Sento em algum cantinho invisível e fico lá longe, só observando. Não dá pra ter pressa, e tem que ser algum lugar desses que passa tanta gente, tanta gente, que ninguém te nota...
Logo aparece alguém que me interessa. Primeiro fico imaginando a história daquela pessoa. Através das roupas que a pessoa usa, do livro que carrega de baixo do braço, dos pedaços de tatuagens que aparecem, enfim, sempre acho algum elemento que parece me ajudar a “inventar” a trajetória de vida.
Dia desses foi o senhorzinho sanfoneiro. Devia ter uns 72 anos. Ele tocava aquele acordeon com tanta paixão e cuidado que eu tinha vontade de levantar a aplaudir de pé. Acho que prestei atenção em todos os detalhes. Mas foram os pés que me prenderam a atenção. O modo como aqueles sapatos de verniz tão bem lustrados batiam no chão, ritmados com as notas que os dedos rápidos tocavam. O sapato parecia refletir todas as luzes do mundo.
Foi aí que saquei minha 400 mm e comecei a registrar. Parecia uma criança, ria sozinha, feliz de registrar aquele momento.
Sabe que grandes fotógrafos falam que não é certo você ser “ladrão de imagem”, que você tem que pedir pra pessoa, avisá-la que vai fotografá-la. Pra mim, em alguns casos, não funciona. A cena natural morre. As pessoas ficam tensas. Então, prefiro continuar sendo uma ladra... Sentar lá longe e roubar cenas e guardá-las só pra mim...
Logo aparece alguém que me interessa. Primeiro fico imaginando a história daquela pessoa. Através das roupas que a pessoa usa, do livro que carrega de baixo do braço, dos pedaços de tatuagens que aparecem, enfim, sempre acho algum elemento que parece me ajudar a “inventar” a trajetória de vida.
Dia desses foi o senhorzinho sanfoneiro. Devia ter uns 72 anos. Ele tocava aquele acordeon com tanta paixão e cuidado que eu tinha vontade de levantar a aplaudir de pé. Acho que prestei atenção em todos os detalhes. Mas foram os pés que me prenderam a atenção. O modo como aqueles sapatos de verniz tão bem lustrados batiam no chão, ritmados com as notas que os dedos rápidos tocavam. O sapato parecia refletir todas as luzes do mundo.
Foi aí que saquei minha 400 mm e comecei a registrar. Parecia uma criança, ria sozinha, feliz de registrar aquele momento.
Sabe que grandes fotógrafos falam que não é certo você ser “ladrão de imagem”, que você tem que pedir pra pessoa, avisá-la que vai fotografá-la. Pra mim, em alguns casos, não funciona. A cena natural morre. As pessoas ficam tensas. Então, prefiro continuar sendo uma ladra... Sentar lá longe e roubar cenas e guardá-las só pra mim...
Mônica W.
Um comentário:
Ei, Mopi, então quer dizer que além de voyeur você é pedólatra? hehe
Beijo e muito legal ver a sagacidade com que você vislumbra sua própria arte.
Charlie
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