogarei as minhas asas no planeta Terra e este lugar ficará colorido”. Mas Zeus, o chefe dos outros deuses, chegou para ela e disse: “se você fizer isto o mundo ficará mais colorido. Porém haverá um problema: cada cor criará vida própria e terá duas personalidades. Por exemplo: a cor laranja que significa inteligência também representará a loucura. A cor amarela que é energia também significará decepção. A cor rosa que é ternura pode representar a força feminina que é capaz de abalar muitas coisas. E assim por diante...”. Íris nem deu bola para as explicações de Zeus e jogou suas asas coloridas ao mundo. Assim, o planeta ganhou cores novas e ficou muito colorido.
Ao chegar em minha residência sintonizei o rádio e escutei, pela primeira vez, este trecho de uma música de Rita Lee:
“- Por isso não provoque é cor de rosa choque...”
Logo refleti:
- Agora entendi o que Zeus quis dizer quando afirmou que: “a cor rosa que é ternura pode representar a força feminina que é capaz de abalar muitas coisas”. Muito tempo se passou e, hoje, toda vez que fico com ódio, minha pele torna-se esverdeada graças à minha bílis enfurecida, mas pouco a pouco ela dá espaço ao tom verde da esperança. Toda a vez que me apaixono dois tons de vermelho tomam conta do meu rosto e da minha alma: o carmim da vergonha e o bordô da paixão. Sempre quando fico com medo minha face fica pálida. Porém, quando percebo que o pânico já passou é o branco da paz que invade o meu espírito.
Luciana do Rocio Mallon