sábado, 4 de dezembro de 2010


Releitura Divina




Fiz um talho no dedo ao calçar o sapato,
Abracei 4 pessoas sem olhar nos olhos,
Respondi de forma automática a uma pergunta comprometedora.
Então, percebi que era ansiedade.

Sonhei acordada por horas a fio
Com um encontro que tanto quero,
O amor que idealizo,
Um amigo que está distante.
Então, percebi que era carência.

Sofri à toa com um fracasso inexistente,
Com o cabelo desajeitado,
Com o jeans apertado.
Então, percebi que era só vaidade.

Comi até ficar satisfeita,
Falei só enquanto era ouvida,
Insisti até onde valia à pena,
Consenti quando pareceu sensato.
Então, percebi que era equilíbrio.

Almejei ter um carro hoje,
Um amor amanhã,
E a sabedoria no mês que vem.
Então, percebi que não era a hora.

Aceitei sem dor uma mudança de agenda,
Uma alteração nos planos,
A concepção de uma nova idéia.
Então, percebi que era luz.

Tracei novas metas,
Abandonei velhos desejos,
Olhei com outros olhos,
Me vi rodeada de respostas,
Senti com um novo coração.
Foi então que descobri: era Deus.



Sabrina Lima Moreira

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta lucidez, Sassá. Esse tipo de iluminação, infelizmente, é destinada para poucos. Geralmente para pessoas com olhar sagaz e alma aberta, como é o seu caso.
Beijo e fica com Ele.

Mario