quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Uma Vez, Uma Vida


Só uma vezinha e pronto, ela já era um espermatozóide fecundado. Nove meses e já estava ali. Só uma vezinha permitiu dar os primeiros passos, a falar as primeiras palavras para poder andar e a falar para sempre. Só uma vezinha permitiu dar o primeiro beijo e foi assim que começou a beijar mais e mais até encontrar seu primeiro amor. Mas também foi só uma vezinha para se decepcionar e chorar, aprendendo então como era a dor e o sofrimento, prometendo a si mesmo que seria a única vez que se deixaria levar.
Assim, foi só uma vezinha que permitiu fazer aquela viagem para se ter história para contar, que teve aquela noite que caiu na gandaia, aquele encontro às escondidas, aquele beijo com quem ainda nem conhecia direito. E foi estas vezes que a permitiram conquistar seus objetivos, saber o que é certo e errado e a amar. E foi quando ela se deu conta disso, só uma vezinha já a fez perceber quem seria o seu companheiro. E somente uma vezinha para que gerassem aquele ser. Só uma vez para ter momentos que não voltariam mais, para ensinar sobre a vida, para ter a última chance de pedir o perdão e dizer o último “eu te amo”. Assim, de vezes e vezes, viveu. E pela primeira, única e última vez fechou os olhos para sempre.

Bianca Silva

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas que coisa que só temos finais infelizes nos posts dessa semana! rs
Muito legal o formato fast food story, Bia, vou exercitar também.
Beijo, VamB.

Mario

Karime disse...

Verdade, os textos estas semanas estão "complicados"... Deve ser o tema que instiga finais fortes.
Adorei, Bi. Sou fã dos textos de vocês muito mais do que "escritora" do blog.
Mas que bah...
Beijão

Anônimo disse...

Infelizes não...esse final vem pra todos...só saber repensar em como vive a vida e fazer da melhor maneira...cada vez, cada tempo.

Beijos Mariozito!


Bia