segunda-feira, 21 de março de 2011

Querida Marie




Era uma vez uma garota chamada Marie, era tão bonita e graciosa que nenhum adulto resistia aos seus encantos, tanto que suas peripécias sempre foram perdoadas, quando Marie olhava com seus olhos azul brilhante, bochechas rosadas e cabelos em cachos dourados. Marie se tornou uma garotinha teimosa e mimada, sabendo que sempre que aprontasse bastaria fazer uma carinha de ternura para que suas artes fossem esquecidas. Ela soube usar isso durante toda sua infância, em casa, na escola, no parque e em todos os locais que freqüentava, sempre se safando de suas brincadeiras de criança arteira.



Mais tarde na adolescência e juventude, Marie permaneceu com seus olhos azul brilhante e bochechas rosas, sempre fez bastante sucesso e foi cortejada, ganhava muitos presentes e assim tornou-se vaidosa, a família e os amigos incentivaram a participar de concursos de miss e de beleza, Marie sempre ganhava, se não o título alguma homenagem, estudou artes e não teve dificuldades em se colocar no mercado de trabalho, pela aparência e grande competência que possuía.


Marie também contou com a sorte, nasceu bonita, sempre foi querida, não chegou a cometer maldades, apenas por algumas vezes deixou-se levar pela vaidade e orgulho a ela imposta. Fez sucesso na carreira, teve um bom namorado, bonito e romântico, casaram e tiveram lindos filhos, foram retratados como uma bela família, saíram em revistas e jornais.


Marie foi feliz com sua linda família, até o dia que saiu para ir ao salão de beleza e não retornou mais, seu corpo foi encontrado putrefeito, com o rosto desfigurado e marcas flagelo, em sua pela cravada a mensagem do executo: “Querida família, a sorte sempre esteve ao meu lado, vaidade e beleza têm seu preço, ao espelho cabe fazer a cobrança”.





Fernanda Bugai





Fonte: http://www.rubedo.psc.br/Artigos/crimepap.html


Foto: Reprodução. http://newspressrelease.wordpress.com/2010/06/16/como-identificar-um-psicopata/


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