segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tema das semana: Pitis inesquecíveis

Alguém acende a luz, fazendo o favor?


Acho que todo mundo algum dia já saiu do sério com alguma situação. Os motivos são os mais variados: pode ser por um troco errado, um engano como aquele par de sapatos que precisou ser devolvido porque veio um número acima ou abaixo, um prato no restaurante que teve de ser devolvido porque veio outro totalmente diferente ou até mesmo a luz que acabou bem no meio daquele banho gostoso e relaxante.
Mas, confesso aqui que, desde pequena, eu sempre tive (e tenho) meus pitis. E isso nos mais diversos lugares, até mesmo nas alturas. É,isso mesmo: eu já tive um piti lá em cima da roda gigante.

Era final de semana, eu devia ter uns dez anos de idade e fui convidada pra ir junto com minha família até o parque de diversões. Para quem é de Curitiba, o logradouro é o famigerado “Morenos Park”. Para quem não é, este é o típico parque caindo aos pedaços? Pois é, bem o tipo de “muquifo” que você acabou de imaginar.
Chegando lá, toda faceira, aproveitando ao máximo todos os brinquedos, eu e minha amiga resolvemos ir até a roda gigante e ficamos por muito tempo na fila. Até que chegou a nossa vez. Nós íamos ter de entrar junto com um casal de namorados; então preferimos deixá-los ir antes (não queríamos segurar vela) e fomos com os próximos da fila: uma menina que nem conhecíamos que estava acompanhada de um pirralhinho com seus cinco anos. Lá fomos nós.
Bom, tudo ia muito bem até que começou uma garoa fininha. Eu já comecei a me inquietar ali, e senti que minha amiga não falava nada e nem aquela menina com o menino. Silêncio absoluto. Bom, o clima estava meio chato ali e piorou, com a chuvinha começou a engrossar e aquela roda girando e girando. Eu queria sair e, quando passamos pelos “técnicos” (aqueles brutamontes que cuidam do sistema da roda gigante) pedi para que parassem. Eles nem me deram bola. Voltei lá pra cima e veio aquela parada básica que já tinha acontecido umas cinco vezes para entrar gente lá embaixo. O problema é que nesta parada o tempo de espera foi ficando maior... passaram uns trintas segundos... um minuto... um minuto e meio... e eu olhei para os lados quando vi aquelas cadeiras dançantes do brinquedo ao lado diminuindo o ritmo e se apagando aos poucos. E assim foi com os outros brinquedos. No trem fantasma só ficou aquela dona morte com o cajado balançando solitária. Quando me dei conta, praticamente o parque inteiro estava em volta da roda. Olhei para baixo e vi aquele mesmo casal de namorados saindo, pois o lugar que eles ficaram parados era perto do chão. Maldita hora que fui querer trocar de lugar...
Meu Deus! Eu não podia acreditar. Eu não sabia se chorava, rezava, gritava ou fazia tudo isso ao mesmo tempo. Mas a única imagem que me vinha à cabeça era a cena em que aqueles brutamontes me ignoravam enquanto eu pedia para pararem. EU FIQUEI INDIGNADA MESMO... Olhei para baixo e não pedi por socorro, muito menos respondi à minha mãe perguntando aos gritos se nós estávamos bem. Somente olhei a cara patética dos técnicos e gritei: “ACENDAM A LUZ! MÃE, ACENDA A LUZ! DÊ JÁ UM JEITO DE ACENDER A LUZ”.
Quando olhei para minha amiga, percebi que ela já estava branca. A outra menina emudeceu. E o pirralhinho estava se dando ao luxo de querer ir ao banheiro. Aquelas meninas não abriam a boca e aquele menino não parava de falar, meu sangue fervia de raiva.
Fiquei ali os vinte minutos mais inesquecíveis da minha vida (esse número me persegue: já fiquei vinte minutos presa num elevador também). Até que os espertos lá em baixo resolveram puxar a roda “na raça”. Quando fui chegando ao chão, olhei com muita raiva o casal de namorados e todos aqueles técnicos, e somente me dei ao esforço de dizer: “Eu nunca mais venho nesse parquezinho sem luz”!
Esse foi meu primeiro piti, com dez anos de idade. Imaginem de lá pra cá...





Bianca Silva

4 comentários:

Osvaldo "Carioca" Pires disse...

Hahahahahaha...

Só quem conhece a Bianca sabe os apuros que essa moça é capaz de passar, nossa senhora, haja desatenção! Hahahahaha...

Parabéns pelo seu post...você sempre me fazendo sorrir!

Anônimo disse...

Einstein explicava a lei da relatividade dizendo que um minuto com a mão no fogo parece durar uma hora e que uma hora com a pessoa que você gosta parecer durar um minuto. Ou seja, em outras circunstâncias, garanto que você iria agradecer por a luz ter acabado, e até jogar os sapatos na cabeça dos tais técnicos do parque se tentassem descer a roda gigante na marra. ;-)
Beijo, Bia, bem legal o post e espero nunca ver piti seu.

Mario

Anônimo disse...

Hahahaha pessoal, naõ queiram memso ver pitis da mocinha...Já presenciei vários e a coisa é complicada. A carinha de anjo só engana. Bjks da Lu

Alice Bacilla Munhoz da Rocha disse...

Bianca, a lei de Murphy é bem clara neste ponto, se algo pode dar errado, dará.
Mas pense podia ser pior, bem pior. Vontade de ir wc, ou o menino podia simplismente ter ido lá de mendo.
sempre pode piorar.
Eu vivo dando meus pitis.
é assim que mulheres lindas e modernas fazem para tolerar o dia a dia. um piti, roda a baiana e sai linda e calma.