quinta-feira, 31 de julho de 2008

Eu me amo e você odeia



Nada contra os costumeiros “ditados populares”. – Sua inveja faz a minha fama. Este dito vai de encontro às diferenças que dão as cores ao mundo. O que seria das morenas roliças se não fossem as loiras albinas? O que uma tem de melhor ou de maior do que a outra? Digo. Nada. Mas tudo a favor de um bom comentário contra. – Olha lá, a bunda dela parece ser achatada. (e nem percebe que seu comentário destina as atenções do grupo, inclusive do seu marido a nádega mais do que perfeita da colega).
Veja “coitada” daquela moça. Tem os olhos tão azuis que nunca pode sair ao vento sem usar óculos escuros. Pra que ter olhos claros se tem que se esconder por detrás de lentes negras. (e mais uma vez o foco é concentrado na “rival” odiada).
ODIAR, que palavra estranha. Senti-me mal em escrevê-la agora. Apesar de saber que os opostos se complementam e de que amar é uma delícia (Amo muito na vida. Desde uma brisa matinal, até um bom salão de beleza ou um belisco em um pedacinho de chocolate amargo), não sei se eu tenho capacidade para odiar. Por mais que receba uma maldade gratuita, destas “criaturas” que amam se vingar (outra palavra feiosa) fazendo baixeza e mesquinharias com o colega. Não tenho capacidade de odiar. De sentir tal sentimento, de ter prazer em “chutar cachorro morto”. O cara já ta lá mal, ferrado, para que espezinhar mais. Medíocre isso. Parece-me comportamento de quem ainda não cresceu. Mas... Acho que me perdi, vamos voltar ao tema. Hehe!
Emanar luz e consequentemente ofusca os olhos alheios. Sempre me destaquei, desde pequena. Do colégio a natação. Da escola de inglês a vizinhança. Vez ou outra como campeã de nado sincronizado, colhendo elogios e medalhas. Vez em quando namorando o “bam bam bam” do colégio, adquirindo olhares invejosos por onde passava. Até aqui no blog, apesar de saber que ainda tenho muito que aprender e que nem sempre tenho tempo de me dedicar ao meu post, fiquei surpresa ao saber recentemente que o texto mais lido foi um dos meus.
Hoje sou empresária da comunicação, estou prestes a abrir filial da minha empresa em uma metrópole, tenho um namorado enlouquecidamente apaixonado por mim, cuido muito da minha alimentação e faço frequentemente exercícios o que deixa minha ferramenta desejada por muitos. Gosto de ler, de escrever e volta e meia passo por desaforada. Não só ás quintas, mas pelas quebradas da vida e me orgulho muito disso. Portanto, pode falar. Pois sem perceber você só me ajuda. Você faz a minha fama despertando curiosidade nos outros a meu favor Hehe...


Verônica Pacheco

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Todo mundo, ela, ele e além.



A esposa
Todo mundo adora deixar o marido em casa e ir pro shopping, comprar numa boa, sem ninguém pra apressar e fazer cara de ranzinza. Mas eu odeio fazer compras sozinha ou com minhas amigas. Gosto de ir com ele mesmo. Eu sei que você, como minha analista, vai dizer que moda e consumo são compensações para a minha carência afetiva, porque o Oswaldo e eu... você sabe, quase não “praticamos”, né. Ah, mas eu acho que sou feliz porque pelo menos tenho essa forma de compensação. E as minhas amigas que nem isso tem? Vou no shopping, me encho de sacolas e meu maridinho me acompanha o tempo todo. Aliás, é justamente essa cumplicidade que mostra o quanto ele me ama. Ele é companheiro, vai comigo em tudo quanto é loja, não se importa de esperar por horas até eu fazer a minha escolha. Não é um fofo? Que mulher tem a sorte de ter um maridinho compreensivo assim? Ele nem se importa de eu caminhar devagar por causa do salto. Espera eu me trocar, dá palpite, pede pra eu provar quantas eu quiser. Você já viu marido assim? Ele não sai me puxando da frente das vitrines quando eu vejo hipnotizada um novo modelo de sapato. Nem fica me cutucando e apontando pro relógio. Com ele eu me sinto à vontade, sabe como? E eu vejo que sou uma das poucas privilegiadas que podem ter o marido como companhia nas compras. As outras todas vão com as amigas. Quando o marido vai junto, fica lá implicando com tudo, de braço cruzado na frente do provador, ligando no celular a cada dez minutos pra saber o placar do jogo. Você é a única pessoa que me dá tanta atenção assim. Acabou minha hora?

O marido
Eu sei que todo mundo adora quando a mulher vai pro shopping porque daí dá pra ver o futebol na boa, sair pra beber, o escambal. Mas eu odeio. Gosto de ir com ela, sim. E pra que vocês não pensem que eu sou viado querendo ver vitrine e saber as tendências da estação, vou logo explicando. Antes, alguém pede outra gelada pro garçom. Isso. Seguinte, eu acompanho minha mulher todo sábado no shopping, assumo. Mas vou só pra ver a mulherada desfilando, escolhendo roupinha e tal. Fico morgando naquela poltrona do marido que tem nas lojas, e às vezes até consigo ver alguma coisinha interessante pela fresta da cortina no provador. Dia desses vi uma morena sem a parte de cima do biquinin, hmmmm... tetéia. Só não gosto muito quando tem coleção outono-inverno, entendem. Porque a mulherada se enche de roupa. E as sacolas da minha mulher ficam mais pesadas. Dá vontade de deixar tudo no corredor e sair correndo. Só não faço porque logo o tempo esquenta e volta a moda primavera-verão, ô beleza. Mas mesmo no inverno é bom passear com ela. Outro dia desses conheci uma vendedora, que delícia. Tem de ver. Vocês não iam acreditar. Corpinho, tudo no lugar. Mocinha simples do interior. Eu comi no provador, juro! Minha mulher nem desconfiou de nada porque estava superfeliz que era dia de liquidação. Quem descobriu foi a chefe dela, que a guria chama de “sargentão”. Nem sei se deu merda, isso já faz uns dois, três meses. Vou saber no próximo sábado que tem comprinha de novo naquele shopping. Daí tudo se repete: mulherada pra lá e pra cá, roupinhas, calor chegando, ô vidão!

A vendedora
Pode me demitir, sargentão, tô grávida mesmo.


Mario Lopes

terça-feira, 29 de julho de 2008




GOSTOS QUE FAZEM A DIFERENÇA




Quem não se lembra da história da “Fantástica fábrica de chocolates”, quando Willy Wonka, que detestava crianças abre as portas de sua fábrica de doces para 5 crianças sortudas e acaba doando a fábrica pro menino pobre e bonzinho Charlie. Claro que todos lembram pelo menos da versão atual de Tim Burton protagonizada pelo fenomenal Johnny Depp.
Não, eu não odeio o filme e não, eu também não vou falar do ódio que o Wonka tinha de crianças. Eu vou contar a minha versão do que pode ter acontecido após o final do filme...

Wonka ficou um ano na pequena cidade até ensinar tudo pra Charlie e depois se mudou para Mônaco ou um desses paraísos para ricos onde todos são velhos e não há crianças ou as crianças ficam dentro de grades, cuidadas por babás.
Charlie cresceu. Sentiu o peso da concorrência e por mais que se dedicasse ao trabalho, não tinha talento pra fazer o negócio prosperar. E o pior...era tímido demais e não conseguia achar a esposa certa. Todas que se aproximavam dele, só estavam interessadas no seu poder ou pelo menos em ganhar uma caixa de chocolates.
Então, ele encomendou uma pesquisa com seu depto de marketing...De oompa loompas? Não, na verdade a maioria deles morreu e os poucos que sobraram se dedicam apenas à fabricação dos doces. Na pesquisa ele descobriu que 97% dos homens e 99% das mulheres amavam chocolate e só não comiam todo dia porque engorda, óbvio. Então, o que ele fez? Escolheu 5 mulheres que se encaixavam nesses 1% que diziam não gostar de chocolate e as convidou pra passar um dia com ele na fábrica.
Uma delas não resistiu quando viu o chocolate branco. A segunda se perdeu na quantidade enorme de amêndoas e castanhas de caju que os oompa loompas colocavam no caldeirão do chocolate recheado. A terceira teve o maxilar quebrado ao experimentar a diversidade de gomas de mascar. A quarta ficou muito doida bebendo litros e litros de licor de chocolate, misturado ao sorvete de passas ao rum.
Mas a quinta, a meiga e interiorana Ana, não apreciou nenhum doce. Achava tudo muito enjoativo. Mesmo na TPM ela não apelava a qualquer tipo de doce, seu prazer era mesmo um pãozinho com queijo. Charlie ficou encantado com a simplicidade e a doçura de Ana. Deveria ser isso...como ela era doce 24 horas por dia, não tinha necessidade de ingerir mais doce, ficava sobrecarregada. Charlie começou a se encontrar mais vezes com Ana, conversa vai, conversa vem e um dia descobriu que na intimidade Aninha não era tão doce assim. Isso o estimulou tanto que eles resolveram casar na vida pessoal e na vida profissional. Ampliaram e diversificaram o negócio, criando A Fantástica Fábrica do Pão de Queijo. Foi um sucesso. E eu finalmente virei cliente assídua.
By Mazé Portugal

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Tema da semana: O que todo mundo gosta e eu Odeio ??



SEXOOOOOO

Vai me dizer que você não gosta de sexo? Sexo com amo, sexo por prazer, sexo com tesão, sexo com paixão ...
Vai me dizer que você não gosta do olho no olho, pele na pele, poro com poro? A respiração que acelera, a boca que enche d´água, a pupila que dilata e o coração que maltrata?
Vai me dizer que você não A-DO-RA aquele final de noite, depois de se produzir toda com aquele tubinho decotadérrimo, perfume matador, lingerie comprada no dia especialmente pra ele e aquele salto agulha? E ainda nesse final de noite ter a certeza de que você está a poucos minutos do melhor sexo da sua vida?
Vai me dizer que você não a-do-ra ficar com ele naquela tarde chuvosa, debaixo do cobertor, só “à base de água” (e muito sexo, já que vocês definitivamente não conseguem nem pensar e nem fazer mais nada além disso)? E quando vocês explodem no elevador, na escada, “na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê”, como já diria Paula Toller? Todo mundo adora ...

Menos eu. ODEIO SEXO.

Odeio ficar a semana toda esperando a minha metade exata para botar essa deliciosa prática em ação.
Odeio ver casais apaixonados, pombinhos e afins aos beijos e abraços enquanto eu penso: faltam 5 dias, faltam 4 dias, faltam 3 dias, faltam 2 dias ...
Agora sim, ao te encontrar passo a AMAR o que até então todo mundo gostava e eu, sem você, ODEIO


Juliana Zattoni é publicitária atuante em São Paulo e Desaforada X (num momento saudades...)

sábado, 26 de julho de 2008

Anime Girlssssssssssssssssss



Poucas coisas são tão sexys quanto pin ups (o mesmo vale para os avatares das Desaforadas, claro), mas há sim um clã de rivais à altura. Harmonicamente excessivas, inocentemente perigosas e trivialmente mágicas, as anime girls (personagens femininas com traços típicos dos filmes de animação japoneses) já tiveram seu poder usado por Quentin Tarantino e são a quintessência da sensualidade misturada à fantasia. Aqui está uma seleção de 50 links para clips em formato de slide show apresentando cerca de cinco mil anime girls.

Pussycat
http://www.youtube.com/watch?v=zApDE_0coFI

Park
http://www.youtube.com/watch?v=sUwEsMywZic

Placebo
http://www.youtube.com/watch?v=Bb6Kyh2_z_A

Eletrônica
http://www.youtube.com/watch?v=1xWFQKb6sZI

The Servant
http://www.youtube.com/watch?v=OovZESecHRw

Sisqo feat. Foxy Brown
http://www.youtube.com/watch?v=7LmLZ35hnbg

One Point Oh
http://www.youtube.com/watch?v=S7sroNS5B2o

Beep
http://www.youtube.com/watch?v=YcMWdgylolw

Kylie
http://www.youtube.com/watch?v=JTVchIcG5lw

Britney
http://www.youtube.com/watch?v=i9-CFWVy1uY

Yeah
http://www.youtube.com/watch?v=ymmJto_pRS0

Afections Across Time
http://www.youtube.com/watch?v=w8iXeIDNrJU

Bad Medicine
http://www.youtube.com/watch?v=YewkOoCvczY

Erick Morillo feat. P. Diddy
http://www.youtube.com/watch?v=T2ck4B8gYso

eLee
http://www.youtube.com/watch?v=3sEVS7nOlag

Shaggy
http://www.youtube.com/watch?feature=related&v=2hugcHmeTOU

Mas Heart
http://www.youtube.com/watch?v=DrAascX5ycg&feature=related

88 Lines
http://www.youtube.com/watch?v=mDO335eNosI

Ixpic
http://www.youtube.com/watch?v=VL1Tw8qkBn8&NR=1

Kelly Clarkson
http://www.youtube.com/watch?v=oYojm5l3GSI&feature=related

Yeliel
http://www.youtube.com/watch?v=JPIWhDqhLCc

Gimmie Your Lovin
http://www.youtube.com/watch?v=I9I0ws-a61I

Iluvanimegilrs
http://www.youtube.com/watch?v=S3g2pXmdpeg

Sexy Summer
http://www.youtube.com/watch?v=TP4THdQJYZY&feature=related

Straight To Video
http://www.youtube.com/watch?v=bEDzFdofa_U&feature=related

Cute
http://www.youtube.com/watch?v=IP1G2GsvNjc&feature=related

Rock Urbano
http://www.youtube.com/watch?v=o_u086Z08kU&NR=1

Swinsuits
http://www.youtube.com/watch?v=flEY-an4amM

Hentai
http://www.youtube.com/watch?v=Ipx3f4Z_JX8&NR=1

Good Charlotte
http://www.youtube.com/watch?v=YlfEYMKwh5k

Beah Style
http://www.youtube.com/watch?v=hJ_nVGXoNoc

#4
http://www.youtube.com/watch?v=x6BG4jXEXNo

Lady In Black
http://www.youtube.com/watch?v=l0nVrNxEdhw

Moonlight Shadow
http://www.youtube.com/watch?v=Q3nMb1O8Wg0

Hip Hop + R&B
http://www.youtube.com/watch?v=JYqGEUk-PfQ

L’Acqua
http://www.youtube.com/watch?v=doQKXGD3yAE

Cowboy Bebop
http://www.youtube.com/watch?v=hDFIKe13yRE

Dirty Mary
http://www.youtube.com/watch?v=5YCb9wo4pKM

Dance
http://www.youtube.com/watch?v=84ZBG0toHBo

Bloody Angel
http://www.youtube.com/watch?v=aseq2WPfx1c

Japanese Song
http://www.youtube.com/watch?v=WfO-FghxvXM&NR=1

A Little Too Sexy
http://www.youtube.com/watch?v=jqfpzfVAMCA&feature=related

~3
http://www.youtube.com/watch?v=fXQ1vSQZXdo

Girl Friends
http://www.youtube.com/watch?v=jjysf4JFw1M

Nipo Orgasmic
http://www.youtube.com/watch?v=AJOcae7rvAw

School Girls
http://www.youtube.com/watch?v=HduRpvSP4NU

Sayonara
http://www.youtube.com/watch?v=hH867wYQ5NA

Remake
http://www.youtube.com/watch?v=zfxODqTQLFg

50 Cents AYO
http://www.youtube.com/watch?v=HVh-d5enza4

Soft Hentai
http://www.youtube.com/watch?v=Cx-1fO56EOY&feature=related




Mario Lopes
Realmente a sexualidade está em cada pessoa, independente do corpo, idade e classe social. A Aletéia abordou um pouco o assunto na segunda-feira quando citou um casal que com roupa de academia e suados se tornaram sexys um para o outro. A Mônica também falou do assunto quando disse, ontem, que uma simples mexida no cabelo pode ser sexy.
Observei muito as pessoas nesta semana para escrever este post. Percebi que todo mundo sabe ser sexy, homens e mulheres. Primeiro na aula de boxe vi um casal que entre socos aproveitavam para se olhar e se beijar. Falei com eles e descobri que se conheceram na academia e há quatro anos treinam juntos. Ela foi fazer boxe porque achava sexy e realmente os olhares que um dá ao outro é de matar. Detalhe, os dois não possuem a silhueta desejada pelo mundo moderno, mas eles não ligam!
Ontem fui ao Bagdá Café assistir a apresentação de dança do ventre com uns amigos e meu namorado. Realmente as mulheres são muito sensuais. Vi muitos homens suando por lá, hehe e o legal é que das 12 mulheres só duas delas tinham o corpo que eu imaginei. Muitas as carninhas eram abundantes na região abdominal. O que eu quero dizer com estes dois exemplos é que você pode ser sexy com uns quilinhos a mais, lavando roupa, toda suada, etc... desde que você saiba de todo seu poder de sedução. Então mulherada aproveitem seu poder. Se não tem o corpo que quer aproveite a jogada de cabelo, o olhar. Se não sabe conversar abuse dos gestos..e por aí vai! O que importa é estar feliz com você mesma. Assim com certeza você vai ser a pessoa mais sexy do mundo para um alguém.

Josiany Vieira

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Você sabe ser sexy? Tem certeza?



Existe uma grande confusão de conceitos hoje. Ser sexy nada tem a ver com decote, salto alto e (pior) bunda ou peitos à mostra. A sensualidade vem de dentro, é atitute que brota sem intenção. Nada tem a ver também, com conceito de beleza. A Angelina Jolie é linda e todo mundo sabe disso. Ela virou um padrão social de beleza ditado pela mídia e por nós mulheres (as maiores ditadoras de todos os tempos. Somos piores que Hitler, em se tratando do próprio corpo, ou do corpo das rivais). Angelina seria horrorosa na época da renascença. Como podemos dizer que ela é sexy sem conhecê-la? Alguém aqui já passou um dia (ou uma noite) com ela?

Toda e qualquer questão de sedução hoje é sinônimo de barriga chupada e renda preta. As mulheres perderam sua essência. Esqueceram que um simples gesto, como passar a mão no cabelo para tirar alguns poucos fios do rosto, pode ser mais sexy que uma cinta-liga. Uma camisa de algodão pode ser mais “sexy” que qualquer meia sete oitavos.

Defendo que “sexy” são atitudes e não pessoas. São comportamentos. Vou ainda mais longe (que me odeiem todas as mulheres), diria que toda essa mulherada pelada nas capas de revista, nas cenas de filmes e nos canais de TV são um bando de acéfalas que nada têm de sensualidade, aliás, aposto que nenhuma sabe ser “sexy”. Elas não precisam ser nada, além de bunda. Elas não precisam de atitude para que um homem babe por elas. A mídia já deu tanto poder à elas que de mais nada elas precisam (E não venham me dizer que isso é papo de mulher feia, gorda e recalcada. Que não sou nada disso). Digo também, que a maioria da mulherada por aí apela para a vulgaridade quando tenta ser sensual. Que esqueceu de ouvir a essência dentro de si para ler a revista Nova com suas receitas mirabolantes de como ser sexy ou como dar para o vizinho. Pra terminar, gostaria de lançar um desafio, que você, cara leitora, tente ser sexy essa semana de calça de moletom e camisetão. Sem apelar pra nenhum “item opcional” além daqueles que já fazem parte de cada uma. Quero ver quem consegue... Depois voltem, pra me contar.



Mônica Wojciechowski

quinta-feira, 24 de julho de 2008


Pin Upsssssssssss

Poucas coisas são tão sexys quanto pin ups (apesar de os avatares das Desaforadas serem páreo duríssimo). Por isso, aqui vai um desfile das que já marcaram sua ilustre presença neste blog. Só cuidado para não babar no teclado.



































































Mario Lopes













quarta-feira, 23 de julho de 2008

S. E. X. Y.



Sexo é um mistério. Mas deixa suas instruções e pistas em toda parte. Pode-se ler o sexo até mesmo no ar, pois a brisa no meio da mata embala o pólen até o ventre delicado da planta vizinha. Ele está tão presente em nosso mundo que na verdade não é necessário buscar pistas: elas estão sempre diante de nossos olhos. A palavra SEXY não é uma palavra. É uma sigla. Praticamente um manual de instruções. A mais perfeita codificação elaborada pelo acaso. Ou planejada com meticuloso cuidado por calígrafos de tempos imemoriais. Aqui vai a dissecação em médio grau de meticulosidade de cada uma das iniciais. As interpretações e revelações continuariam ad eternum.
S de Sinuoso, de Sedutor, de Serpente. Ssssssssssss. Mas também de Sutil. S de Som. Do Som da gota na chapa quente. Tsssssssss. Da Saliva pendendo na ponta da língua como um pingente de cristal, pronta para mergulhar na pele e se espalhar pelo corpo, distribuindo seu vapor por todos os poroS. Tssssssssssss. S de Sinuoso, como a própria letra inssssssssinua. Nua. S de Soberbo, de Saciar. Também S de Safadeza. S que se fala com cuidado estratégico: nos Sussurros, no Suspiro, na Surdina. S de Simples, como um sorriso; mas também S de Sofisticado, como a Safra do vinho que melhor combina com os morangos da estação. O S de Santidade é o mesmo S de Sacanagem. S de Sóbrio, de Salutar, mas também de Síndrome, de Socorro. S de Satisfy My Soul, de Satisfaction, de Stairway To Heaven. Sexo bom tem S da Saudade. Aquela que resgata o momento exato da queda refrescante da gota de Suor. S de Sofrer porque o corpo quer mais, porque no excesso de prazer a carne chega a exigir um tapa, algo que reconduza a mente a seu lugar de Sanidade. S de Sabor, de Suculento. E para mostrar que a inicial não é uma mera coincidência, um capricho da ortografia em affair com a semântica, é bom lembrar que se é dois ou mais, então têm S no final. O S é plural. Mas mesmo Solitário começa com S, porque nossa fisiologia e libido são tão democráticas e generosas que se pode fazer sexo sem mexer um único músculo do corpo: basta movimentar as Sinapses. O S atrai porque é um arauto do Sucesso. É S de Sapiência. De Sublime. De Sensação, de 5 Sentidos. De Super. De Sibila. De Sulco. S de Sim. S de Sexo.
E de Elegante, de Ereto. Três degraus escorados por um mastro. Cada degrau uma informação: Elegância. Equilíbrio, Êxtase. A Elegância por vezes pode estar na Extravagância: aquela roupa Excessiva socialmente é que fará toda a diferença entre quatro paredes. O Equilíbrio não está no morno, mas na condução, na balança com pesos nas pontas Extremas: na boca que se aproxima e ora toca com a sutileza de uma pétala; ora é pura ardência, com mordidas e enroscar de lábios e línguas agressivas. Êxtase porque ele se inicia muito antes do orgasmo: está na primeira impressão, na segunda vez, no último suspiro. E de Expontâneo, de Exótico, de Endorfina, que é o nosso fio condutor natural do prazer. O E é um somatório: eu E você. Eu, você E mais ninguém. Eu, você E tudo. Éden também começa com E. Porque é para lá que vão os amantes. Aliás, é a única forma de conhecer o paraíso sem precisar sair do corpo. Ou melhor, usando o próprio corpo. O Éden aqui não é um lugar, é alguém.
X de cruzamento, de alvo, de proibido. Quando a censura queria marcar o fotograma a ser eliminado de um filme por seus excessos, assinalava um x vermelho sobre ele. E X também marca a alternativa certa. O X é signo do exato, do absoluto. É o sinal que indica a premência da técnica, porque sexo se aprende e se aprimora. Sexo é a ciência da mais essencial atividade física. É esporte e é arte. Eis o X da questão. As letras E e X formam um casal: O X da eXperiência, de eXtraordinário, de eXpor. O X faz sorrir para a fotografia. Faz sorrir para a vida.
Y como uma taça, um drink, um brinde, tim-tim. Agora, repare: a parte superior é um par de pernas abertas apontadas para cima, e a parte inferior é um falo, um tronco em riste, empinado, apontando para o centro das pernas. O Y tem som de i: se tivesse um pingo, ele estaria no meio das pernas. Porém, o pingo é invisível, é o mistério, o segredo, o i é o G, o ponto G da letra. E a parte superior é também um V de Vitória, dois dedos em sinal de Paz e Amor. Muito amor para dar e receber. Para encerrar a palavra, mas não seus significados.


Mario Lopes

terça-feira, 22 de julho de 2008

Falar em "ser sexy", para mim é inevitável não lembrar do "Right said Fred"cantando o clássico I`M TOO SEXY. Apesar do ar de deboche e as dezenas de vídeos ou algo do gênero tirando sarro do tema da música...temos de convir que ela tem um grande fundo de verdade. Afinal o grande segredo pra ser sexy é SENTIR-SE bonito, gostosão, sexy. É o velho ditado: Se eu não me gostar, quem vai gostar? Assistindo o vídeo, tem coisa mais sexy do que a voz rouca do vocalista, a argolinha na orelha (adoooro), as deliciosas poses e andadas na passarela e ele rindo dele mesmo? Aliás, brincar e não se levar muito a sério é a das coisas mais sexy que existem!

E por falar em brincar... play...vou deixá-los por aqui, pois estou saindo pra brincar de me sentir altamente sexy na pele da personagem Ursula Undress, uma atriz pornô decadente, mas que ainda se acha melhor que a prostituta top de linha Swellen Silva (foto ao lado)rsrs Quem quiser conferir as sexys personagens, a peça se chama SNUFF GAMES e estréia amanhã no Satyros 2 , em São Paulo. Temporada: quartas e quintas, 23h até 25/09. Fui!

Mazé Portugal


segunda-feira, 21 de julho de 2008

Tema da semana: O que é ser sexy?
Depende da situação...

Primeiramente o que vem a mente?
* Angelina Jolie e seu bocão;
* Um super decote;
* Uma mega fenda;
* Salto alto;
* A cor vermelha, preta...
* Rosas vermelhas...

Mas podemos ser sexy de diversas maneiras depende do seu estilo e da ocasião.
Um exemplo:

No estilo esportivo você pode ser sexy usando tênis e camisetinha branca...
Ou usando um shortinho, fazendo caras e bocas tomando água... tudo depende do clima... e de quem está de olhando...
Vou contar uma estórinha do casal Mary e Johny ...

Mary foi para academia como faz 3 x por semana e chegou em casa toda suada com sua roupinha de básica de ginástica... tênis, roupinha colada ao corpo...
Johny foi jogar squash e também chegou em casa todo suado... vocês já devem ter imaginado a estória.... é isso mesmo.
Mary estava super sexy para Johny que adorava seu estilo esportivo e principalmente seu cheirinho ultra sexy... e Johny ainda tinha seus fetiches... achava mega sexy Mary tirar o tênis, a meia e exibir seus pezinhos para Johny que fez a festa com todos os dedinhos... rss tem gosto e taras para tudo! ainda bem, né!
O final da estória não preciso contar... começou nos pés e foi subindo, subindo... começou na sala e terminou no banheiro com um super banho... e não preciso contar os detlahes deste banho, né! dá pra imaginar muito bem... rs

Todos somos sexy só depende do ângulo e dos gostos de quem olha!

By Aletéia Ferreira (Ale)

sábado, 19 de julho de 2008

Vício em

C_r_ fono_udiólog_.
T lvez senhor j´ tenh not do, c so contr´rio perceber´ n sequênci dest c rt .
Primeir mente, permit present r-me p r senhor : n´li p recid V l sc , n scid n pequen Gu r pu v (m s j´ n~o t~o pequen ssim), cid de p r n ense d qu l senhor cert mente s be lgum cois . Minh situ ç~o fic emb r ços p r cont r: t lvez senhor ind n~o tenh pesquis do n d p recido: est´ di nte d c rt redigid pel s m~os d nom li viv : vici d n letr “ ” (n~o d´ pr coloc r ess letr qui, sen~o c b ri recort ndo- p r coloc r n minh coleç~o). senhor s be qu l letr : quel que est´ f lt ndo qui n s p l vr s.
Ess doenç p ssou m nifest r-se j´ n minh inf^nci , qu ndo p ssei not r minh excessiv dmir ç~o pel letr “ ”. cho- enc nt dor , lind . Qu se tod s s p l vr s m is m d s dot m: m m~e, p p i, m m´, p p´, b b´, n´li - cl ro, n~o deix ri minh gr ç for dess . h´, h´, h´.
Qu ndo estud v n primeir turm escol r d minh vid (j rdim d inf^nci , ch m m educ ç~o fund ment l tu lmente) ti d v ul s mostr ndo mont gens d s letr s p r form r beced´rios engr ç dos: letr s feit s rtes n lmente, num “diversid de lúdic ” (el gost v d s f l s difíceis, coit d ), tinh letr s mold d s n rgil , recort d s d s c rtilh s, desenh d s c rv~o, r bisc d s té n rei , m s t l d letr “ ” sumi const ntemente. té ti encontr r um coleç~o gu rd d n minh l ncheir . N~o di ntou el d r c stigo: f zi pequen n´li , t dinh , f zer v´ri s letr s “ ” p r compens r s roub d s, m s qu nto m is f zi , g rot (euzinh ) m is gu rd v n l ncheir . té n c lcinh gu rd v , fin l ti h vi encontr do minh min replet de letrinh s.
N s minh s convers s, nunc f l v letr “ ”: p reci um forç m ior, cri ndo um coleç~o ment l dest letr . D í, minh s mig s recl m v m d m neir estr nh dess s minh s convers s, cl ro, fic v m bsurd s, n~o d v p r s c r n d d s fr ses, p reci bl´, bl´, bl´ tot lmente intr duzível ( li´s, continu p recendo, fin l ind f lo elimin ndo letr “ ”). M s cois m is esquisit senhor precis s ber: minh m ni estr nh respons´vel pel p rte v^nd l d minh person lid de, obsess~o incontrol´vel p r recort r letr s “ ” n s revist s, c rt zes, m nu is, c dernos, jorn is, c lend´rios, p r n~o f l r n s emb l gens, pl c s p r sin liz ç~o urb n ... té escrit br ile n~o esc p d s minh s empreit d s obsessiv s-compulsiv s (j´ di nto p r senhor definiç~o cl´ssic feit pel psicólog mig d minh m~e, mesm respons´vel pel recomend ç~o d senhor p r tr t r minh situ ç~o).
N minh c s h´ um dúzi de m l s inteir mente chei s, replet s té boc dess letr t~o f scin nte, m´gic , hipnotiz nte. Gu rdo t mbém c ix s, rm´rios, b ús, lém d s g vet s, lot d s d s letr s “ ” n s m is divers s v ri ções, form tos, t m nhos, m teri is...
J´ im ginou minh situ ç~o: s ir pel s ru s d cid de louc p r peg r c d “ ” ` su frente? B gunç vid p r qu lquer cid d~o. ntig mente, s í c t ndo l tinh s n s c lç d s, m s n~o er p r g nh r um gr n n vend ( lumínio cust c ro, di rist l´ n minh c s f lou d vizinh espert del , um c t dor “chei d g it ”, g r nte M rin lv ). s l tinh s t mbém n~o er m recolhid s p r f zer bo ç~o, er p r recort r s letr s “ ” n s m rc s K iser, Br hm , B v´ri , nt´rtic , lém d s estr ngeir s, qu se impronunci´veis.
D´ p r list r um enormid de coloss l d s situ ções esc bros s j´ ocorrid s n minh vid , c us d s pel compuls~o rel t d nest s linh s: expuls~o d escol , n mor dos irrit dos m nd ndo-me prender f l r, convers s f mili res emb r ços s, intern mentos n s clínic s psiqui´tric s, vex me n leitur d minh f l n form tur d turm , complic ções p r compr r p ss gem p r r r qu r ...
M s h´ um p rte bo ness hist´ri tod , d´ pr xing r ` vont de, t nto n escrit qu nto n f l : c r lho, porr , fod , bucet , filh d put . M ndo tom r n bund n m ior f cilid de, té diretor d escol n qu l estud v j´ m ndei pr’ quele lug r. fin l n~o h´ qu lquer pesso c p cit d tr duzir pront mente ess s cois s esquisit s p r udiç~o, p r leitur , p r ... s nid de.
cho minh situ ç~o b st nte complex , d í chei m is propri do deix r est c rt : p r s ber opini~o d senhor , lém d su re l intenç~o p r tr t r minh c us . fin l, credito, ch r´ minh m ni um birr típic d s g rot s louc s p r ch m r tenç~o. Respond vi e-m il, enc minh ndo respost p r nliprecid@hotmil.com (c d esp ço senhor preencher´ us ndo letr “ ”, logic mente).
P r encerr r, deix rei um fr se prendid c su lmente: nel , senhor perceber´, n~o h´ nenhum letr “ ”:
Tem gente que expõe os vícios dos outros porque desconhece os seus próprios.
Obrig d
n´li
h: f nei s letr s “ ” d su pl quinh , quel pendur d n port d su s l , entend -me. Tr rei s letr s “V” feit s ` m~o us ndo m ssinh p r model r. D´ p r troc r n pl quinh , n bo . B st deix´-l s de pont -c beç , f zendo tr cinhos n met de d s letr s. N~o s tr nsformei n letr “ ”, sen~o t mbém s lev ri p r minh coleç~o. N~o guento, precis rei grit r: hhhhhhhhhh!!!!!!!!







M rio Lopes
Meu vício...

As horas passam e meu organismo começa a reclamar. A abstinência é grande e me sinto aprizionada dentro de mim. Angústia! Vontade de chorar! De gritar! Agressividade! Quero sair correndo! Acabar com essa vontade louca que está dentro de mim,mas não posso, tenho que ser forte. Eu tento mas a agressividade aumenta. Alguns já perceberam que me acalmo assim que compro o produto proibido. Mas não posso! É proibido!!
Tento relaxar e dar uma volta mas vejo na rua inúmeras pessoas usufruindo do que não posso. Fico mais nervosa. Elas se deliciam com tanta vontade, com tanto prazer que meu cérebro começa a entrar em pânico. Eu preciso disso! Não posso viver sem!
Depois de horas relutando eu acabo não resistindo. Vou até o local, olho para os lados tentando evitar olhares conhecidos ou de censura, abro a carteira, tiro o dinheiro e acabo comprando. Nesta hora não me preocupo com a qualidade, cor, tamanho, etc..eu só quero acabar com a vontade imensa que estou sentindo de ter aquilo. Em um local seguro abro a embalagem e me delicio comendo o chocolate! Como é bom! Depois, sinto culpa mas fazer o que? Não resisto a esse vício

Josiany Vieira em retrato de uma mulher querendo emagrecer

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Pernas pra que te quero



Mal tinha chegado ao mundo e já sabia que o golpe era velho. Do alto de seus três anos e meio, a esperteza já paquerava com a curiosidade e fazia cair seu garfo no chão, acidentalmente claro. A irmã, dois anos mais velha, já conhecia bem os planos do mano, botando a mão na cintura como uma mocinha irritada. Nada que mudasse os planos (e o vício) de Edinho, que agora vislumbrava a fileira de pares de joelhos, panturrilhas, coxas, meias finas, sapatos de salto alto e, vez ou outra, uma tornozeleira para fazer charme e roubar sua atenção de moleque que quer brinquedo. Saiu engatinhando e apreciando os perfumes e linhas esguias das ex-colegas de faculdade da mãe. As fofocas e barulhos do restaurante em nada desviavam sua atenção. E as calcinhas... hmmmmm, as calcinhas! Tantas cores, tantos modelos. Por que será que Edinho adorava as calcinhas? E será que o que adorava era mesmo as calcinhas? Sentia-se mais atraído pelas de cor vermelha, porque se destacavam na cabaninha formada pelas saias. Mas seu pouco tempo de vida não o impedia de ser eclético. Gostava também das amarelas, que pareciam reluzir na escassa luz que chegava por baixo da mesa, e daquelas azul-bebê (até então ele desconhecia que a cor também era chamada de azul-calcinha). Aquelas cor-da-pele o deixavam confuso. Parecia que não havia calcinha. Ficava pensando em como seria não ter pipi. Aliás, queria saber o que havia ali, já que não havia pipi. Desviou de uma ou outra, porque ficou com medo do azul de varizes serpentiando em uma das pernas, ou das gordurinhas a mais de uma colega de mamãe que parecia se acomodar em duas cadeiras ao mesmo tempo. Chegou então ao fim do corredor de calcinhas e deparou-se com a ponta da mesa, onde supôs haver a calcinha master: um par de pernas roliças, sapatos salto agulha tão finos que eram quase ameaçadores, meias tão transparente que Edinho jurava inexistirem e uma saia roxa que cobria seu obscuro objeto do desejo. De súbito, as mulheres todas gargalham simultaneamente de alguma piada ou recordação de faculdade (possivelmente alguma que Edinho não poderia ouvir). Relaxada, a mulher da ponta da mesa vai abrindo suas pernas lentamente, descortinando seu par de coxas musculosas para a apreciação de um modelo que Edinho nunca havia visto antes, uma obra de arte, uma lingerie que lhe magnetizou o olhar, cobrindo um mistério que no futuro magnetizaria todos os seus atos, desde a procura do primeiro emprego até a dolorosa cirurgia para contensão da sudorese. Mas eis que surge sua proprietária, enfiando a face carrancuda por baixo da toalha de mesa: sua mãe. Não pelo semblante de fúria, mas sim pela reação interior de estranha repulsa pelo próprio desejo, Edinho escancara um choro alto e copioso, arregaçando uma bocarra larga e cheia de dentes de leite. A mãe furiosa o pega no colo fazendo as demais mulheres se derreterem em ternura. Suspiros por toda a mesa enquanto a mãe acomoda seu rebento sobre a coxa direita, exigindo que coma algo para fazer engolir o choro. O menino não quer olhá-la, naquela noite descobriu a vergonha. A mãe puxa suas mãos de frente dos olhos e exige que se recomponha. Ele obedece, vai parando de soluçar aos poucos e passa a beliscar as alcaparras, sem ainda levá-las à boca. Então, a mãe se dá conta: tira com rapidez o garfo da mão da criança. Seu nome pode ser Edinho, mas ela não tem a menor vocação para Jocasta.



Mario Lopes

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Hábito no equilíbrio
Vício (do latim "vitium", que significa "falha ou defeito") é uma tendência habitual para certo mal, sendo oposto à virtude.
O vício é uma mistura de fenômenos que se relacionam ao sentimento de amor, à necessidade e ao prazer. A pessoa que tem vícios busca alívio para suas dores tentando compensá-las de alguma forma. O vício, à semelhança da virtude, é um hábito. Ele é um hábito repetitivo buscando algum tipo de alívio em curto prazo. Ambos, virtude e vício, são em parte inatos e adquiridos. Inatos, enquanto encontram em nós uma predisposição, às vezes até genética ou hereditária, seja para a prática do bem, seja para a prática do mal. Adquiridos, uma vez que se desenvolvem, as virtudes, em decorrência de muito esforço; o vício, que também cria raízes profundas e até dependência física, por concessões nossas e influências externas ou do ambiente.
Mudando a forma/pensamento, podemos mudar a atitude e assim construir novos hábitos. Deixando de lado vícios ruins e/ou construindo bons.
Eu, por exemplo, sou viciada no meu trabalho. Amo o que faço e faço com prazer. Mas isso, por muito tempo, para quem leu meu post “Viagem Interna”, me fez esquecer de viver. Era trabalho 24h por dia, o tempo todo, com a cabeça focada só nisso. Hoje mudei, depois de perceber que eu não estava ganhando nada com isso. Ao contrário estava perdendo. Trabalho e muito, mas durante o horário comercial e não ligo o computa aos finais de semana. No máximo para ler o post do desaforado Mario que eu adoro. E procuro respeitar meus limites em tudo. Para tudo na vida tem que ter seu lugar e seu tempo e espaço. O equilíbrio na vida é que é o fundamental.

Verônica Pacheco

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Thank you for the music

Tenho uma série de vícios e manias, como todo mundo... rs Vício de comprar livros (e mania de cheirá-los dentro da livraria). Vício de ficar horas na internet e mania de testar aplicativos. Vício completo em categorizar coisas e pessoas e horas depois, desconstruir essas mesmas categorizações. Mas, sem dúvida, meu maior vício sempre foi a música. Desde que eu me conheço por gente, mais ou menos como na canção:

Mother says I was a dancer before I could walk
She says I began to sing long before I could talk
And I´ve often wondered, how did it all start?
Who found out that nothing can capture a heart
Like a melody can?
Well, whoever it was, Im a fan
(Thank you for the music - ABBA)

A música sempre foi uma grande companheira para mim que, apesar de muitos não acreditarem ou desconhecerem, sou bastante tímida para coisas fora dos meus conceitos - em especial socializações obrigatórias que as vezes são impostas sobre nós. Além do mais, ela sempre me proporcionou essa facilidade de me refugiar no meu mundinho próprio e intenso. A música e a sensação de poder que pode decorrer dela.

Music is power
let it flow through your mind
your just like a flower
in the deep sunshine
(...)
cuz music is the mantra
unwinding your head
music is the question
to things unsaid

(Music is power - richard ashcroft)



Irmã de dois músicos, sou quase como o personagem de Nick Hornby em alta fidelidade (tanto faz se o livro ou o filme). A música me protege dos males do mundo, me mostra a porta de entrada de outros universos e culturas, música gera identificação - e pra mim senão gerar ela não é boa o suficiente, mas tb gera estranhamento e compreensão; entretenimento; melancolia; música faz a gente ficar com saudade do melhor amigo ou enxergar aquele ex como um grande babaca. Música sempre salva meu pior dia e aprimora os dias já felizes. Por causa da música eu fui fazer jornalismo, por causa da música eu decidi teorizar. Música pra dançar, música pra chorar, música pra cantar junto no show, música pra dar mosh, música pra ouvir no quarto trancada, música pra escrever, musicoterapia, música pra se despedir.

Sempre a música! É por isso que, apesar desse vício já ter feito com que eu me distanciasse de algumas pessoas - que não o compreendem e não amam a música tanto quanto eu - ela já me proporcionou conhecer algumas dos seres mais legais que entraram em minha vida, incluindo meus melhores amigos e meu marido - que são algumas das poucas pessoas que aturam meu vício de passar praticamente 24h ouvindo alguma música rs. Tenho inclusive um arquivo no meu computador, com todas as instruções de quais músicas devem ser tocadas em meu funeral. Imaginem se eu vou ir embora sem música, no way!

É por isso que eu sempre agradeço:

So I say
Thank you for the music, the songs Im singing
Thanks for all the joy theyre bringing
Who can live without it, I ask in all honesty
What would life be?
Without a song or a dance what are we?
So I say thank you for the music
For giving it to me




Esse vício vai me acompanhar até o final dos dias e não preciso nem de rehab (i say no no no)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Depoimento de uma viciada em...."IT"
Meu nome é xxxxxxxx, tenho xx anos, sou xxxxxxxxx desempregada e sou dependente de IT. Acho que eu gosto de IT desde que eu me entendo por gente. Na verdade, acho que esse gosto eu tomei do meu pai. Lembro dele me incentivando a usar IT, sem saber ou entender direito as conseqüências que poderia vir a ter.
IT não é o tipo de droga que seja necessária abolir completamente. O grande desafio é controlar a ingestão da quantidade. Pois pra mim, se o IT for do bom mesmo, quem pede um, pede bis.
O efeito é mais ou menos assim: Acalma, preenche aquele vazio provocado pela ansiedade, sacia, um colo de mãe, uma sensação de bem estar pleno.... Aí provoca sonolência, letargia, depressão, culpa ... E aí, pra esquecer: mais IT.
As conseqüências a longo prazo são óbvias.
Um dia eu resolvi me abster completamente de IT por uma semana, nem lembro se consegui levar até o fim, mas lembro bem da sensação que tive no me corpo. Era muito estranho, não parecia ser eu mesma. Alguma coisa estava faltando, estava leve, mas como se algo estivesse prestes a acontecer. Sabe como quando parece que está num corpo estranho, ou um alienígena tomou conta do seu corpo. Sei que isso parece mais “viajandão” do que quando estou turbinada com IT. Mas é que pra mim esse vício já é tão normal, é a minha casa.
Sinto que hoje minhas crises de dependência estão mais controladas. Ainda tomo mais do que deveria, mas acho que já é um sinal de maturidade não atacar 3 vezes por semana (mínimo) pacotes e mais pacotes de IT, como se fosse um bode. As melhores estratégias que desenvolvi foram: comprar em pouca quantidade, ou não ter dinheiro pra comprar, ou estar 24horas rodeada de gente.
O vício é um escape. Um lugar no país das maravilhas, onde a mente pode se distrair das marteladas de preocupações reais ou imaginárias que nos assolam. Todos os viciados (pelo menos os que admitem) sabem que estão desenvolvendo uma doença, um suicídio a longo prazo. Cada um escolhe a sua arma, umas aparentemente inofensivas, outras rápidas e certeiras. A minha é IT, qual é a sua?

by Mazé Portugal