Camiseta Branca De Ano Novo Que Virou Pano De Chão
Era novembro de 1988 e Maria, uma adolescente de 14 anos, resolveu consultar uma vidente para ler sua sorte sobre o próximo ano. Chegando ao local, ela viu que não tratava-se apenas de uma tenda cigana,e, sim de uma espécie de loja onde vendia-se: incensos, amuletos e muitas roupas. De repente, a sensitiva disse:
-Bom-dia! Posso ajudá-la?
Maria respondeu:
-Sim, pode. Eu vim aqui para a senhora ler o meu destino para 1989. Mas, na verdade, eu gostaria de uma simpatia para trazer-me sorte no ano que vem.
Assim a cigana falou:
-Se é isto o seu desejo, então você precisa vestir na hora do reveillon: uma camiseta branca com o número 1989 estampado. Inclusive tenho a peça para vender nesta loja. Leve o produto agora. Pois vale a pena. Custa apenas três mil cruzeiros.
A garota indignou-se:
-Três mil cruzeiros?!
A comerciante justificou:
-Lembre-se de que é a sorte do ano novo que está em jogo.
-Aguarde algumas horas, por favor. Pois retirarei o dinheiro da minha poupança para comprar a roupa.
Depois de algum tempo a menina voltou com o dinheiro e comprou a camiseta.
No momento da passagem do ano a jovem usou a camiseta com toda a fé, fantasiando um ano excelente. Após isto Maria guardou esta peça, sem nenhum cuidado, no guarda-roupa. Em meados de janeiro, ela tirou a blusa branca da gaveta e notou que nela havia uma mancha amarela e colocou esta roupa de molho. Naquele mesmo dia, ela soube que seu pai foi transferido da capital do país para uma cidadezinha do interior com somente cinco mil habitantes. A adolescente, ao saber disto, entrou em depressão e chorou. Pois deixaria os seus amigos e a escola de que tanto gostava.
Em fevereiro, ao chegar à nova cidade, Maria arrumou o armário e percebeu que havia um pequeno furo na sua peça de “reveillon”, mas não se importou. Naquele verão ela viu que a nova cidade era parada e as pessoas muito fechadas.
Em março, época do início das aulas escolares, a garota notou que a sua camiseta alva estava com a manga rasgada, porém nem ligou. Naqueles 30 dias ela percebeu que iria ser difícil adaptar-se ao novo colégio. Pois todas as meninas eram fúteis e preconceituosas. Já nos primeiros dias, as colegas apelidaram Maria de baleia por ser gordinha.
Em abril, a menina tirou a sua blusa branca para passar e acabou queimando a peça, na barra, sem querer. Neste mês ela teve suas primeiras provas na escola e foi mal em todas.
Em maio, Maria viu que a estampa da sua roupa de reivellon se desfez, mas ela nem importou-se. Naquele outono, teve a triste notícia de que sua avó havia falecido e ficou muito abalada.
Em junho, a jovem percebeu que a camiseta alva estava com umas manchas escuras, porém ela fez pouco caso. Naqueles trintas dias fez muito frio e Maria pegou pneumonia .
Em julho a garota notou que a blusa da passagem de ano estava partindo-se ao meio, mas ela nem deu bola . Um certo dia, daquele inverno, Maria atravessou a rua distraída, foi atropelada e ficou três dias no hospital.
Em agosto ela reparou que as traças estavam comendo, pouco a pouco, a sua camiseta branca. Porém nos meses de setembro e outubro, a menina cuidou-se mais. Pois passou a usar agasalhos, a atravessar a rua com atenção e a estudar arduamente.
Em novembro a adolescente percebeu que sua camiseta de reveillon estava imprestável e sua mãe transformou a peça em pano de chão.Naquele mesmo mês Maria ficou de recuperação na escola.
Em dezembro, ela refletiu:
-Aquela vidente falou que se eu usasse uma camiseta branca na passagem do ano eu seria feliz. Isto foi um engano! Afinal, meu ano foi péssimo porque mudei da capital para uma cidade do interior que não existe nem no mapa, perdi meus amigos, minha avó faleceu e ganhei inimigos preconceituosos na nova escola. Um ano que começa é como uma camiseta branca,que inicia-se com a cor da pureza. Porém vai encardindo-se pouco a pouco na medida em que as dificuldades aparecem. Quando a gente recobra a consciência, logo nota que desviou-se dos objetivos e não cuidou da blusa alva como deveria. Pois não deu valor para cada mês do ano. Mesmo assim passarei em uma outra loja, comprarei uma camiseta branca com os números estampados do ano que chega e desta vez cuidarei dela, com o maior cuidado, por todos os meses do ano novo.
Luciana do Rocio Mallon
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
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4 comentários:
Este será o terceiro ano consecutivo em que uso no reveillon a camiseta branca que ganhei da minha tia Terezinha, contendo um monte de palavras otimistas escritas em prata: felicidade, realização, saúde, etc. Cada ano tem sido melhor do que o outro, e acho que o segredo é o fato de eu usá-la apenas na noite de ano novo. hehe ;-)
Beijo, Luciana.
Mario
Lu, Lu...Chuck Noel e camisetas amaldiçoadas ? Hm...Tu tá precisando de uma maçã encantada!
segunda te ensino umas simpatiazinhas bem legais, ok ?
Bjo
ah, as simpatias de ano novo. ouvi agora pouco na TV que é para passar com uma peça vermelha, pois 2010 é o ano do poder e esta é a cor que o representa.
eu vou como todo ano passar com uma camiseta escrito PAZ, pois é só o que quero. mas é claro que em prol das tradições espanholas, família vai se entupir de uva, doze na verdade, para cada badalada do sino. não entendo isso, pois só uma vez ouvi as badaladas e nunca me liguei na contagem. e se for pela TVE vai ser em outro fuso horário. melhor não questionar, pois se quero PAZ, vamos às tradições.
bejos lu
daniela
QUE VENHA 2010 !!!!! UHUHUHUHUHU
Beijos Angelica
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