terça-feira, 18 de março de 2008

George Clooney pra casar

Era uma vez uma garota de 17 anos, chamada Chiquinha, que morava no interior. Ela era muito inteligente, já estudava pra ser professora e tinha muitos planos e sonhos para o futuro. Por incrível que pareça, ela acreditava em Papai Noel, então resolveu escrever uma cartinha:
- Papai Noel, está chegando a hora de eu encontrar o homem certo pra casar. Então aí vão apenas algumas características imprescindíveis: charmoso, bonito e gostoso como George Clooney, inteligente, cheiroso, bem resolvido profissional e financeiramente (rico), trabalhador na medida certa, carinhoso, generoso, bem-humorado, paciente, compreensivo, honesto, super fiel, sem relacionamentos anteriores, que me dê vários orgasmos, e filhos perfeitos que só tragam alegria.

Passados poucos anos ela conheceu seu primo de segundo grau, Joãozinho. Quando ele a fitava, seu coração disparava. Passavam dias e noites se divertindo em longas conversas, e os beijos roubados a deixavam arrepiada. Ele logo se confessou apaixonado. Mas Chiquinha não se deixou levar: - Eita, esse João não tem onde cair morto, não tem nem 2o.grau, é baixinho, peludo demais, feinho e aquele péssimo hábito, divertido só pra ele, de soltar pum. Deus me livre, me envolver seriamente com ele. O homem certo ainda vai chegar.
Chiquinha foi pra cidade grande sempre carregando seu pôster do George Clooney. Os anos passaram e ao retornar ao interior, ela já era D.Francisca. Senhora doutora professora do Estado, mas...ainda virgem. Seu João tinha se tornado um empreendedor de sucesso, dono da maior rede de supermercados da cidade, casado com a Ana Maria Brega da região e com dois filhos lindos. Ao encontrar D.Francisca, ele foi educado, mas logo devotou sua atenção à família.
D. Francisca, hoje aos 70 anos, mora com a irmã viúva e os sobrinhos. Seu pôster do George Clooney virou jogo de tiro ao alvo das crianças. E ela passa os dias à janela... Esperando o presente do Papai Noel chegar? Não, fazendo fofoca dos vizinhos mesmo.



By Mazé Portugal

5 comentários:

Rodolfo disse...

Mazé,
A vida imita a arte? Sabe o que acho, tivesse tocado na vitrola (naquele tempo, devia ser vitrola mesmo!) The Long and Winding Road dos Beatles e o primo convencia Francisca a ir para o Altar. Acompanha comigo. Tudo o que o cara queria era um caminho....

The long and winding road
that leads to your door
Will never disappear
I've seen that road before
It always leads me here
Lead me to your door

The wild and windy night
that the rain washed away
Has left a pool of tears
Crying for the day
Why leave me standing here
Let me know the way

Many times I've been alone and
many times I've cried
Anyway you'll never know the many ways I've tried but still they lead me back
to the long winding road

You left me standing here
A long long time ago
Don't leave me waiting here
Lead me to your door

É ou não é?

Bj

. disse...

Obviamente que este texto é uma obra de ficção e sem época definida. Até pq uma mulher de 70 anos não seria apaixonada pelo George Clooney, mas talvez por um Paul Newman... De qquer maneira, se ele fizesse isso nos dias de hoje, talvez ela até liberasse pra ele, mas chegar a casar...duvido.rs

. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
. disse...

Mesmo porque a caipirinha não entenderia inglês. hehe

Mazé, muito simpática e tragicamente realista (por mais bem humorada que possa ser) a fábula da moçoila que espera o Clooney ad eternum. ER nela.

Charlie