AS PULADAS DE CERCA
DA MINHA VIDA...
Traição é um assunto muito complicado pra mim. Já passei por tantas situações de pular a tal cerca e de namorados que pularam que, com o passar do tempo, fui elaborando diferentes teorias. Vou tentar aqui colocar um pouco de cada dessas fases, mas, sem chegar a conclusão nenhuma. E convido você, caro(a) leitor(a), a me ajudar a concluir essa tese com a sua opinião. O que acha?
Sempre fui namoradeira (risos). Comecei cedo, com uns 14 anos. Nessa época namorei um menino da escola, super ciumento. Eu era uma santa, só tinha olhos pra ele, que tocava na noite e comia todas as menininhas. Enquanto isso, eu dormia em casa, já que meu pai raramente me deixava sair por causa da idade. No final do namoro, quando eu tinha 16 anos, descobri que ele me traiu com um monte de meninotas, e pior: uma mais feia e burra que a outra. Lembro de uma japonesa feia, bem gordinha, com a cara cheia de espinha. Eu, modéstia à parte, era linda. Essa foi a minha primeira experiência com as “cercas” da vida. Nessa época, achava que as pessoas só traiam por que não gostavam do parceiro (ilusão romântica de uma adolescente).
A segunda experiência foi lá pelos 16 e poucos anos. Uma paixão avassaladora tomou conta de mim. O nome dele era Eduardo. Como a música... Eduardo e Mônica... Mas, ele namorava fazia alguns anos. Fui a outra, pela primeira vez na minha vida. Ele dizia que gostava de mim, mas, não terminava com ela porque eu era livre demais e ele sabia que eu nunca seria só dele. Um meninote super machista que queria exclusividade quando não fazia o mesmo por mim. Pode? Conclusão, quando ele largou dela pra ficar comigo, me apaixonei por outro.
Meu terceiro relacionamento talvez tenha sido o que mais me fez aprender e amadurecer. Era louca por ele, começamos a namorar quando tinha acabado de fazer 18 anos, e ficamos juntos por sete anos. Fomos noivos e chegamos a comprar um apartamento juntos. No começo ele me traiu com uma ex-namorada e talvez tenha sido a pior traição da minha vida, algo que me machucou tanto que até hoje lembro com riqueza de detalhes. Afinal, foi na minha frente (aff!). Mas foi aí que aprendi a perdoar. Depois de uns quatro anos de namoro, percebi que mesmo amando podia sentir atração por outros caras. Isso foi um balde de água fria na minha cabeça. Algo que não soube lidar. Resumindo, traí o meu noivo. Com um cara do escritório, por pura curiosidade, pra ver como era e por vaidade também, claro. Pior foi manter a história com essa pessoa por alguns meses, não porque gostava dele, mas porque gostava das coisas que ele me escrevia por e-mail (sim, sou louca, tenho total consciência disso). Sei que não conseguia me perdoar por causa disso, o que levou meu namoro a esfriar de tal forma... que fui obrigada a acabar com o noivado. Saí dessa relação com o pensamento de que somos seres bígamos por natureza e que não podemos querer ter somente uma pessoa, que relações monogâmicas são uma imposição sócio-cultural, coisa que incutem em nossas mentes e que é pura hipocrisia nossa achar que somos capazes de manter um “casamento” aos moldes da igreja.
Em seguida me envolvi com um menino bem mais novo que eu. Com esse pensamento, de que éramos seres livres e que cada um tinha a sua vida, que não queria exclusividade. Mas, ele era um menino lindo e acabei presenciando outros relacionamentos que ele tinha, o que me deixou super confusa sobre minhas idéias libertárias. Apesar de querer aquilo, comecei a achar utopia conseguir ser tão livre assim, e tão desapegada das pessoas.
Sei que depois que terminei esse namoro (de sete anos) não queria namorar com ninguém, tinha um medo terrível de me envolver demais. Não queria essa exclusividade, essa coisa da pós-modernidade, sabe? Que é tudo superficial demais, que manter algo duradouro é difícil demais e requer muito esforço. Não estava preparada pra tais “envolvimentos”.
Enfim, tenho três livros que ajudaram a formar meus pensamentos no decorrer das minhas experiências amorosas, o primeiro: “Ame e dê Vexame”, um clássico do Roberto Freire que fala sobre como amar em uma sociedade capitalista, que engrandece o consumo, fazendo com que o autoritarismo da sociedade nos aprisione de tal forma que não nos permitamos viver o amor na forma mais livre e em sua totalidade. O segundo livro (por ordem de leitura) foi “O demônio e a senhorita Prym” (sim, gente, eu já li Paulo Coelho, risos). Mesmo não gostando dos outros livros do autor e da forma pedante com que ele trata alguns assuntos, gostei muito do enredo desse livro. A história, em resumo, fala sobre a cobiça, o medo e a ganância através da história de um estrangeiro que chega a uma pequena cidade que vive sem violência há muito tempo. Segundo uma moradora, o tal estrangeiro é o demônio. Enfim, demônio ou não, ele faz uma proposta à senhorita Prym (outra moradora): oferece barras de ouro à pequena comunidade se algum morador cometer um assassinato. O estrangeiro quer, com isso, conhecer a resposta para sua eterna pergunta: o homem é, na sua essência, bom ou mau? Sei que a mensagem final do livro é que tudo é uma questão de escolha e de controle. Por último, e talvez o mais perfeito de todos, em minha opinião, é “O Amor Líquido”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. O livro fala sobre a fragilidade dos laços humanos. “É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas. A área de estudo principal de Bauman é a sociologia, o campo do pensamento que vai ser o ponto de partida e o foco fundamental do retrato sobre a urgência de viver um relacionamento plenamente satisfatório dos cidadãos pós-modernos. Digamos que as dificuldades vividas por um casal refletem o estilo que uma comunidade mais ampla estabelece como padrão aceitável de relacionamento entre seus vizinhos, entre os que habitam um espaço comum. Bauman é realista. Sabe que “nenhuma união de corpos pode, por mais que se tente, escapar à moldura social e cortar todas as conexões com outras facetas da existência social”. Portanto, partindo do seu campo específico de estudo, ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias.”
Esses três livros me fizeram refletir sobre muitas coisas, e, de certa, forma me “influenciaram” em distintas fases da vida. Hoje, estou namorando (há nove meses - pela primeira vez, desde o fim do namoro de sete anos) acreditando que fiz uma escolha (como o livro da Senhorita Prym), por que amo alguém e, sendo assim, tenho que ter controle para manter aquilo que escolhi. Acho que, com o tempo, talvez apareçam algumas “tentações”, mas tanto eu quando ele teremos que ter controle e não deixar que a vaidade e a luxúria nos levem a cometer uma traição, já que geralmente elas são tão efêmeras e sem significado. Meu pensamento de hoje tem muito a ver com a teoria de Baumam, sou realista a ponto de saber que não consigo escapar à moldura social, e que não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas. Acho que o que é possível é manter uma relação de amor, respeito e lealdade. Sei que manter tudo isso tem um preço, que hora é bom e hora é ruim. Mas, que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Não é mesmo?
Esse é o meu pensamento hoje sobre traição. Não sei se isso é imutável, acredito que não. Que outras experiências, mescladas a leituras, me farão mudar de idéia, só sei que todo esse papo de amor e relacionamento é bastante complexo. E que isso é uma delícia: me permitir mudar de idéia e de ponto de vista.
Agora é a sua vez, de dar sua opinião, através dos comentários. Que tal um debate, sobre esse tema tão polêmico? Adoraria ouví-los.
Traição é um assunto muito complicado pra mim. Já passei por tantas situações de pular a tal cerca e de namorados que pularam que, com o passar do tempo, fui elaborando diferentes teorias. Vou tentar aqui colocar um pouco de cada dessas fases, mas, sem chegar a conclusão nenhuma. E convido você, caro(a) leitor(a), a me ajudar a concluir essa tese com a sua opinião. O que acha?
Sempre fui namoradeira (risos). Comecei cedo, com uns 14 anos. Nessa época namorei um menino da escola, super ciumento. Eu era uma santa, só tinha olhos pra ele, que tocava na noite e comia todas as menininhas. Enquanto isso, eu dormia em casa, já que meu pai raramente me deixava sair por causa da idade. No final do namoro, quando eu tinha 16 anos, descobri que ele me traiu com um monte de meninotas, e pior: uma mais feia e burra que a outra. Lembro de uma japonesa feia, bem gordinha, com a cara cheia de espinha. Eu, modéstia à parte, era linda. Essa foi a minha primeira experiência com as “cercas” da vida. Nessa época, achava que as pessoas só traiam por que não gostavam do parceiro (ilusão romântica de uma adolescente).
A segunda experiência foi lá pelos 16 e poucos anos. Uma paixão avassaladora tomou conta de mim. O nome dele era Eduardo. Como a música... Eduardo e Mônica... Mas, ele namorava fazia alguns anos. Fui a outra, pela primeira vez na minha vida. Ele dizia que gostava de mim, mas, não terminava com ela porque eu era livre demais e ele sabia que eu nunca seria só dele. Um meninote super machista que queria exclusividade quando não fazia o mesmo por mim. Pode? Conclusão, quando ele largou dela pra ficar comigo, me apaixonei por outro.
Meu terceiro relacionamento talvez tenha sido o que mais me fez aprender e amadurecer. Era louca por ele, começamos a namorar quando tinha acabado de fazer 18 anos, e ficamos juntos por sete anos. Fomos noivos e chegamos a comprar um apartamento juntos. No começo ele me traiu com uma ex-namorada e talvez tenha sido a pior traição da minha vida, algo que me machucou tanto que até hoje lembro com riqueza de detalhes. Afinal, foi na minha frente (aff!). Mas foi aí que aprendi a perdoar. Depois de uns quatro anos de namoro, percebi que mesmo amando podia sentir atração por outros caras. Isso foi um balde de água fria na minha cabeça. Algo que não soube lidar. Resumindo, traí o meu noivo. Com um cara do escritório, por pura curiosidade, pra ver como era e por vaidade também, claro. Pior foi manter a história com essa pessoa por alguns meses, não porque gostava dele, mas porque gostava das coisas que ele me escrevia por e-mail (sim, sou louca, tenho total consciência disso). Sei que não conseguia me perdoar por causa disso, o que levou meu namoro a esfriar de tal forma... que fui obrigada a acabar com o noivado. Saí dessa relação com o pensamento de que somos seres bígamos por natureza e que não podemos querer ter somente uma pessoa, que relações monogâmicas são uma imposição sócio-cultural, coisa que incutem em nossas mentes e que é pura hipocrisia nossa achar que somos capazes de manter um “casamento” aos moldes da igreja.
Em seguida me envolvi com um menino bem mais novo que eu. Com esse pensamento, de que éramos seres livres e que cada um tinha a sua vida, que não queria exclusividade. Mas, ele era um menino lindo e acabei presenciando outros relacionamentos que ele tinha, o que me deixou super confusa sobre minhas idéias libertárias. Apesar de querer aquilo, comecei a achar utopia conseguir ser tão livre assim, e tão desapegada das pessoas.
Sei que depois que terminei esse namoro (de sete anos) não queria namorar com ninguém, tinha um medo terrível de me envolver demais. Não queria essa exclusividade, essa coisa da pós-modernidade, sabe? Que é tudo superficial demais, que manter algo duradouro é difícil demais e requer muito esforço. Não estava preparada pra tais “envolvimentos”.
Enfim, tenho três livros que ajudaram a formar meus pensamentos no decorrer das minhas experiências amorosas, o primeiro: “Ame e dê Vexame”, um clássico do Roberto Freire que fala sobre como amar em uma sociedade capitalista, que engrandece o consumo, fazendo com que o autoritarismo da sociedade nos aprisione de tal forma que não nos permitamos viver o amor na forma mais livre e em sua totalidade. O segundo livro (por ordem de leitura) foi “O demônio e a senhorita Prym” (sim, gente, eu já li Paulo Coelho, risos). Mesmo não gostando dos outros livros do autor e da forma pedante com que ele trata alguns assuntos, gostei muito do enredo desse livro. A história, em resumo, fala sobre a cobiça, o medo e a ganância através da história de um estrangeiro que chega a uma pequena cidade que vive sem violência há muito tempo. Segundo uma moradora, o tal estrangeiro é o demônio. Enfim, demônio ou não, ele faz uma proposta à senhorita Prym (outra moradora): oferece barras de ouro à pequena comunidade se algum morador cometer um assassinato. O estrangeiro quer, com isso, conhecer a resposta para sua eterna pergunta: o homem é, na sua essência, bom ou mau? Sei que a mensagem final do livro é que tudo é uma questão de escolha e de controle. Por último, e talvez o mais perfeito de todos, em minha opinião, é “O Amor Líquido”, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman. O livro fala sobre a fragilidade dos laços humanos. “É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas. A área de estudo principal de Bauman é a sociologia, o campo do pensamento que vai ser o ponto de partida e o foco fundamental do retrato sobre a urgência de viver um relacionamento plenamente satisfatório dos cidadãos pós-modernos. Digamos que as dificuldades vividas por um casal refletem o estilo que uma comunidade mais ampla estabelece como padrão aceitável de relacionamento entre seus vizinhos, entre os que habitam um espaço comum. Bauman é realista. Sabe que “nenhuma união de corpos pode, por mais que se tente, escapar à moldura social e cortar todas as conexões com outras facetas da existência social”. Portanto, partindo do seu campo específico de estudo, ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias.”
Esses três livros me fizeram refletir sobre muitas coisas, e, de certa, forma me “influenciaram” em distintas fases da vida. Hoje, estou namorando (há nove meses - pela primeira vez, desde o fim do namoro de sete anos) acreditando que fiz uma escolha (como o livro da Senhorita Prym), por que amo alguém e, sendo assim, tenho que ter controle para manter aquilo que escolhi. Acho que, com o tempo, talvez apareçam algumas “tentações”, mas tanto eu quando ele teremos que ter controle e não deixar que a vaidade e a luxúria nos levem a cometer uma traição, já que geralmente elas são tão efêmeras e sem significado. Meu pensamento de hoje tem muito a ver com a teoria de Baumam, sou realista a ponto de saber que não consigo escapar à moldura social, e que não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas. Acho que o que é possível é manter uma relação de amor, respeito e lealdade. Sei que manter tudo isso tem um preço, que hora é bom e hora é ruim. Mas, que tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Não é mesmo?
Esse é o meu pensamento hoje sobre traição. Não sei se isso é imutável, acredito que não. Que outras experiências, mescladas a leituras, me farão mudar de idéia, só sei que todo esse papo de amor e relacionamento é bastante complexo. E que isso é uma delícia: me permitir mudar de idéia e de ponto de vista.
Agora é a sua vez, de dar sua opinião, através dos comentários. Que tal um debate, sobre esse tema tão polêmico? Adoraria ouví-los.
Mônica Wojciechowski
12 comentários:
Mopi, já que vc quer debate, aqui vão uns dados bem perturbadores. E quem os trás à tona não sou eu, é a ciência. Direto do National Geographic Channel. Olha só:
A monogamia é tão rara na natureza que muitos cientistas acreditam que este é o único e verdadeiro desvio sexual. Praticamente uma anomalia.
E olha como a natureza nos deixa ainda mais desconcertados com a nossa ignorância biológica e iconográfica: um dos raríssimos exemplos de monogamia é o dos urubus de cabeça preta. Ou seja, os pombos, que são sinônimo de romance, na verdade têm a poligamia desenfreada como uma de suas principais características; e os urubus, considerados tão abjetos e pouco inspiradores, estão entre as criaturas mais fiéis do reino animal. Isso nos dá idéia de quão pouco conhecemos o meio que nos cerca e, por conseguinte, a nossa própria natureza.
Na verdade, quando a monogamia se manifesta na natureza quase sempre se caracteriza pela subserviência de um dos parceiros, como no caso de algumas aves em que o macho enclausura a fêmea para garantir que não copule com nenhum outro pássaro.
E então? Somos tão diferentes de todo o resto do reino animal?
Charlie
Mô amei sua coragem de escrever publicamente sobre seus "chifres" e traições. Aplaudo de pé!
Hoje vou pegar um dos livros que indicou na Biblioteca Pública para começar a ler. Concordo contigo quando dizes que relacionamento humano é um tanto quanto complicado. A dois então piora.
Como todo mundo (acredito eu) também fui traída (que eu saiba só na adolescência) e me machuquei muito. E confesso que também trai, mas depois de madura. De início achava que não estava fazendo nada de mal, ou seja, que não iria magoar ninguém. Mas no fundinho, não que eu me arrependa, (pois foram momentos maravilhosos), mas tenho vergonha da atitude que tive. Até pouco tempo achava que tinha uma opinião formada em relação a isso, mas de uns dias para cá me bateu um pânico. O problema não é trair ou ser traída. É carregar isso depois para o resto da vida. Vc mesma falou de quando viu o Ale te traindo, que recorda com detalhes. Isso deve ser um filme do horror. O outro lado da moeda é até pior, pois não és a vítima da história e sim o algoz.
Agradeço de coração a indicação das leituras, pois quem sabe com elas possa conseguir colocar a cabeça no eixo novamente. Obrigada!
Verô
Olá Mô,
Adorei escutar a sua estória, suas fases da vida e principalmente a sua conclusão. É um texto meio dialético que ao mesmo tempo leva a dois caminhos:
1) Somos conservadores? Por um momento, ele leva a conclusão de que ser conservador é ser fiél, é ser romântico e viver uma relação em sua intensidade, com seus autos e baixos que a convivência trazem.
2) Somos modernos, descolados e libertários?
Apesar das suas intenções e acho que de todos aqueles que imaginam as relações ditas abertas como as melhores coisas da vida, percebi claramente que quando vc as viveu elas foram legais até o momento em que você se envolveu de verdade com alguém. Ao vislumbrar uma situação do seu "amigo colorido" com outra pessoa, essa situação te incomodou e te fez pensar (pelo que entendi) será que eu quero isso mesmo para mim? Posso concluir que talvez as pessoas até queiram uma relação aberta, desde que nós (o outro) não saibamos as implicações, as pessoas com quem realmente ela se envolveu, se houve algo mais forte que tocou o coração...
Aí eu pergunto: Isso é de fato uma relação aberta? Ou um desejo de se relacionar sexualmente muitas vezes com pessoas interessantes que não faltam nesse mundo? Complexo, não?
Particularmente apóio sua fase atual, a da escolha por uma relação em que se acredita, em que somos fiéis, verdadeiros, apaixonados, totalmente entregues a uma proposta que acreditamos ser a mais coerente para as nossas vidas. Pode ser que vc e seu parceiro, e eu estejamos errados. Não será por falta de tentativa de vontade nossa.
Um beijo grande e um brinde ao Amor. Sem medo de ser feliz!
W.Allen
Sorry pelos erros de digitação.
Meu Português é péssimo.
W.Allen
Uma vez minha mãe me disse uma frase muita sábia que nunca esqueci e naquele momento ela estava me dizendo aquilo por que tinha conotação com a traição. "Tudo que você faz, antes passou pelo seu pensamento", ou seja tem a ver com o que mentalizamos e acreditamos. As nossas ações são reações da nossa consciência, voluntária, ou não. Eu como você também já passei por todas as fases e acho que faz parte da maturidade. Que eu sei nunca fui traída, mas trair me machucou talvez muito mais do que a outra pessoa. E hoje percebo que sim, talvez não somos naturalmente feitos para estar só com uma pessoa, por que o sexo é instintivo, mas somos diferentes dos animais justamente por que pensamos, não é, por que temos razão. E para mim hoje não é só a questão da traição, é a questão da mentira.
Ontem mesmo conversava com o meu marido sobre essas coisas. Acho que é bacana quando temos uma relação que podemos conversar sobre isso abertamente, colocar as nossas opiniões, até por que vivemos em um mundo cheio de pactos de silêncios, onde as pessoas não se permitem falar de muitas coisas...Alias esse pacto de silêncio é um tema que estou desenvolvendo em um roteiro...bem dava para escrever muito sobre isso, mas acho que importante é a gente fazer o que acredita e ter sempre uma pessoa especial por perto, que valha a pena...
Ana
Charlie,
Conhecia alguns dos dados que vc colocou aqui, e os usava, inclusive, para defender minha tese libertária, nas épocas em que queria uma relação aberta. Concordo com vc, que pouco conhecemos da nossa própria natureza, e tenho a sensação de que quanto mais quero saber, menos sei... Triste também, essa realidade que vc coloca, (que presenciamos quase que diariamente, através de casais de amigos, de novelas, filmes e em alguns casos, até de histórias pessoais) que pra existir a monogamia, precisa existir a subserviência de um dos parceiros...
Enfim, não acho que somos tão diferentes assim dos animais. A única coisa é que usamos a nossa razão ( e inteligência?!) para manipular fatos e converter sitemas (eu acho), levando muitas vezes, coisas naturais, parecerem ser coisas do "demônio"... ou sei lá, se estou certa. (risos)
beijos, Mô.
Verô,
perdida? como assim? se tiver algo que eu possa ajudar, grita. hihihi. mas, sou mestre em deixar as pessoas mais confusas, eu acho. qual livro vc se interessou em ler? obrigada pelo elogio ao meu texto... fiquei bem feliz. =)
beijoca.
W. Allen,
Acho que passei essa idéia, né? De ou ser conservador ou ser libertário e descolado. Não acho, na verade, que dê pra tachar as pessoas disso ou daquilo, por uma atitude ou outra. Concorda? E também, acho que nunca conseguimos ser só uma coisa. Acho triste, quem é só uma coisa. Acho que o grande barato da vida é mudar, aprender, tropeçar, desaprender, ter que aprender novamente. Que graça teria acreditar a vida inteira em uma coisa? Ser só "conservador" ou só "descolado", não acha? Não sei se estou certa, sei que sou um ser que vive mudando de opinião... hihihihi.
Gostei da sua questão, sobre relação aberta ou se é só desejo de transar muito com muitas pessoas diferentes. Confesso que não sei responder. Mas acho que o maior medo mesmo, é a questão de ter que se empenhar pra amnter uma relação duradoura. E, como disse o Bauman, esse lance de que as pessoas hoje, querem algo que seja sempre perfeito. E isso, é impossível.
Beijocas e obrigada pelo comentário. =)
Aninha,
como diz o ditado, mãe sempre tem razão, né? Concordo com ela e com vc, quando diz que trair doí mais do que ser traída. Não sei se pelas inposições sociais, ou se pela questão da mentira justamente para alguém que vc convive e pretende ficar junto pra sempre... São fatores delicados que a maioria não sabe lidar, né? (eu, por exemplo. hihihihi)
acho muito legal ter a possibilidade e a abertura para conversar com o parceiro sobre tudo isso, mas, nós sabemos que isso não pe normal... que somos osrtudas por termos pessoas assim, ao nosso lado. ;)
beijocasssssssssssss queri. e obrigada pelo comentário.
Mô.
uiaaaaaaaaaaaaaa...
eu que peço desculpas agora. depois que li as coisas que escrevi, percebi que cometi milhões de erros.
sorry pessoas!!!!
digitação rápida e não corrigir antes de postar, dá nisso. hihihihi.
Mô.
Olá Mô,
Deixa eu tentar me fazer entender melhor.
Acho que vc passou exatamente o que quis passar: " eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".
Você, como grande parte das pessoas, teve fases diferentes, com pensamentos e relacionamentos diferentes.
Já que vc abriu a sua vida para a gente ficar discutindo as vidas de cada um, deixa eu continuar palpitando, tá?
Apesar de ainda muito jovem, pude identificar um padrão...(Ou me equivoquei?)Não foi isso que aconteceu na verdade?
Mesmo quando em relação aberta, vc sofreu um monte com a descoberta das " traições". Já numa relação "fechada" e de entrega absoluta, quando teu ego falou mais alto, se encheu, por ser querida por outro, depois de uma situação muito chata com o oficial, você demonstrou-se muito incomodada com isso.
Será você mais uma representante, ainda que envergonhada, do Clube dos últimos românticos?
Não sei, sabe. Por mais que as tentações apareçam por todos os lados e o que vou dizer pareça conservador, acho que a decisão de amar alguém é sobretudo uma escolha. Eu, você, o Charlie, a Josiane, a Adriana, a Verônica e todas as desaforadas temos defeitos. Mas quando escolhemos amar alguém de verdade, fazemos uma escolha.
Uma escolha madura que fecha em princípio outras possibilidades. Podemos ser felizes assim? Acho que sim. Isso não quer dizer que não tenhamos um monte de desafios pela frente ao longo da relação quando ela se configura.
Posso mudar de idéia, mas minha relação com Mia e agora com a minha enteada me fizeram chegar a essa conclusão nesse momento....rsrsrsrs
Por fim, uma questão que você colocou e que é maior do que esse tema todo. O direito a mudarmos de opinião. Sou totalmente favorável a essa tese sobre alguns assuntos. Há outros no entanto que me são mais caros, essenciais... e acho que, nesses assuntos, tenho a mesma opinião desde a barriga de minha mãe. Não me acho conservador por isso. Me acho nesse aspecto uma pessoa de atitude. Corajosa. Com todos os reveses que isso pode me trazer...
Desculpe a extensão do raciocínio....
W.Allen
w. allen,
eu? uma "última" romântica? sabe que não me acho nada romântica. hihihi. quem sabe... só se o tal romantismo estiver bem camuflado... né?
mas, sobre algumas idéias que nos acompanham desde a barriga da nossa mãe... concordo. acho que existem coisas que são quase que uma questão de princípios... que elas só se fortalecem com o passar do tempo... a única coisa que temos que cuidar aqui, é que muitas vezes, essas idéias estão cobertas de "egos"... e nem sabemos disso. né? o bom é quanto conseguimos aprender a nossa essência mais verddeira... sem nenhuma máscara. mas daí, isso já é outrooooooo papo. hihihi. beijo.
Mô.
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