sábado, 29 de novembro de 2008

Qual a sua rockterapia?




Há alguns anos, uma poetisa curitibana escreveu um relato de suas memórias extremamente tocante, tanto pelo realismo da narrativa quanto pelo desencadear surpreendente dos fatos. Luciana do Rocio Mallon contava que era uma menina extremamente rebelde nos tempos de colégio e que isso lhe gerava atritos com colegas de classe, desembocando até mesmo em segregação, agressão física e humilhação. Sua franqueza era desconcertante: ela revelava que, por ser de família bastante humilde, foi até uma lixeira num intervalo de recreio resgatar os restos de um lanche para se alimentar, o que de pronto resultou em deboche das crianças com as quais dividia a sala de aula. No espírito bateu-levou, tratou de partir para cima dos seus desafetos e, por conseguinte, foi sumariamente levada à secretaria para permanecer com a psicóloga da escola pelo resto do período. Mas, ao invés de lhe dar uma advertência ou corretivo, a profissional apenas disse: “vamos agora praticar rockterapia”. A menina não entendeu, mas então observou curiosa sua instigante tutora temporária colocando no aparelho de som uma música do Queen. A canção a tocou de pronto, mesmo sem compreender o que Freddy Mercury e sua trupe comunicavam com aquela profusão sonora que beirava a histeria. Esta não foi sua única sessão de rockterapia, pois Luciana se meteu em novas encrencas. E toda vez era a mesma coisa: a menina era levada à psicóloga, que soltava algum som irado para aplacar sua dor, tratar seus ferimentos íntimos e mantê-la viva, com o espírito inflamado e cheio de coragem para enfrentar depressão, crueldade e outros sentimentos dissonantes. Claro que todo esse conflito de reações interiores não era da percepção consciente de Luciana, mas sua saúde emocional estava sendo devidamente alimentada naquele momento, regada por ondas sonoras. Um resgate de auto-estima feito por solos de guitarra e gritos agudos.


Rockterapia não é uma invenção da sábia psicóloga da escola de Luciana, mas foi certamente muito bem aplicada na ocasião. Apesar disso, é uma “ciência” absolutamente informal e até desconhecida da musicoterapia, soando como uma brincadeira despretensiosa e não merecedora de seriedade. Na verdade, quando se fala em curso de musicoterapia, a impressão que se tem é a de que ocorre uma limitação no uso deste tão exuberante artifício de recuperação da alegria, coragem e bem estar. É uma graduação destinada a formar terapeutas que trabalham, em sua maioria, com portadores de necessidades especiais – uma função extremamente nobre – mas certamente suas atribuições poderiam ser de uma abrangência incomensurável. Imagine ir até um musicoterapeuta e explicar que você está com sintomas de ansiedade ou insônia e ele receitar três doses de “Rain Song” do Led Zeppelin ao dia. O raciocínio a princípio pode parecer esdrúxulo, mas já há terapeutas fazendo isso com filmes, invalidando eventuais argumentos para não se levar a mesma proposta ao campo da música.


É absolutamente incontestável a influência da música em nosso humor. Tanto que uma organização britânica fez uma pesquisa sobre quais composições não são recomendadas para se ouvir ao volante, posto que aumentam o ímpeto do motorista e podem causar acidentes: liderando a lista ficou “A Cavalgada Das Valkírias” de Richard Wagner, não por acaso a trilha que faz fundo para o avassalador ataque de helicópteros a uma aldeia vietcong em “Apocalypse Now”. No rock essas manifestações de catarse furiosa e incontrolável puderam e podem ser observadas com extrema facilidade, bastando se apreciar as reações da platéia em um show ou mesmo a devoção discreta de um adolescente ouvindo o som no último volume em seu quarto. E isso vem desde sua criação, quando o rock era visto como ritmo musical de baderneiros. Aliás, convenhamos que essa afirmativa encontrava crédito nas incontáveis manifestações de ânimos exaltados registradas quando se usou o rock como combustível de euforia ou revolta coletiva. O rock e o dadaísmo são, muito provavelmente, as únicas manifestações artísticas em que o comportamento é tão ou mais importante do que a própria obra. Ação e reação, causa e efeito, artista e obra, palco e público são praticamente uma coisa só. Daí o efeito direto no comportamento de quem o ouve. O rock não se conforma em apenas sensibilizar o pavilhão auditivo. Tem tanta energia que reclama se transformar em atitude.


Aqui vão alguns clips de músicas e bandas de rock que fizeram história por suas... “propriedades terapêuticas”. Não espere encontrar Enya ou outros sons estilo new age pop, porque a proposta não é a de listar músicas para ouvir e relaxar enquanto se acende um incenso sentado em posição de lótus. É rock mesmo. Outro ponto relevante é que não se trata de uma terapia do escapismo ou conformismo, pelo contrário: são músicas que puxam para a ação e estimulam a busca (de si próprio, principalmente), sem esquecer o contexto exterior, daí o motivo de englobarem política, sociedade e até ecologia, pois não há como se existir isoladamente. Portanto, não se verá aqui nenhuma cançãozinha de festa do tipo dance-até-cair-e-esqueça-seus-problemas. Aliás, é importante reparar que dificilmente se encontrará composições pop facilmente digeríveis no panteão dos sons que flertam com a psicodelia e o existencialismo, mesmo porque a cura neste caso não é óbvia: a música surge como um catalisador de dores e energias, gerando questionamentos e até efeitos colaterais. Não é garantia de sanidade, às vezes podendo até gerar reação contrária. A música é experiência e não um alopático que se encontra em balcão de farmácia. Em “Alta Fidelidade”, um dos maiores clássicos contemporâneos da literatura, o autor Nick Hornby brinca que a música pop faz justamente o papel de criar gerações degradadas por dores e impulsos suicidas estimulados pelo som que as embala. Na maioria das vezes, as canções “terapêuticas” têm gosto de remédio amargo. Na verdade, a música não funciona por si só, todos os sons abaixo exibidos necessitam ser interpretados, digeridos e decodificados devidamente para surtir um efeito positivo. Mas não há receita para isso, portanto, ouça com moderação.

The Smiths – How Soon Is Now
A banda atingiu tal grau de carisma que uma enquete chegou a apontar o vocalista, Morrissey, como “o ser mais maravilhoso do mundo” (?!). E mais, ele é considerado atualmente o mais importante inglês vivo. Suas letras, embaladas pelas melodias do guitarrista Johnny Marr, falam de timidez, da dificuldade do primeiro emprego e de dores cotidianas quase inconfessáveis. Sensível, o vocalista é ainda um engajado militante vegetariano, proibindo o consumo de carne em seus shows. Completavam a banda Andy Rourke e Mike Joyce, que esteve no Brasil recentemente discotecando em boates pelo país. Subindo ao palco sempre com um ramalhete de flores no fundilho das calças, Morrissey liderou a banda que foi considerada a redenção do pop. A música do clip abaixo foi considerada a mais triste de todos os tempos. Mesmo assim é terapia pura para os fãs.





Pink Floyd – Confortably Numb
Os pais da psicodelia tiveram um histórico nada compatível com o de uma banda que possa oferecer algo de positivo a seus fãs. O mentor do início do grupo, Syd Barrett, era um junkie inveterado. Usaram tantas drogas que nem lembram daqueles primeiros tempos. Fizeram tantos experimentalismos sonoros que até o ruído íntimo de órgãos humanos foi usado como música. E, mesmo com toda a sua carga auto-destrutiva, a banda acabou ficando tão influente que gerou a trilha sonora de um ícone cinematográfico: “The Wall”, protagonizado pelo músico Bob Geldof. Em algumas músicas, o Pink Floyd exorcizava o fantasma do pai de Roger Waters, guitarrista cujo progenitor morreu em campo de batalha. Também disparava seus instrumentos contra o sistema de ensino repressor, a intolerância e o consumismo. Tinham tanto a dizer que seu som foi até para os confins do espaço sideral a bordo da sonda Voyager.






Radiohead – No Surprises
Reza a lenda que em todo ano terminado com o número 7 surge um disco antológico no rock. Isso aconteceu em 1997 com “OK Computer”, o álbum aplaudidíssimo em pé (ou de joelhos) pelo mundo todo. Com letras abordando paranóia, medo e até ternura, o Radiohead legou ao final do milênio passado uma obra seminal. Sua melancolia rasgada encontrou eco no cérebro aturdido de milhões de jovens de variadas nacionalidades, tendo, em comum, a noção de impotência perante uma engrenagem social que transforma suor e lágrimas na graxa que a lubrifica. Eis um trecho da música deste clip: um emprego que te mata lentamente / feridas que não vão cicatrizar / você parece tão cansada e feliz / bote abaixo o governo. Assista ao clip e prenda a respiração. Quando ele se encerrar e você refletir bem, provavelmente perceberá que, mesmo na suavidade, Radiohead não é terapia de consolo, e sim de choque.






Killing Joke – A New Day
Com nomes de músicas sugestivos como “Prozac People”, o Killing Joke surgiu como uma influente banda britânica do pós-punk. Agressivos e até repulsivos no palco, eles sustentavam nessas características suas similaridade com Sex Pistols e outras vedetes underground daquele momento. Porém, mostravam ser verdadeiramente politizados e transpareciam erudição em suas referências. Eram truculentos tanto na aparência quanto no peso do som e na mensagem de suas letras. Religião, nazismo, Niesztche e outras usinas de espinhosas controvérsias surgiam em seus discursos com tom pouco conformista. Até na Guerra do Iraque os caras meteram a palheta. Na verdade, a não-explosão do Killing Joke reside no fato de o som não ser sujo demais ao ponto de ser punk nem refinado demais ao ponto de ser cult. Mas ouvintes mais argutos se identificam, pensando “não sou só eu que estou indignado com essa merda”.






David Bowie – Heroes
A partir dele, esquisitões do mundo todo passaram a saber se aceitar. E mais: aprenderam que ser esquisitão pode ser fashion. Com pupilas de cores diferentes e figurinos extravagantes durante o período da era glitter (mais precisamente em sua fase Ziggy Stardust), Bowie era o andrógeno que todos admiravam e a censura temia. A pudica sociedade norte-americana tolerava os shows de sandice e violência com Alice Cooper e suas jibóias no palco, mas não sabia como classificar aquele britânico que transpirava sexo e drogas sem fazer apologias explícitas em seu rock’n roll. Carismático, encontrava empatia por parte do público mais intelectualizado, retraído e inconformado. Foi personagem (interpretando ele mesmo) e trilheiro de “Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituta”, onde cantava: “nós podemos ser heróis pelo menos por uma noite”. Inspirador até para quem está no fundo do poço.






Tear For Fears – Shout
Os nomes, tanto da banda quanto desta canção, foram inspirados na teoria do Grito Primal, do psicanalista Arthur Janov, que, a grosso modo, indica a importância de se berrar para expulsar os demônios interiores. As letras da banda tocavam em assuntos que iam da vontade de se viajar pelo mundo à preocupação com a violência contra a mulher, transitando por traumas menores, como a dificuldade de se chegar naquela pessoa por quem se está apaixonado. Foram das patologias globais (“Mad World”) à cura pelo amor (“Seeds Of Love”). Roland Orzabal e Curt Smith se separaram mas seu som pop bem produzido é uma excelente conciliação entre forma, conteúdo e originalidade. Só que é terapia para quem está bem integrado, havendo neles quase nada de subversivo. No clip abaixo, você poderá ver a banda ladeada por adeptos do Grito Primal. Então, você já sabe: qualquer coisa, dê um grito.






REM – Shiny Happy People
Só o fato de o nome da banda fazer referência ao momento em que estamos sonhando (REM = Rapid Eye Movment, nosso estágio de sono mais profundo) já indica que o quarteto gosta de incursionar na psique humana. Mas vai além, o REM sempre foi o queridinho da crítica por conciliar melodias memoráveis com letras sensíveis, politizadas e libertárias. O vocalista Michael Stipe foi protagonista de diversas façanhas: mostrou que é possível ser um pop star gay sem afetação ou necessidade de ostentar extravagância, declarou-se pansexual (o que significa amar a tudo e a todos indistintamente), mostrou que não é preciso escancarar sorrisos para ser simpático e, de quebra, tornou-se mentor de uma geração sem dizer me siga, pelo contrário, a mensagem da banda é a de se trilhar o próprio caminho. A música deste clip é uma apologia ao amor e à felicidade com a participação da B-52’s Kate Pierson.






Beatles – Eleanor Rigby
Apresentação dispensável, comentários idem. Mas, como nunca é demais elogiar o maior quarteto da história (e aqui não estamos falando só de música), faz-se necessário (re)afirmar que Beatles é terapia planetária. Incursionaram pela psicodelia em “Sargent Pepper Lonely Heart’s Club Band” e extrapolaram no álbum branco. Mas em “Yellow Submarine” eles chegaram ao clímax em suas influências lisérgicas, cantando o amor e a compaixão de forma tão inspirada e criativa que permanecem absolutamente insuperáveis. A letra da música abaixo, que fala de uma solitária que cata o arroz jogado em um casamento e de um padre redigindo sermões que ninguém ouve, é apenas uma célula de um organismo complexo, engenhoso , lírico e absolutamente inexplicável surgido nos anos 60 em Liverpool. “No final das contas, todo o amor que você dá é igual ao amor que você recebe”, John Lennon.






New Order – True Faith
Esta é, sem nenhuma chance de errar, a banda que fez a carreira mais contrastante da história do pop. Foi da mais sepulcral depressão à mais extasiante euforia em menos de uma década. Iniciou como Joy Division, um angustiado grupo de Manchester liderado por Ian Curtis, que se matou por vivenciar as letras traumáticas que declamava nos palcos. Os remanescentes da banda criaram o New Order e, álbum a álbum, foram externando uma faceta absolutamente inimaginável: exuberante, viva e... alegre. Se antes seu instrumental era rudimentar e bruto, em pouco tempo se tornou tecnológico e clean. Se no início a mensagem era “no solution”, logo se tornou “dance, dance, dance”. E nunca foram acusados de alienação por conta disso. Principalmente por se tornarem a banda mais independente do planeta, talvez a única que faça aquilo que realmente quer. Assim como deve ser a vida.






Legião Urbana – Perfeição
Renato Russo se tornou praticamente um messias da música brasileira. Sem ter nenhum medo de pieguice, tratou de temas surrados como rotina conjugal, amor e fraternidade, dando adornos tão delicados e originais que se tornava impossível classificá-lo como brega. Tinha a audácia de misturar budismo, cocaína e relações familiares no mesmo saco. Fazia shows marcados por discursos polêmicos e incitação ao vandalismo. E compôs tantas músicas de sucesso popular que um dos álbuns da banda, “Quatro Estações”, teve todas as suas faixas tocadas nas rádios – fenômeno só comparável mundialmente ao disco “Thriller” de Michael Jackson. E o que os admiradores mais sentiam em suas composições era a verdade com que Renato cantava, ele era legítimo. A música abaixo é um sarcástico check-list de incontáveis frustrações coletivas. Só que com final redentor.






Menções honrosas:

Bob Dylan: cérebro, coração e cordas vocais de uma geração, declamava sobre honradez, paz de espírito e direitos humanos, um legítimo rebelde com causa.

Sex Pistols: anarquistas, pulhas e selvagens, faziam som rebelde para ser apreciado descompromissadamente quanto à estética, mas levando a sério o lema da desordem.

The Doors: existencialistas e, em grande parte do tempo, depressivos, faziam som para se ouvir e pensar, sendo cada música um “light my fire” na sensibilidade.

Violeta de Outono: talvez o melhor expoente da psicodelia nacional, só comparável aos Mutantes pós-Rita Lee, fazendo um som viajante e de verve inacreditável.

Prince: “Se Freud mostrou a doença, Prince é a cura”, clamava um crítico sobre o astro americano, para o qual o melhor divã é a cama.


Música pode salvar uma vida? Sim. Mas não apenas no sentido de livrar alguém da morte. Morrer fará parte da história de todos nós e acontece uma única vez na vida, sendo assim é algo extremamente óbvio e desimportante. Há coisas muito mais relevantes, sendo a principal de todas viver. É neste sentido que um bom rock e um bom ouvinte encontram sintonia. Existem milhões de estatísticas de pessoas que morreram, mas nenhuma das que deixaram de viver. E deixar de viver é um drama muito mais grave, porque, ao contrário da morte, aqui você tem opção e está no comando da situação, sendo de sua responsabilidade saber o que fazer com todos esses anos que ainda tem pela frente: se vai aproveitá-los ou dar desculpas pra si mesmo. Aliás, cuidado, como diria Gilberto Gil, “não se iluda, não me iludo, tudo agora mesmo pode estar por um segundo”. Portanto, está mais do que na hora de você analisar qual a trilha sonora da sua vida. E, principalmente, se ela combina com a sua vida. Importante lembrar que, em certos casos, é bom que não combine mesmo. Rockterapia forever.



Mario Lopes
Qual o divã da Miss Brasil 2000?


É preciso um bom divã para saber administrar tudo e todos de forma política e polida. Esse é o segredo da mulher maravilha dos anos 2000. Os gostos e desejos tanto de gregos quanto de troianos são facilmente percebidos, captados e decifrados no código mental do chamado sexo frágil... Melhor que isso é agradar depois de conseguir transformar o material captado em ação. E como nós sabemos bem fazer isso.


Não nos abalamos por bobagens, atendemos a todos e, muitas vezes, ao mesmo tempo. Administramos bem esse tempo, fazendo 257 coisas nesse mesmo tempo. Somos tudo ao mesmo tempo: mães, filhas, esposas, namoradas, amantes, profissionais, amigas, conselheiras, patroas, empregadas, Amélias....


Hum, será mesmo que a velha Amélia faria tudo isso tão bem quanto nós, as mulheres maravilhas dos anos 2000?


Se lavar, passar, atender os filhos marido, e ainda ser prendada nos idos de 1940 era admirável Tiramos isso de letra, demos um baile na antiga Amélia e ainda temos vaidade.


Demos, ainda, um baile em Leila Diniz, que apenas queimou uma underwear... Isso é baba, meu povo. Nós arrancamos com os dentes e classe, pois se existe algo que fazemos bem é clamar nossos lugares e direitos com educação de berço.


Interpretamos a tabela periódica de traz para frente, discutimos efeitos dominós das eleições em qualquer parte do mundo, nos solidarizamos com os mortos dos atentados na Índia e com os flagelados das enchentes em Santa Catarina, sabemos até da Libertadores, fazemos um arroz de forno em 15 minutos como ninguém e passamos roupa de salto alto. Quanto ao ócio, deixamos para cansar prá lá dos 70!




Suzane Gaentzel é assessora de imprensa e Desaforada X

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Agora é que são elas


Meu divã? Ahhh, nada melhor do que o sofá da casa das minhas amigas em um papo aberto sem censura, cortando a madrugada. Fala-se que a amizade entre mulheres não é possível, que somos competitivas. Vejamos, como exemplo, esta “típica” conversa entre mulheres que você talvez já tenha ouvido/lido por aí.

A Verdadeira Amizade Feminina:



Duas mulheres se encontram na rua, uma delas saindo do cabeleireiro:

Mulher 1: Olá, querida!!! Você cortou o cabelo?

Mulher 2: Cortei amor! Você não imagina com quem… o Edson, aquele mago da tesoura.

Mulher 1: Maaaraaaviiilhooosooo. Ficou dez anos mais moça. Essas mechas, que bárbaro! Vou mandar fazer igualzinho. Foram luzes?

Mulher 2: Não menina, é uma técnica nova de clareamento que ele trouxe da Itália. Imagina que… (Meia hora depois…)

Mulher 1: Então tá bom querida. Corre pra casa que teu namorado vai morrer de orgulho da mulher que tem.

Mulher 2: Ai amiga, te adoro! Beijinhos!

Mulher 1 sai pensando: Como essa perua ficou ridícula! Será que ela não se enxerga? Não sei como aquele gato do namorado dela continua com ela. Se der mole eu agarro ele.

Mulher 2 sai pensando: Essa galinha deve estar morrendo de inveja do meu visual. Ainda quer fazer igual, vê se pode! Com aquele cabelo que parece um arame. Nem com implante!


Agora, uma conversa “típica” de homens...


A Verdadeira Amizade Masculina:


Dois Homens se encontram na rua, um deles saindo do barbeiro:

Homem1 : Opa! E aí seu filha-da-puta? Tava cortando o cabelo né?

Homem 2: Não jacu… tirei pra lavar, aproveitei e deixei a orelha crescer!

Homem 1: Que merda de corte, hein? Tu tá parecendo um viado. O cabelereiro entendeu PRA BICHA ao invés de CAPRICHA é?

Homem 2: É… mas tua mãe gostou.

Homem 1: Falou então!…ah, manda um beijo pra aquela gostosa da tua irmã, viu?

Homem 2: Vai se fuder, seu corno! Até mais!

Homem 1 sai pensando: Esse cara…Gente finíssima!

Homem 2 sai pensando: Adoro esse cara… Muito gente boa…


OK, o comparativo não é lá dos mais animadores. Porém, há muitas mulheres que são amigas de verdade, confidentes. Qual terapia seria melhor do que contar suas felicidades e angústias para uma pessoa que passa pelas mesmas coisas (ou que já passou por elas) e que diz na lata que você está cheia de nóia q e que não há problema alguma? Ou que te faz pensar em suas atitudes de forma mais crítica ? E ainda de graça!!! E de brinde ainda podemos sair para a balada e afogar as mágoas ou comemorar até o dia amanhecer!!!! E no outro dia vai ter mais assunto para ser discutido. Só ligar, conversar pelo msn... ou ir mesmo em casa e lá se vão horas de terapia da melhor qualidade.


Flavia Falcão é professora, analista de sistemas e Desaforada X

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meu divã... é o tempo!


..Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal, de que me queixo
São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente
Mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente...

Divã - Roberto Carlos / Erasmo Carlos


Desde a pré-história, temos exemplos concretos, e outros um tanto abstratos, de que de alguma forma o homem precisa extravasar aquilo que ele está sentindo. Vemos isso nos remotos desenhos encontrados. Será mesmo que aqueles desenhos são só relatos de caça, ou guerra, ou escritos antigos indecifráveis? São apenas “segredos” da humanidade, é utopia pensar que muito daquilo que nos é mostrado hoje possa ser algum ato de puro desabafo, quer por sentir-se inferior, quer por não ser entendido, talvez pela “Pedrita” amada.


Pois é, hoje um pouco mais “evoluídos” temos todas as ferramentas de extrema precisão para nos auxiliar em todos os momentos, inclusive quando algo não resulta exatamente em algo que esperávamos. Quem nunca se invadiu em lamentos, seja para um amigo, num papel, em rede, estirado num divã?


Quem nunca se inscreveu num concurso de dança, ou se propôs a aprender a tocar algum instrumento, ou ainda doou parte do seu tempo em voluntariado, ou leu mais de “X” bestsellers numa só estação, só para que seus dias passem mais depressa, ou para “esquecer o sofrimento”? Cada um a sua maneira, e até o velho jargão cantado na música sertaneja “beber para esquecer”.
Inúmeras tentativas para encontrar alguma forma de massagear e amenizar as frustrações do nosso ego.
Para mim, embora eu não aprecie frases prontas, o que existe de melhor para curar-me de todas dores sentimentais, espirituais, sexuais e outros tantos “ais” que eu possa ter esquecido, nada melhor e mais sensato que o tempo.


Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!
Autor desconhecido



O tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dada, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mario Quintana.


Meu divã... é o tempo, antídoto de todas as feridas, detentor de todas as respostas.



Maria Jaqueline
Terapia sempre à mão



Que terapeuta que nada!!! Por que vou gastar o que não tenho para contar com a ajuda de uma outra pessoa sobre assuntos que não lhe diz respeito se eu tenho a maravilhosa internet??? Não que terapeutas não sejam ótimos, mesmo porque eu já fiz terapia durante algum tempo e foi excelente. Mas, na minha atual crise financeira e contenção de despesas, uma das últimas coisas que posso me dar ao luxo de bancar é uma terapia convencional. Mas como eu estava dizendo, graças ao inventor da internet, msn, chats e afins, nós temos terapia gratuita praticamente durante as 24 horas do nosso dia.
Quem nunca fez um desabafo com algum amigo pelo msn, e, mais do que isso, recebeu exatamente a resposta que precisava? Para inúmeras pessoas é muito mais fácil escrever a ter que se expressar verbalmente. Particularmente até prefiro utilizar esses meios, assim não me obrigo a dar continuidade caso a resposta não me agrade, ou posso salvar a conversa e, sempre que precisar, ela estará lá, pronta para me socorrer, ou até mesmo o “terapeuta do dia” pode ignorar meus surtos caso não esteja com paciência. Quer liberdade e democracia melhor que essa?
Até mesmo esse ou outros blogs são formas de expressar o que estamos sentindo. Em suma, a internet é uma das formas mais utilizadas como divã. Se é eficaz ou não, é outro departamento, mas com certeza é um meio de comunicação que nos permite ser quem realmente somos ou nos transformar no que gostaríamos de ser, isso fica a gosto do cliente. Mais que isso, esse divã pode até nos fazer descobrir QUEM realmente somos, fator de difícil percepção quando estamos perdidos em devaneios não comuns à nossa essência.
Outra vantagem da internet é o anonimato. Esse com certeza para os mais tímidos é um fator fundamental para que se expressem com toda verdade interior. Fantasias, loucuras, vontades e o que mais se quiser pode ser dito sem medo do maldito julgamento, não que eu concorde que se manter às escondidas seja correto, mesmo porque a obscuridade também é um ponto a ser tratado numa sessão terapêutica, mas cada um é cada um e sabe o que é melhor pra si, ou pelo menos acha que sabe. Não serei eu aqui a advogada do diabo que vai dizer o que é melhor para cada um, e nem é esse o objetivo do post, mas nada impede vocês leitores de me consultarem sempre que precisar. Estou aberta a novos clientes, hahaha...
Aliás, nesse exato momento me surgiu a idéia de uma terapia em grupo, o que acham? Vamos lá, pessoal, vamos utilizar esse blog como nosso divã... Expressem tudo que estejam sentindo, quem sabe alguém possa ajudar...




Bjks da Lu Oliveira...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Freud via MSN

Divãs são aquelas poltronas bonita e confortáveis presentes nas salas em que a gente conta toda a nossa loucura. Mas o meu divã é outro... meu divã tem rodinhas... quer ver?




Dr. Augustav Young diz:
Bia, estou sentindo você muito tensa hoje. Algum motivo em especial?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
nada não
Bia.... Tô ficando louca! diz:
quer dizer, todos!
Dr. Augustav Young diz:
Comece pelos mais graves.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
todos são graves.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não devia ter acordado, isso sim.


Dr. Augustav Young diz:
Preferia ficar dormindo o dia todo?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
claro.assim nao tinha que aguentar logo de manhã minha mãe buzinando ou me pedindo pra fazer isso e aquilo e bla blá blá sem contar meu pai que fica toda hora "vc devia estar estudando" e blá blá blá aí já vem trabalho da faculdade fazer isso e aquilo.cansa. aguento tudo calada!


Dr. Augustav Young diz:
E por que não se manifesta? Você não se rebela?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Porque ahh se eu for fazer isso iria precisar de um psiquiatra. Se eu for reclamar de cada coisa que acontece eu iria gastar tempo e voz. sabe ja pensei em fugir de casa, ja pensei em ir pra faculdade e nao voltar mais. mas pior, nem dinheiro tenho pra isso porque nem emprego consigo HAHA que desgraça!


Dr. Augustav Young diz:
E dormir ajudaria em algo? Você acha equivocada a máxima que diz que "a pior forma de lidar com um problema é não pensar nele"?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não adianta quando vou dormir tenho mais problemas: os pesadelos
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eles me atormentam todos os dias e quando não é pesadelos são sonhos conturbados!
Dr. Augustav Young diz:
Que sonhos?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
aa todos os tipos formas cores. coiss malucas coisas tao certinhas sonho com bixo gente objeto! Aff inúmeras coisas.
Dr. Augustav Young diz:
Comece falando dos malucos. Relate-me um.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
HAHA eu nunca conto pra ninguém, quer mesmo saber?
Dr. Augustav Young diz:
Totalmente, em detalhes.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
caramba.vai lá vc quem pediu, tem dias que sonhos com bichos, já sonhei que matei aranha e a a mãe da defuntinha aranha veio se vingar, já sonhei que os objetos de minha casa viraram animais (e um deles era uma onça que eu amo)


Bia.... Tô ficando louca! diz:
já sonhei com uma piscina inteira pra mim, já sonhei com a esfinge, com o mar.


Bia.... Tô ficando louca! diz:
já sonhei com gente querendo entrar na minha casa e até que uma cobra gigante morava no quintal de casa e eu nao sabia


Dr. Augustav Young diz:
Você já conseguiu interpretar o significado desses sonhos?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
todo dia eu escrevo eles e também vejo significado, mas as vezes acho que sao tao loucos que tenho medo de contar assim pra qualquer um, mas sempre vejos significados que tem relação com alguma situação pessoal
Dr. Augustav Young diz:
Quais as relações que você identificou?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
muito com amizade
Dr. Augustav Young diz:
Hmm... perfeito. A aranha com a qual sonhou era uma tarântula?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não era tao grande, era fina mas peluda hehuha
Bia.... Tô ficando louca! diz:
e ela tava comendo um filhote de aranha
Dr. Augustav Young diz:
Então, devo revelar que a aranha é símbolo do cuidado e energia que põe no seu trabalho e vida; você conseguirá ganhar dinheiro e felicidade doméstica. Quanto aos filhotes de aranha não sei o que significam.




Bia.... Tô ficando louca! diz:
massa, nao sabia
Dr. Augustav Young diz:
Já sonhar com água em quantidades menores ou em meios controlados (como, no seu caso, uma piscina) supõe fertilidade e renovação. Também não sabia?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não, li que sigicifava ascenção social


Dr. Augustav Young diz:
Também, está incluso em "renovação". Você concorda com estas interpretações?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sim
Bia.... Tô ficando louca! diz:
mto
Dr. Augustav Young diz:
Já uma cobra que te ataca significa traição da pessoa menos esperada. Se consegue matar, é sinal de uma vitória contra os seus inimigos. Com o que se enquadra, no seu caso?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não matei a cobra
Dr. Augustav Young diz:
Mas quando é uma cobra de grandes dimensões, e surge enterrada, é conotação sexual. Aplica-se no seu caso?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
olha, aí já nao sei. HAHAHA
Dr. Augustav Young diz:
Então há desconfianças que sim?
Dr. Augustav Young diz:
Com essa demora para a resposta, estou me indagando se paciente, neste caso, é você ou eu.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
a eu nao tinha visto essa pergunta, desculpe
Bia.... Tô ficando louca! diz:
pode ser que sim né
Dr. Augustav Young diz:
Quais os indícios?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sei lá, talvez mostre o desejo de ter não uma vida sexual mas uma companhia, vai saber
Dr. Augustav Young diz:
Você concorda com Freud que todos os problemas psicológicos têm origem sexual?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
não sei, pode ser que sim!


Dr. Augustav Young diz:
Então vamos mudar de assunto para você não se constranger, voltaremos a ele quando se sentir mais confortável. Você se julga uma garota normal?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
nao, acho que nao sou normal
Dr. Augustav Young diz:
Por quê?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
porque sei la, eu nao gosto de tudo que uma garota normal gosta ou faz
Bia.... Tô ficando louca! diz:
como ir em balada todos fds, bebe, ficar


Bia.... Tô ficando louca! diz:
viajar
Dr. Augustav Young diz:
Você não bebe nem fica?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
nao faço issu
Bia.... Tô ficando louca! diz:
beber ate cair ficar um monte nao


Dr. Augustav Young diz:
E ficar?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ficar um monte nao mais
Bia.... Tô ficando louca! diz:
que dizer, tem umas q dizem que fikei com pouco cara em relação a elas


Dr. Augustav Young diz:
O que seria "ficar um monte"? Com quantos já ficou?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
32 por ai
Bia.... Tô ficando louca! diz:
tem umas que ficaram com mto mais
Dr. Augustav Young diz:
Vc acha pouco ou muito ter ficado com 32?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
em relação a maioria de meninas, acho que ate foi pouco
Bia.... Tô ficando louca! diz:
em 7 anos 32 caras por ai nao eh tantooo
Dr. Augustav Young diz:
E como você consegue ficar com seus pais a policiando tanto?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ah, antes eu ficava eu saia mais
Bia.... Tô ficando louca! diz:
em festinhas
Bia.... Tô ficando louca! diz:
em casa d amigos
Bia.... Tô ficando louca! diz:
escola
Bia.... Tô ficando louca! diz:
escondido
Bia.... Tô ficando louca! diz:
rs
Dr. Augustav Young diz:
Fale-me sobre a sua infância.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
foi uma delícia
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eu era mto feliz.comia só coisa gostosa.via desenhos bobos
Bia.... Tô ficando louca! diz:
tinha uma Boneca (a Jessica) da qual eu nao desgrudava
Bia.... Tô ficando louca! diz:
e tenho ate hj
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Batia a cabeça na parede (segundo relato de familiares)


Bia.... Tô ficando louca! diz:
era invocada e ao mesmo tempo um doce
Dr. Augustav Young diz:
E quais episódios mais a marcaram?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
quando fiquei presa na roda gigante rs
Bia.... Tô ficando louca! diz:
quando eu ficava quinta feira a tarde vendo o desenho do tom e jerry comendo danoninho


Bia.... Tô ficando louca! diz:
axo que por issu ainda sou apaixonada por quinta feira a tarde
Bia.... Tô ficando louca! diz:
também quando ia na mercearia com minhas vizinhas comprar pirulito que vinha com pozinho
Bia.... Tô ficando louca! diz:
e compra papel de carta pra colecionar
Bia.... Tô ficando louca! diz:
e tbm quando em noites de calor minha mae abre a janela da frente de casa e a cortina voava, dava uma paz, e ai passava alguem a chamava e eu ia pra rua brinca, andar de roler (tenho machucado ate hoje na perna)


Bia.... Tô ficando louca! diz:
e caçar barata
Dr. Augustav Young diz:
Você não tinha medo de barata?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Não, antes nao
Bia.... Tô ficando louca! diz:
diziam que eu era um verdadeiro piazinho
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Chutava, reclamava
Bia.... Tô ficando louca! diz:
gostava de futebol
Bia.... Tô ficando louca! diz:
mas ao mesmo tempo era um doce e fofinha uhiha
Dr. Augustav Young diz:
Quando você sentiu que não era mais criança?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
quando dei meu primeiro suspiro por alguém
Dr. Augustav Young diz:
Quando foi isso e por quem?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
por um francês que estudava na minha escola, tinha muitos franceses la onde estudava, vindos pela Renault pro Brasil
Bia.... Tô ficando louca! diz:
especificamente pra Curitiba
Dr. Augustav Young diz:
Por que você tem fixação por vampiros?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
quando vi Garotos Perdidos com meus 11 nos por ai


Bia.... Tô ficando louca! diz:
achei diferente, gostei deles
Dr. Augustav Young diz:
O que você gostou neles?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
a irreverência, a beleza que eles tem mas que nao mostram, o jeito deles e suas falas.
Dr. Augustav Young diz:
O fascínio não seria pelo fato de serem subversivos, elegantes e destemidos?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
também
Dr. Augustav Young diz:
O aspecto da sedução também não a atraía?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sim! hj em dia atrai!


Dr. Augustav Young diz:
Gera algum tipo de fantasia?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
olha. uma curiosidade danada gera!
Bia.... Tô ficando louca! diz:
mas sei que eles nao existem, por isso sei que so ficaria o desejo na minha mente
Dr. Augustav Young diz:
Qual desejo?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Desejo de poder ver um de perto falar sentir sei la


Dr. Augustav Young diz:
Acha que há alguma conotação sexual nisso?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
acho que minha paixao por eles vai alem disso, talvez nao queira um vampiro mas alguem misterioso e destemido como um!
Dr. Augustav Young diz:
Entendo. O pescoço é uma das suas zonas erógenas mais sensíveis?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
aham
Bia.... Tô ficando louca! diz:
n pode nem encostar hHAHAH


Dr. Augustav Young diz:
Qual foi sua reação quando menstruou pela primeira vez?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
fiquei achando que era unica no mundo, odiei!


Dr. Augustav Young diz:
Certo. Você não gosta de viajar?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
nao sou mto fã da viagem, ate gosto e tenho vontade de conhecer lugares, so nao gosto da viagem no momento no carro, sabe
Dr. Augustav Young diz:
Você tem claustrofobia?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
tinha mais antes, hoje menos


Dr. Augustav Young diz:
Alguma outra fobia?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
acho que tenho um pouco de emetofobia
Bia.... Tô ficando louca! diz:
descobri na internet
Dr. Augustav Young diz:
E como lida com isso?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ah, faz anos que tenho isso
Bia.... Tô ficando louca! diz:
entao hoje em dia to melhor
Dr. Augustav Young diz:
Essa é uma fobia bastante comum. Comumente associada à fase oral.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
comum
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eu fiquei sabendo que é pouco comum
Dr. Augustav Young diz:
Sim, nos EUA cerca de 6% da população a tem.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
isso não é comum
Bia.... Tô ficando louca! diz:
medo de vomitar não e comum
Dr. Augustav Young diz:
6% é o triplo do número de vegetarianos. E eu acho que ser vegetariano é comum, portanto, emetofobia é comum.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eu não acho comum, a maioria arregala os olhos e diz: nossa você tem medo de vomitar, mas e tao nutural.
Dr. Augustav Young diz:
Só tem essas fobias?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
so
Bia.... Tô ficando louca! diz:
de altura um pouco tambem


Dr. Augustav Young diz:
O nome é acrofobia, e também é bem comum. Embora, pelo visto, você só considere comuns fobias que passem de 10% do contingente populacional. E quais suas paixões?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
paixao, paixao a natureza aos doces
Bia.... Tô ficando louca! diz:
a minha cadela
Bia.... Tô ficando louca! diz:
já me sinto mais aliviada podendo desabafar com você, pelo menos nao estou num diva com alguem me olhando, avaliando. aki posso falar o que quiser
Bia.... Tô ficando louca! diz:
hHAHAH
Dr. Augustav Young diz:
E por que não fala?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ja estou falando ha muito tempo, respondendo a sessão
Dr. Augustav Young diz:
Você se acha uma garota transparente?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eu sou, mas tem assuntos que nao!.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sou em relação a mim
Bia.... Tô ficando louca! diz:
mas tem coiss que penso que nao sou
Bia.... Tô ficando louca! diz:
teorias
Bia.... Tô ficando louca! diz:
crenças
Dr. Augustav Young diz:
Quais?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Ah, varias coisas
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Maluquices, deixa quieto.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
eu penso demais as vezes
Dr. Augustav Young diz:
E o divã não é justamente para colocar para fora suas "maluquices"?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
bom, eu tenhu crenças sobre o Egito, pirâmedes, sobre a Amazônia, sobre os maias, sobre coincidências sobre números


Bia.... Tô ficando louca! diz:
essas coisas
Dr. Augustav Young diz:
Entendo. O que você acha que é norma em sua personalidade?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
contestar tudo!
Dr. Augustav Young diz:
Só?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
tem mais
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sonhadora


Dr. Augustav Young diz:
Sonhadora em que sentido? Com o que você sonha?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
muitas coisas
Bia.... Tô ficando louca! diz:
com minha vida no futuro
Bia.... Tô ficando louca! diz:
com um mundo no futuro
Dr. Augustav Young diz:
E como imagina que será?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
nao sei ainda imagino varias possibilidades
Dr. Augustav Young diz:
Cite algumas.
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ou mora sozinha em outro país ou aqui mesmo, estudar fora por um tempo
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ser livre
Bia.... Tô ficando louca! diz:
casar


Bia.... Tô ficando louca! diz:
ou morar com um gato somente
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sei la
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ou morar um tempo na frente do mar numa montanha
Bia.... Tô ficando louca! diz:
com alguem
Dr. Augustav Young diz:
E como é esse alguém?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
fico tentando definir mas quanto mais faço isso pior eh
Bia.... Tô ficando louca! diz:
deixo rolar
Dr. Augustav Young diz:
E você pretende se casar de branco como manda a tradição?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
sim
Dr. Augustav Young diz:
Onde quer passar a lua de mel?
Bia.... Tô ficando louca! diz:
Egito ou nova yorque ou miami
Bia.... Tô ficando louca! diz:
por ai


Bia.... Tô ficando louca! diz:
Fernando de Noranha pode ser tambem
Bia.... Tô ficando louca! diz:
ou se nao der nada disso, pode ser na minha futura casa mesmo





Quem nunca desabafou através de um nick? Quem nunca expressou sua raiva ou tristeza pela foto do msn? Quem nunca guardou a raiva ou a tristeza para compartilhar por msn com alguém? No meu divã ninguém me vê... ninguém me avalia; apenas me ouve ou lê. E aí, eu volto à vida normal.



Bianca Silva