segunda-feira, 1 de junho de 2009

Não debaixo do meu teto


Mariana estava cansada, dois filhos adolescentes que não lhe deixavam em paz, não entendia o porque de tanta perturbação, não era tão difícil entender suas proibições, afinal ela só queria o melhor para os seus filhos. Deitada em sua rede lembrou de sua adolescência, quando ela e sua mãe vivam em pé de guerra, por coisas tão banais. Nunca entendera sua mãe, o que havia de tão errado em sair de casa depois das 20h? E por que tanta implicância com o namorado que escolheu a profissão de músico? Amava sua mãe, mas nunca a entendera. Quando decidiu ser escritora levou uma bronca por não pensar no seu futuro. Lembrava de sua mãe dizendo:
- E vai viver de que? Isso não dá dinheiro, por que você não pode ser como todo mundo?
E assim foram longos anos, até que decidiu seguir os conselhos de sua mãe, não por eles serem os melhores, mas por não aguentar mais aquelas mesmas broncas. Desistiu de ser escritora, casou e teve dois filhos, quando crianças eram adoráveis, ela mandava e eles com um bico obedeciam, mas agora, na adolescência de ambos, eles não tentam nem ao menos entendê-la. Por que eles não entendem que ela só quer o melhor para eles? Por que eles não podem entendê-la como ela entendeu sua mãe? Mas ela não havia entendido sua mãe, só cansado, então seria mesmo isto o melhor para eles? Decidiu não opinar mais, deixar que eles vivessem suas vidas. Levantou-se, tomou um copo de água, e... Quem era aquela menina subindo em direção ao quarto do seu filho? Tudo bem, vocês poderão viver as suas vidas, mas não enquanto estão debaixo do meu teto.
- Hei mocinha, onde você pensa que vai?...

Pais e Filhos

Os deuses, se os há,
Estão confusos.
Como adivinhar
Por onde vamos?
Apreensivos,
Ficam a observar
O tortuoso caminho
Que tomamos.

Entristecidos se vão,
Porque partimos,
A distância aumenta
E não voltamos.
Pais sequiosos que são
Indagam, sofrem:
-Que será dos filhos
Que amamos?

Não há mais volta, agora que saímos,
Adolescente humanidade que tateia.
Ignoramos o que vemos e ouvimos,
Enredados neste mundo, nossa teia.
Brincamos desatentos e seguimos
Por tardes que a Noite já margeia.

E os deuses põem-se a pensar
Que será do porvir, do amanhã?
Terão coragem para sonhar
Uma nova alegria, ainda que vã?
Que é a de ter filhos e os amar
Para perde-los à vida e ao seu afã?

Deuses há ou deuses houve,
Porque freqüentemente deles precisamos,
Seja do obsequioso pai que nos ouve,
Seja da compadecida mãe que amamos,
Dada a oportunidade que nos aprouve.

Uriel da Mata



Ingrid Moraes

2 comentários:

Anônimo disse...

Legal, Dirgni. Que a gente saiba sempre romper esse ciclo vicioso, porque isso que você descreveu é bem comum. E obrigado pela homenagem. ;-)
Beijo.

Mario

Anônimo disse...

gostei flor, arrasou.
talvez aconteça o mesmo comigo, e com metade da nossa geração .
Enfim, deixa eu ir que minha mãe tá me mandando sair do pc =(

HA (fim da piada)
huashuahsua
beijos flor

Leticia