A primeira de muitas
Beatriz, Bianca e Lucia combinaram de se encontrar às 20h no mesmo bar de sempre. Lucia e Bianca encontrariam-se antes e depois iriam juntas ao local.
O bar já era conhecido: poucas pessoas, mal chegavam e o dono já ia colocando a cerveja na mesa delas – isso porque Lucia era seu affair. Na verdade era um boteco mesmo.
As três já se conheciam há algum tempo. Trabalhos diferentes, mas o destino as uniu. Primeiro a amizade foi entre Lucia e Beatriz. Bianca sempre foi a mais reservada. Era de poucas palavras.
As três já se conheciam há algum tempo. Trabalhos diferentes, mas o destino as uniu. Primeiro a amizade foi entre Lucia e Beatriz. Bianca sempre foi a mais reservada. Era de poucas palavras.
Hoje em dia todos já se acostumaram com ela:
“Mas eu sou assim!” – dizia ela. “É, sabemos, male mal dá oi para nós quando chega, imagine para os outros”, dizia Lucas que às vezes fazia parte do grupo.
“Mas eu sou assim!” – dizia ela. “É, sabemos, male mal dá oi para nós quando chega, imagine para os outros”, dizia Lucas que às vezes fazia parte do grupo.
Naquele dia fazia muito frio em Curitiba... (novidade...). Beatriz já estava no bar antes da hora combinada. Enquanto isso, Lucia e Bianca iam caminhando até lá comentando “putz, ainda bem que é para nos divertirmos, se não já tinha desistido de vir”.
Chegando ao tradicional bar, Pedro (filho do dono), já preparava a cerveja, de preferência das três, colocando na mesa com os copos e dois cinzeiros. Nessas horas, Bianca fumava. Era a mais chata para essas coisas, nunca tinha cigarro, sempre filava de alguém e dizia “juro que vou te pagar um maço semana que vem”. Lógico que não pagaria. Essas coisas sempre são ditas para amenizar a culpa.
“E aí, como estava no serviço hoje, Beatriz?” – já chegou questionando Lucia.
“Ai, então, sabe aquele cara que falei para vocês? Fiquei com ele, mas só beijo!”
“Já é um começo!”, diz empolgada Bianca.
“É, mas ele tem namorada, inclusive nesse momento está com ela”.
“Ai, então, sabe aquele cara que falei para vocês? Fiquei com ele, mas só beijo!”
“Já é um começo!”, diz empolgada Bianca.
“É, mas ele tem namorada, inclusive nesse momento está com ela”.
Fez-se um silêncio na mesa enquanto as três procuravam um isqueiro para acender os cigarros.
Quando Lucia achou, Bianca já soltou o verbo:
“Ixi... mal começou, já começa a pensar nisso... tá na hora de largar o piá”.
“É, você não pode se apaixonar pelo cara, Beatriz. Você já sabia disso quando começou a ficar com ele?”
“Já” – disse entre baforadas, “mas ele é tão querido, me defende na frente dos outros”.
Bianca, sem pensar, solta um “ai, que fofo”, seguido de um olhar severo de Lucia.
Quando Lucia achou, Bianca já soltou o verbo:
“Ixi... mal começou, já começa a pensar nisso... tá na hora de largar o piá”.
“É, você não pode se apaixonar pelo cara, Beatriz. Você já sabia disso quando começou a ficar com ele?”
“Já” – disse entre baforadas, “mas ele é tão querido, me defende na frente dos outros”.
Bianca, sem pensar, solta um “ai, que fofo”, seguido de um olhar severo de Lucia.
Recuperada, Bianca comenta: “É, mas se você já sabia que ele tinha namorada, trate de comportar-se como a outra e não se prenda só a ele, isso ajuda”.
“Justamente” – enfatiza Lucia.
“Justamente” – enfatiza Lucia.
O silêncio se fez. Enquanto isso, do outro lado do bar, chega Alberto, amigo delas também.
Alberto é um cara que sempre tinha uma história de uma mulher que ele ficou para contar. Era o olhar masculino do grupo.
“Vê mais um copo para mim, Pedro, por favor!”
Alberto é um cara que sempre tinha uma história de uma mulher que ele ficou para contar. Era o olhar masculino do grupo.
“Vê mais um copo para mim, Pedro, por favor!”
Mal ele chega na mesa e as três começam a importuná-lo: “Quem é a vítima da vez, hein?”
“Ai, parem, acabei de voltar de férias, estava na casa dos meus pais, tranquilo”.
“Ahã, sei” – faziam coro.
“E a Sabrina?”
Era só falar esse nome que Alberto ficava vermelho.
“Não tive notícias dela”.
E as três começavam a imitá-lo quando via Sabrina: olhos fixos no andar, piscadinha quando ela olha.
“Orra! Mulher é fogo! Ela é gostosa, mas não tem cabeça, sabem, e um cara como eu tem que aproveitar quando têm chances com essas menininhas de 20 e poucos anos, não é Beatriz?”
“Ai, parem, acabei de voltar de férias, estava na casa dos meus pais, tranquilo”.
“Ahã, sei” – faziam coro.
“E a Sabrina?”
Era só falar esse nome que Alberto ficava vermelho.
“Não tive notícias dela”.
E as três começavam a imitá-lo quando via Sabrina: olhos fixos no andar, piscadinha quando ela olha.
“Orra! Mulher é fogo! Ela é gostosa, mas não tem cabeça, sabem, e um cara como eu tem que aproveitar quando têm chances com essas menininhas de 20 e poucos anos, não é Beatriz?”
Ele sempre tentava essas indiretas com Beatriz, que ficava louca da vida enquanto Bianca e Lucia caiam na gargalhada.
“Mas sério, meninas, já que vocês tocaram no nome dela, ela é dominadora sabe?” E as três se entreolharam prevendo o que estava por vir.
E continuou: “quente na cama, não se cansa, é linda, é uma daquelas meninas que não se dá nada, mas quando se conhece, meu Deus!”
“Sério, Bianca, aquele dia que almoçamos juntas, eu, você e o Alberto, ele não parou de falar dela!”, disse Lucia, interrompendo Alberto.
“Tá, mas eu já estou em outra...”
“Sei, até você vê-la”, diz Beatriz.
“Mas sério, meninas, já que vocês tocaram no nome dela, ela é dominadora sabe?” E as três se entreolharam prevendo o que estava por vir.
E continuou: “quente na cama, não se cansa, é linda, é uma daquelas meninas que não se dá nada, mas quando se conhece, meu Deus!”
“Sério, Bianca, aquele dia que almoçamos juntas, eu, você e o Alberto, ele não parou de falar dela!”, disse Lucia, interrompendo Alberto.
“Tá, mas eu já estou em outra...”
“Sei, até você vê-la”, diz Beatriz.
E os quatro caem na risada, sabendo que a noite de histórias de tempos de convivência iria longe.
Giana Liebel
Giana Liebel
Um comentário:
Parabéns pela estreia, Giana. Que realmente seja a primeira de muitas. Beijo.
Mario
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