Meus Dias
Os meus dias foram quase todos passados entre lençóis
Os lençóis sempre amassados
O amasso geralmente prolongado
Um prolongamento interminável
Vivendo a antítese de um término previsto
Pois as coisas boas são assim, acabam.
As ruins também, mas levam mais tempo.
A representação mais verossímil do que pode ser a minha vida amorosa, é o meu quarto.
Quase sempre tropeço nas coisas que eu mesma deixei cair pelo chão
Minhas gavetas transbordam inutilidades que não tenho coragem de me desfazer
Meus lençóis já ficaram sujos por todo tipo de líquido
E bato cinzas em um coração de porcelana.
É tudo tão desorganizado, e ainda que eu tente colocar alguma ordem, é inútil.
Haverá sempre coisas desconexas, largadas ao chão, objetos descartáveis, sujeira e cinzas por toda parte.
Serei sempre viciada nos prazeres mais secretos, que as vezes revelo
Nas frases inacabadas, acrescentando sempre meu próprio final
Nos amores que me deixam calos nos olhos
Nos sorrisos presos nas pontas dos dedos
E nos pensamentos, que quando calados, exalam pecado.
Jéssica Ferreira
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Te entendo... adorei! bjo
Postar um comentário