sábado, 14 de novembro de 2009

Príncipes E Sapos



Quando príncipes se tornam reais, eles perdem o encanto.
Uma amiga me lembrou: “Nos apaixonamos pelos príncipes e eles se transformam em sapos...”
Mas este príncipe não se transformou em sapo.
Ele perdeu o encanto mesmo antes do auge da história.
Então valos lá...

Quando brincava com suas bonecas de pano, Sara sonhava com um belo príncipe de olhos azuis, que aparecia em suas fantasias montado em um belo cavalo branco. Como ela nunca ganho bonecos, suas bonecas sempre tinham um príncipe fictício, eles juravam amor eterno e eram felizes para sempre.

Ela cresceu, como muitas meninas procurando príncipes. Encontrou muitos sapos pelo caminho, em alguns até investiu, pois a esperança é a única que morre e, no fundo, ela nutria a expectativa que ele poderia se transformar em seu esperado príncipe, mesmo que os olhos não fossem azuis.

Um dia ela viu um príncipe real, inacessível, mas de carne e osso, e passou a sonhar que ele um dia ao menos pudesse olhá-la, saber que ela existia. Era um ser utópico, de beleza única e presença inconfundível. Mas muito distante de sua realidade, muito fora de seu alcance, ela assim julgava.

Mas Sara amadureceu, viu que homens são homens e príncipes tinham que se ater aos contos de fada. Mesmo assim, às vezes se permitia sonhar com seu ser utópico. Mas a vida dá muitas viradas, umas ginadas surpreendentes - quando ela percebeu, em uma dessas viradas, ela passou a conviver com o tão admirado príncipe.

O que podia ser um conto de fadas virou uma decepção. Os olhos azuis escondiam uma personalidade nada digna de um nobre, pelo contrario ela percebeu que a aparência de príncipe escondia um ser repugnante.

Sonhar é bom e os contos de fada nos fazem, desde crianças, pensarmos que precisamos de um homem másculo, de olhos azuis e sorriso apaixonante para sermos felizes. Isso não é verdade. Sara me mostrou mais uma vez que os contos de fada devem ser reinventados, que as histórias que nos doutrinam desde crianças não dizem a verdade.

Homens são homens, sapos são sapos e príncipes simplesmente não existem.


Heloísa Garrett

2 comentários:

Anônimo disse...

Ô, Helo, quanto ceticismo. Claro que príncipes existem. E o Príncipe Chales e o Príncipe Andrew são o que?! Na verdade, seria legal se essa situação de não existirem "príncipes" fosse encarada como uma descoberta e não com uma desilusão. Da parte dos homens também ocorre a ilusão de encontrar a tal da "mulher perfeita". É uma cretinice dessa turma, mesmo porque são justamente os mais imperfeitos que querem essa musa impossível. Então, saiamos do castelo, homens e mulheres, e assumamos que temos defeitos e queremos alguém assim também, uma pessoa complicada e perfeitinha como na música dos Raimundos, e que "era tudo o que eu queria".
Beijo, Helo.

Mario

Karime disse...

Helo, esta frase não é minha, mas só se desilude quem um dia se iludiu. E serve o chapéu prá mim.
Príncipes não existem, mas existem pessoas reais a procura de outras pessoas reais.
;)
Bjos