Troca de desejo
Morta viva, assim podemos classificar Samanta. Mas o mundo da voltas e quando ela menos esperava...
Uma cliente que ela estava prospectando a chamou para irem juntas em um evento da GM. Boa oportunidade para estreitar laços. Só assim mesmo para tirá-la de casa.
Após algumas micagens de sua quase cliente, Patrícia não satisfeita a convida para jantar no Taj. Barzinho da moda da capital paranaense.
Mais de quarenta anos, separada e com filho pequeno, pensa Samanta: - É deve ser difícil de ela ter companhia e uma oportunidade de badalar. Ok, não me custa nada. Vou acompanhá-la. Após comerem um belíssimo prato japonês, Patrícia sugeriu que elas fossem ao barzinho para a azaração. Lá chegando olhares, dúvidas, sorrisos e Patrícia não se conteve e impulsivamente dirigiu-se até o charmosos desconhecido, para saber de onde o conhecia. Pois tinha certeza que ele tinha sido seu advogado.
- Agora esta ficando de mais. Mico atrás de mico, assim não dá pensou Samanta, sem saber onde colocar a cara com a atitude da amiga em plena noite Curitibana.
Dois segundos depois Patrícia chama a Samanta para apresentar os rapazes e ela se dá conta que conhecia o amigo de Cláudio. Júlio tinha sido muito gentil com ela em um comércio não fazia uma semana.
Tudo favorável para uma noite agradável. Os quatro conversaram regados por uma garrafa de gin. O clima é que, a cada olhar parecia mais pesado. Patrícia enlouquecida, não media esforços para se atirar em Cláudio. Cláudio nas brechas que tinha discretamente declarava-se a Samanta. E o tempo ia esquentando no passar das horas. Noite a dentro, o quarteto não se largava. Hora de tirar o carro da garagem, Cláudio levantou-se para ir buscá-lo e Patrícia se ofereceu par ir junto.
- Melhor não. Esta frio lá fora e você esta de salto, se eu for sozinho irei mais rápido. Incisivo Claúdio se livrou do bote.
Ele mal deu as costas e Patrícia encheu Júlio de perguntas sobre a ficha completa de amigo.
- Cala a boca Patrícia. O Júlio é amigo dele, vai contar tudo. Seja discreta ao menos uma vez. Mas nada segurava Patrícia.
Torpedos apaixonados eram enviados a Samanta. A noite passava e Cláudio nem dava bola a Patrícia, pois seu objetivo estava bem ao lado. Samanta era sua presa.
Situação constrangedora essa. Patrícia desejava Cláudio que desejava Samanta que queria prestar serviço a Patrícia.
O bar fecha e os recém amigos eram obrigados a procurar outro lugar para continuarem suas tentativas de conquistas.
Babilônia foi o destino. Bar 24h, refúgio dos boêmios curitibanos.
Patrícia grudada em Cláudio que insistia para que Samanta ficasse a seu lado. E de tanta insistência,na força que fazia para mostrar seus dotes, Samanta foi caindo em seu encanto e olhando-o com uma percepção mais apurada.
- É até que ele é gatinho. Inteligente, trabalhador, gostosão, bem de vida... E assim sucessivamente Cláudio conseguiu despertar desejo em Samanta. A situação do proibido, do não poder magoar a colega que claramente desejava o mesmo que ela, que era desejada por ele, mas que respeitava o desejo de Patrícia e pior, que queria sua conta é que era o "X" da questão.
Por que não amanhã? Pensou Samanta. Era uma solução viável, assim os dois matariam suas vontades e não precisariam magoar Patrícia, que claramente estava sobrando ali.
Papo vai, vinho para dentro e os raios de sol começavam a brilhar. Hora de ir embora. Cláudio discretamente diz a Samanta para ela não dormir que ele iria buscá-la logo que deixasse Júlio em casa.
Samanta fervia por dentro. Uma sensação de proibido sem traição. Uma bagunça de sentimentos a envolvia até que, o ok foi sinalizado para Cláudio.
Patrícia levou-a embora reclamando que estava voltando para casa sem dar um beijo na boca. Samanta só pensava no banho que ia ter tempo de tomar e na roupa que iria colocar. O invernos curitibano não ajuda muitos nestas horas de paquera.
Trinta minutos depois Cláudio liga para Samanta descer que ele a espera. Beijos ardentes os levaram ao motel. Sono, cansaço, trabalho, reuniões e responsabilidades não existia no dicionário do casal ardente de paixão, que não dormiu e nem trabalahou para satisfazer o seu desejo.
Samanta nunca pensou em se tolir da forma como fez a noite toda em respeito ao sentimento de uma conhecida. Nunca imaginou que poderia se sentir pulando uma cerca sem ter culpa no cartório.
Verônica Pacheco
quinta-feira, 19 de junho de 2008
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3 comentários:
Nos dias atuais é muito bom saber que o romantismo ainda causa "tremores" rsrs... Gostei dessa!
Beijo
Verô, como o Taj foi eleito já pela segunda vez consecutiva (pela Veja O Melhor De Curitiba) o melhor lugar para paquerar, vou sugerir que os caras mudem a porta de entrada por uma cerquinha. ;-)
Beijo.
Charlie
Nelson querido, obrigada pela leitura! Certamente causa tremores. Ao menos com a nossa geração. Os novatos não sei não, eles me parecem muito moderninhos, mas até em relacionamentos efêmeros e de origens não muito distintas, acredito que os corações batem para valer.
***
Mario, você é ótimo! Nem acordei ainda direito e já estou a beira de um ataque de risos. Obrigada pela sua genealidade!
beijos aos dois
Verô
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