terça-feira, 8 de março de 2011

A chama continua



Hoje, estamos completando 100 anos da criação do Dia Internacional da Mulher. Ele foi instituído em 1911, sendo a data escolhida pela UNESCO - Organização Mundial para a Educação, Ciência e Cultura. A escolha desta data se deu para recordar uma manifestação organizada por centenas de operárias que reivindicavam o direito à licença-maternidade, a redução da jornada de trabalho e salários iguais aos dos homens, em 08 de março de 1857. O protesto custou a vida de 129 mulheres, que foram trancadas e queimadas em uma fábrica têxtil de Nova York.

Um episódio que em muito lembra a caça às bruxas na Idade Média, sempre se encerrando com mulheres postas em praça pública para queimarem diante da multidão. Só que a Idade Média havia ocorrido há séculos antes deste nefasto episódio. Pior que isso: passados quase um século e meio depois da morte destas operárias, a desigualdade entre os sexos é uma realidade em todo o planeta.

A comprovação fica evidente se traçarmos um breve mapa do machismo ao redor do mundo. Na palestina, por exemplo, há muita violência machista e apenas 15% das mulheres trabalham. Em alguns países árabes e africanos, um homem pode ter mais de uma mulher (o próprio Presidente da África do Sul, da etnia zulu, Jacob Zuma, é casado formalmente com três). E até na tão civilizada Europa, a antiga Presidente da Letónia Vaira Vike-Freiberga denunciou o machismo dos líderes do continente que afirmam não existir “mulheres qualificadas” para o posto de presidente da União Européia. Resumindo, machismo não tem nacionalidade, credo ou classe social.

O machismo é tão violento e presente na sociedade que há até um blog exclusivamente dedicado a noticiar suas atrocidades:
http://machismomata.wordpress.com/

No Brasil, a lista de episódios envolvendo machismo é tão longa que mereceria um post à parte, mas um episódio recente aponta o que há de mais assustador no machismo. Uma escrivã foi despida para ser revistada por policiais homens em frente a câmeras, como se a atitude fosse absolutamente normal, uma rotina. Pior, a corregedora-geral Maria Inês Trefiglio Valente, apoiou a ação dos quatro delegados corregedores que investigaram a escrivã. Ou seja, a pior faceta do machismo se mostra quando ele é manifestado pelas próprias mulheres.

Que a data e este blog possam atuar, cada qual dentro de suas possibilidades e limitações, para reduzir tantas chamas que continuam a queimar diariamente a imagem, o físico e a moral da mulher.

Vídeo da escrivã despida para revista:
http://mais.uol.com.br/view/99at89ajv6h1/polcia-de-sp-comete-abuso-ao-revistar-escriv-diz-ministra-04021B3362D0913327?types=A&




Mario Lopes, criador do blog Desaforadas em post especial em homenagem ao aniversário do blog.

Parabéns a todas as mulheres Desaforadas!

2 comentários:

Anônimo disse...

Saudades de vc Mário !! Obrigada pelo post.. beijão Ange

Anônimo disse...

Valeu o comentário, Ange, digo o mesmo. Beijo e parabéns pelo seu dia.
Mario