quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Não Há Como Separar A Vida Profissional Da Vida Pessoal



Uma das utopias que existem em nossa sociedade é pensar que há separação entre vida pessoal e profissional. Este pensamento é uma fantasia traiçoeira.
Há um mês, uma professora baiana foi flagrada num show bêbada e dançando a música "Tudo Enfiado", onde o cantor ergueu o seu vestido e enfiou sua calcinha para dentro. A coreografia foi filmada e colocada na Internet. No dia seguinte, todos os alunos da mestra estavam sabendo do ocorrido e ela foi despedida.
Alguns dias depois uma policial militar que estava fazendo a segurança do espetáculo do cantor Daniel foi intimada por ele a subir no palco, a dançar com e a fazer coreografias com algemas. O show também foi filmado e colocado na Internet. No dia seguinte, a policial teve problemas na corporação.
Nos anos 70, na Europa, havia um advogado sensato e competente que, de noite, fazia espetáculos como transformista. Mas a sua identidade era mantida em segredo graças à maquiagem bem feita. Um certo dia, sua ex-esposa, desconfiando que estava acontecendo algo diferente com o seu ex-companheiro, seguiu o antigo marido e descobriu seus shows. A moça fotografou o advogado se maquiando no camarim e dançando vestido de mulher. Então o caso estourou nos jornais. Como, naquela época, havia bastante preconceito, o advogado acabou perdendo muitos clientes.
Estes casos provam que não é possível separar a vida pessoal da profissional. No caso da professora, ela possui uma profissão “vocacionada”, sendo exemplo para jovens e crianças. Lembro-me que, nos anos 80, encontrei um professor meu bêbado e rebolando ao som da música da cantora Gretchen numa festa. A notícia se espalhou e, no dia seguinte, a classe toda perdeu o respeito pelo mestre. Já na situação da policial, ela é inocente, pois, através das filmagens, é possível ver que o cantor Daniel pegou a moça desprevenida e ela não soube como reagir. Mesmo assim, este ato trouxe transtornos na profissão dela, pois ela não estava a paisana e sim a serviço.
A vida pessoal e a vida profissional estão tão ligadas uma a outra que, no ano de 2007, quando fui chamada para trabalhar em uma rede de lojas famosas, no primeiro dia de treinamento mandaram as novas funcionárias tomar cuidado com a vida particular. Além disso, as orientadoras disseram que era proibido usar o uniforme fora da hora do trabalho. Pois já houve casos de funcionárias irem para a balada com o uniforme da empresa, o que gerou muitos transtornos.
Não há como separar a vida profissional da vida pessoal, afinal não é possível cortar o ser humano ao meio sem tirar-lhe a própria existência.


Luciana do Rocio Mallon

2 comentários:

Anônimo disse...

Polêmico, hein, Luciana. Em termos de conteúdo, concordo contigo em gênero, número e grau, quem fica se tansmutando ao transitar entre o profissional e o pessoal é mesmo um duas caras, ninguém consegue cumprir com essa cisão, somos o que somos, e se mudamos estamos é, na verdade, apenas disfaçarndo. Por outro lado, seria complicado eu ir numa reunião com cliente vestindo meu kimono do karate; ou ir num show vestind um blaser. Enfim, acho que há hora e local para nossas outras facetas, porque encaramos personagens nos diversos locais nos quais transitamos. Só não podemos nunca deixar de ser nós mesmos.
Beijo e continue com posts polêmicos porque o legal mesmo é debater. E, já diza Nelson Rodriges, que toda unanimidade é burra. :-)

Mario

Leandro ''UK'' Costa disse...

ei, gostaria de citar sua postagem no meu resumo de pesquisa expandido na faculdade, você mesma quem o digitou ou copiou de algum lugar?
se for de sua autoria, me autorizaa usar? lhe darei os devidos créditos
SEM FINS LUCRATIVOS