segunda-feira, 9 de maio de 2011



Vitória mortal









Uma das notícias mais comentadas da semana, senão a mais comentada de todas foi a morte do Osama Bin Laden, de um lado os Estados Unidos sai às ruas para comemorar a “vitória”, e Barack Obama aproveita para lançar sua candidatura À reeleição da presidência da república, cidadãos norte-americanos comemoram a morte de uma maneira como se o sangue derramado purificasse suas almas, sem lembrar que foi justamente o sangue derramado que provocou tantas dores a uma década atrás. Do outro lado, afegãos, paquistaneses e a Al-Qaeda em sentimento contido, com poucas declarações e acredito eu, muita revolta.




Um atentado terrorista gigantesco, a morte de aproximadamente 3 mil pessoas e vários outros ataques de menor potencialidade talvez não sejam a melhor maneira de se combater um “opressor”, Bin Laden pode não ter agido corretamente ao investir milhões de dólares nessa guerra de morte e de sangue, mas por pior que tenha sido, jamais deixou de ser um ser humano, e para isso, de possuir dignidade e personalidade. Não, eu não estou defendendo Osama Bin Laden, tampouco sou militante de sua causa, mas acredito na Justiça, nos direitos humanos, aqueles que os Estados Unidos sempre proclamam e invocam quando metem seu bedelho em vários outros países conflitantes, afinal já diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos que “Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele”.








Ainda que fosse a pena de morte a mais viável para Bin laden, tinha ele o direito de se defender, entendo também que se trata de um criminoso em potencial, mas acredito também, que a terra do Tio Sam tenha recursos e meios suficientes de mantê-lo preso e apressar seu julgamento. O que não entendo foi essa caça, como se caçavam animais e infelizmente ainda se caçam, animais no mato, quando sorrateiramente o caçador surpreende e mata, sem dar tempo à presa de um suspiro, e mata como execução, atiram-se aos olhos para que nada mais possam ver, e não me digam que pessoas altamente treinadas como aquelas não souberam mirar o alvo que queriam.







Depois tem a audácia de atirar seu corpo ao mar e ainda dizer que respeitam a religião do daquele povo. Não há de se olvidar que muitos civis também morreram na caçada à Bin Laden ao longo desses anos, afinal a guerra foi instaurada no Afeganistão.
Não defendo Bin Laden e concordo em sua punição, mas creio no direito a uma justa condenação, à um tribunal maior e superior, que não pode ser ditado por uma única nação, não pode ser dessa forma decidido e executado, os direitos humanos devem ser respeitados e por mais que o opressor não os tenha respeitado, como forma de exemplo devem se respeitar.





O planeta terra se diz livre e não existe uma eleição futura à presidente do mundo que necessite de crueldade para apresentar candidatos à reeleição.





Fernanda Bugai


Fontes: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/osama+bin+laden+esta+morto+anuncia+obama/n1300137372482.html

Foto: Reuters

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