Desaforadas

Tema da semana: Como fazer sem deixar rastro.

Piriri

Que atire o primeiro rolo de papel higiênico quem nunca teve um piriri no momento mais impróprio, como por exemplo, na festa de fim de ano na casa do seu chefe, onde você não tem a menor intimidade para usar o banheiro social da casa e tem que se virar no lavabo.

Imagine a cena, um colega vira pro outro e comenta:
- Cara, pum pesa?
- Claro que não, mermão.
- Então to com problemas.

O infeliz caminha com dificuldades. Imagine levar aquele peso extra, tomando todo o cuidado para que nada escorra pernas abaixo, até o lavabo. É destreza pura.
Vamos então às considerações sobre o famigerado ambiente: sempre pequeno, mal ventilado e sem muitos recursos pra um momento de emergência como esse. E o pior: a porta é sempre voltada pra sala ou para o hall de entrada. E agora como sair desta sem deixar rastro?

O cara entra, liga a torneira para abafar os sons, porque o que pesou a cueca foi só a ponta do iceberg. Quando finalmente a coisa parece ter tido um fim, ele percebe que o papel higiênico havia acabado. Pega então a toalhinha do lavabo pra resolver o problema, como se isso fosse possível. Nesse momento, alguém tenta abrir a porta. Ele se desespera. A cueca e a toalhinha, o que fazer com elas naquele estado? Jogar na privada. Como não vão embora depois de algumas descargas, num momento de desespero ele enfia o pé no vaso para empurrar. Quase perde o sapato. E continuam batendo à porta. Sem pensar muito, ele abre a porta. Um outro colega que tinha tomado todas e estava passando mal vomita por tudo, inclusive nele.

Ele então deixa o lavabo, com a maior cara de paisagem, ouvindo comentários sobre o mico que o colega bêbado pagou.

Moral da história: nem sempre é possível fazer sem deixar rastros, mas com um pouco de sorte os rastros podem não ser seus.




Andréa Penteado