terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Diário de um marciano


Eu vim de um mundo muito diferente daqui. Notei que neste lugar, as pessoas são muito esquisita: elas tem a mesma estrutura de corpo, mas no entanto, tentam ser uma diferentes e melhores que as outras. Alguns fazem uma tal de plástica, para puxarem ainda mais suas faces, cortam um pedaço da barriga ou alguns destes seres colocam líquidos viscosos nas estruturas frontais dos seus troncos chamados seios (tinha medo daquilo estourar!). A maioria deles também tinha pelos no corpo, mas os raspavam de maneiras diferentes ou totalmente.
Percebi que estes seres são muito incomuns: suas espécies eliminam umas as outras. Os humanos denominados racionais eliminam os animais, que são denominados irracionais, na intenção de se manterem vivos. No entanto, possuem uma natureza farta, mas nada quase adquirem dela em sua alimentação, e continuam explorando os animais. Aqueles que não concordam com isso, são considerados chatos ou “fora da casinha”. Mas os humanos pagam para outros humanos matarem estes animais, do contrário, jamais caçariam e morreriam de fome.

Além disso, os humanos também se eliminam entre si mesmos. Eles usam os mais diversos artefatos para isso: faca, revólver, veneno, ou na base da “porrada” como ouvi dizer. Outras formas de morrer é a máquina que inventaram chamada carro que ao mesmo tempo que traz benefícios pela comodidade em se locomover, causa acidentes e mais pessoas morrem neles (prefiro minha nave!). O pior é que mesmo sabendo de tudo isso, eles continuam produzindo e confeccionando tais materiais, sempre argumentando ser uma tecnologia nova ou para um benefício maior que a própria vida deles. Notei que os seres humanos têm diferentes reações: alguns, mesmo quando são traídos, “passados para trás”, humilhados, enganados, exercem uma palavra muito bonita na prática chamada “perdão”. É um ato não exatamente de esquecer, mas de dizer que aceita o erro de outro ser humano e não o culpa por isso, mas este ato não acontece com muita freqüência por aqui. A maioria deles se vinga, quer ser melhor que o outro, mesmo quando são exatamente tão, mas tão iguais.

Também aqui existe algo que as pessoas lutam pela vida toda, muitas delas fazem até o que não gostam para ter isso: dinheiro. Algo inventado por eles mesmo também em nome do benefício, só lhes trazem na verdade malefícios. Isto porque muitos correm atrás dessa pequena nota de papel feia e fedida como verdadeiros cavalos num campo de grama verde. É até lindo de ver, mas no final, eles batem com a cara no tronco da árvore. Tem seres que até passam em cima um do outro por isso e outros que vendem seus próprios corpos. E o mais estranho disso é que aqueles que tem poucas dessas notas, não recebem nada daqueles que tem muitas, que geralmente ganham mais porque sabem cantar, são bonitos, aparecem numa tal de caixinha chamada TV ou por terem aqueles seios cheios do líquido viscoso e aparecerem numa tal de “Playboy” e por assim vai.

Há também os representantes destes seres. Ele dizem que vão acabar com os problemas de todos eles, mas criam novos a cada dia. Mas eles são os únicos que mesmo lá em cima no poder, não conseguem enxergar tais problemas e pensar em estratégias eficientes de solução para eles. Isto porque eles adoram ficar sentados horas e horas discutindo projetos de leis que no fim não servem para nada. Eu fiquei muito assustado com estes seres daqui. Os seres precisam de água e natureza para sobreviver, e são as coisas que mais destroem, precisam de amor e perdão e são as coisas que menos exercem. E são os únicos do universo que possuem uma arma que pode destruir toda a sua espécie de uma vez só. São os únicos que não acreditam em extraterrestre mesmo acreditando em Deus, que é um extraterrestre, pois também vive fora da Terra. E os que lutam contra tudo isso, são considerados loucos e lunáticos, simplesmente porque lutam pelo bem da própria espécie.

Talvez eles sejam da lua mesmo, lá é um lugar muito melhor que esse. Ouvi dizer que eles têm medo de nós, mas deviam ter medo de si mesmos. As espécies podem ser diferentes, mas o amor e respeito deveriam ser iguais para todas. Eu jamais quero voltar para esse lugar. Dizem que a Terra é um paraíso, mas não recomendo para ninguém. Daqui um tempo ela mudará e quem sabe será um lugar melhor, mas por enquanto, estou bem aqui, no sossego do meu lar onde não existe morte, dor e sofrimento. Assinado: Marciano.

Bianca Nascimento

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