Os palavrões não foram inventados por nós; eles já vinham, sendo usados pelos portugueses antes do descobrimento do Brasil. Creio que quando alguém falou pela primeira vez um palavrão a outra pessoa, ele estava querendo muito desabafar, expressar-se, e acabou falando uma palavrinha pequena que resumia tudo em algumas letras. Mas se a gente for parar pra analisar, estas palavras acabam sendo mais uma terapia verbal (já que às vezes não conseguimos agredir fisicamente ou com bons argumentos) e é nessas horas que acabamos soltando aquele “ahh, vai se foder vai?”. De certa forma, eles estão aqui para nos ajudar a extravasar aquilo que queremos muito expressar ou atingir. Afinal, quem nunca falou “porra” ou um “vá se foder” na vida na hora em que mais precisava?
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Dois amigos (João e o Pedrinho) estavam conversando.
João diz para Pedro : Cara, vamos fazer uma festa na sua casa hoje?
Pedro responde : Creio que não será possível realizar esta festa em casa, não vai dar mesmo mesmo (esse “mesmo mesmo” não convence ninguém né?), meus pais podem chegar a qualquer momento e depois eu vou ter que arrumar tudo sozinho, meu cachorro está doente, etc.
João suplica : Cara nada a vê, eu limpo TUDO para você depois, levo teu cachorro no médico, fico na porta vendo se seus pais chegam, cara, vamos fazer, vamos?
Pedro: É, não vai dar mesmo, sabe. Depois, já viu como é, né: vou ficar sem mesada e aí sim que não poderei ir em festa nenhuma, bla bla bla.
Estes eram Pedro e João quando não conheciam ainda os palavrões
Leiam agora como seria diferente e mais objetivo o uso de um palavrãozinho básico e inocente neste caso:
João diz para Pedro : Cara, vamos fazer uma festa na sua casa hoje?
Pedro responde : Nem vai dar!
João suplica : Cara, nada a vê,vamos fazer vamos?
Pedro: Nem fodendo, porra!
João fica em silêncio.
Esse é o Pedro, que nos diz: Porra, esse João é chato pra caralhooooo!
Outro exemplo é quando queremos expressar a distância ou grandeza de algo.
João diz para Pedro: Cara, vamos para aquela praia de Caximba??
Pedro responde: Nem a pau! Muito longe.
João: Longe quanto?
Pedro: Pra caralho.
Isso sim é PÉliglotice.
Ou então quando sentimos necessidade de dizer algo que estava muito difícil e com que, conseqüentemente, vamos nos dar mal.
João diz para Pedro: Cara, a prova tava foda hoje! (no sentido de difícil)
Pedro responde: Vixi, e agora?
João: Vou me foder (no sentido de se deu mal), nem vou fazer porra de festa nenhuma.
Pedro: Fodeu!
E outros que dizem tudo que você queria dizer e esvaziar a mente sem se alongar com palavras e palavras.
João diz para Pedro: Meu, você tá muito chato hoje cara.
Pedro responde: Cara, eu tô passando por uns problemas, não tô a fim de fazer nada, entende?
João: Mas anima essa cara de merda, problema todo mundo tem, vamos sair, esquecer, vamos vamos?
Pedro: Cara, vai tomar no cu!
Venha tomar aqui.
Enfim, João e Pedro são um pouquinho de cada um de nós. É claro que tem uns que extravasam com palavrão somente quando precisam e outros que fazem disso seu vocabulário próprio. Mas o que temos que saber é a hora de abrir e não abrir a boca para falar um, principalmente em alguns lugares como um trabalho. Pense: por um lado, se você não pode falar, pelo menos pode pensar e, quando for cumprimentar seu chefe, pode dizer um “bom dia” sorridentemente pensando ao mesmo tempo “vai tom no cu, seu idiota”.
Abasteça aqui.
Mas, brincadeiras à parte, a verdade é que o problema não está nos palavrões e em seus significados (que muitas vezes não têm nada de imoral) e sim na maneira como eles foram tornados palavras imorais pelo próprio ser humano e como cada um de nós os vê e interpreta.
Essa aí já deve estar xingando o céu inteiro!
Eu recomendo:
Bianca Silva
4 comentários:
Hahahahahahaha...
Sensacional Bianca! Muito bom mesmo o texto. Quem não fala ou nunca falou palavrão que atire a primeira pedra.
Rí muito com seu post...parabéns mais uma vez!
Osvaldo
Bilaquinha, Bilaquinha... sua besteirenta. hehehe Eu sabia que esse seu bocão era meio indomável. ;-)
Beijo, garota, e mantenha esse seu bom humor saudável.
Mario
Mario, Mario..quer fazer o favor de parar de chamar a minha Bilaca de Bilaca porra hahahahahah....
Carinha de Cú da minha vida,mandou bem...parece que o tema veio pra confirmar nossa conversa desses dias né, agora sim, nós, almas incompreendidas podemos nos expressar com liberdade hahahaha...
Bjks
Ah, Lu... vamos negociar assim: você chama de Bilaca, eu de Bilaquinha, e estamos acertados, feito? ;-)
Beijão, Maluquete; idem pra ti, Bilaquinha.
Mario
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