quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Você é tão vaidoso que deve achar
que o post é para você

Voltando à ativa nas desaforadas após várias semanas off. Passei por uma maratona de stress, trabalho, viagem, problemas pessoais, etc que realmente me impediram de escrever por aqui. Até meu blog pessoal andou um tanto ofuscado e largado em meio a esses fatos do cotidiano, o que nos leva à vaidade, uma das minhas é não escrever se eu acho que o texto não está realmente interessante. Òbvio que há dias de blogging que simplesmente não rendem, foi por isso que sumi daqui, minha vaidade "estilística" não me permite que escreva só por escrever... rs

Acredito que toda a vaidade, tem muito mais a ver com nossa mediação com as alteridades do que com nosso próprio mundo interior. Seres humanos são competitivos e irracionais por mais humanistas, altruístas e lógicos que se intitulem. Nossa "pavonice" tem sempre a ver com desejo e conquista - o que não quer dizer necessariamente que tenha apenas um cunho amoroso/sexual. Temos desejo de aparecer e conquistar por nossas condições físicas, intelectuais, emocionais, desportivas, etc. Eis ai a exposição do "eu" que vemos tanto em reality shows como em blogs, fotologs, etc. A sociedade do espetáculo se nutre de todas as vaidades íntimas de cada um, expondo quase sempre o vazio de serezinhos medíocres em busca de uma pontinha de sucesso e palmas, claro, como sempre acompanhadas de dinheiro, glamour, delírio e poder.

O vaidoso pensa que detém um tipo de poder, mas por muitas vezes ele se encontra vulnerável e se torna alvo fácil, pois cede o poder de sua auto-estima ao outro, de definir-se quem ele é a outrem, nutrindo-se de elogios e glórias sejam elas presentes ou trancadas em um passado. O vaidoso em excesso entrega sua auto-estima de bandeja e pára de deliberar e gerenciar sua própria individualidade. E quem de nós não se deixa, em determinados momentos levar por tais sentimentos?

Não estou dizendo aqui que a vaidade é algo totalmente ruim, não, é um sentimento demasiado humano e nos torna quem somos. Em alguns momentos ela é benéfica, como quando ela nos leva a querer cuidar do corpo ou da mente, malhando ou vendo um filme de arte; mas em exagero cria um egocentrismo que, a meu ver, consegue destruir e atrapalhar as melhores intenções. Não gosto de pessoas vaidosas em excesso, porque elas tendem a perder a noção do ridículo e a esvaziar seus discursos em troca de manter o séquito de bajuladores ao redor - e quando falo nisso, posso falar de carteirinha rs pois convivo em um meio que a priori não deveria ser tão auto-indulgente, mas na prática o é. Então, não são apenas as vaidades em excesso das patricinhas fúteis que me irritam, mas também as vaidades intelectuais que acabam de certa forma abrindo espaço e brechas para articulações e alianças nem sempre bem sucedidas - em termos estritamente da ordem das idéias, que acabam se perdendo em meio a uma egolatria desnecessária. Não é à toa que esportistas quando cantam vitória jogam "de salto alto", a sabedoria popular não perdoa.

Antes que me perguntem se fiz esse post pra atingir a vaidade de A ou B, respondo com uma música 70s: You´re so vain da cantora Carly Simon, que resgatei do baú das memórias musicais (olha ai meu momento de fraqueza vaidosa sobre como eu sempre lembro de uma música pra cada situação.. rs)



Até a próxima!
LadyA.

Um comentário:

Anônimo disse...

Putz, eu não estava entendendo nada da letra, minha sorte é que tinha legendas em japonês. rsrs O refrão é engraçado, porque diz que a criatura em questão é tão vaidosa que com certeza acha que a música foi feita para ela (logicamente que foi, rsrs). Texto muito pertinente, Adri, e de quebra deu para eu relembrar uma de minhas musas de infância, só que eu lembrava dela pelo hit "Do You What You Do", que tinha um clip em estilo thriller de serial killer, só que com um Jason que mais parecia Mel Gibson. rsrs
Sinta-se envaidecida, Adri, você fez falta. Re-bem-vinda.
Beijo, Desaforada Subversiva.

Charlie

Charlie