quinta-feira, 22 de maio de 2008

A origem



Século 21, mundo efêmero e descartável. Corremos tanto que não temos tempo de parar para pensar na vida e nas coisas que nos cercam. Que dirá pensar na origem dos costumes e dos hábitos que já temos como inatos.
Você já imaginou de onde nasceu a virgindade e a lealdade? Tabus meio sem espaço na sociedade atual, mas que ainda são conceitos de extrema importância tanto para homens como para mulheres nos dias atuais. Acredito que se ambos soubessem a procedência destes hábitos não os levariam tão a sério.
Nos idos da Sociedade Feudal, a hierarquia social era dividida entre os que oravam, os que guerreavam e os que plantavam. O maior esforço ficava aos de menor poder, os camponeses. Mesmo assim, pela metodologia do trabalho em feudos, era difícil o controle e um maior desenvolvimento do negócio, já que a hierarquia piramidal dependia da boa vontade da sua base.
Assim as outras duas castas, as que guerreavam e as que oravam, uniram-se em prol de mudar este quadro. Ou seja, na Sociedade Tripartida não existia ciência, como há atualmente: tudo era analisado pelo empirismo e pelos ditos divinos, pois todos acreditavam no que os religiosos falavam, já que esta era a voz de Deus. O que os dava um belo gancho para modificar a situação econômica do contexto.
Relógios, cartões-ponto e chefes controladores não existiam nos afazeres daquele tempo. Assim sendo, como fazer para conseguir que os camponeses produzissem mais?
As terras eram repartidas em feudos e os camponeses dividiam sua produção com o senhor feudal. Como a exploração era grande não havia motivos, incentivos e muito menos possibilidades de ascensão social, portanto não existia interesse dos camponeses em trabalhar muito. Apenas para a sua subsistência. Sem televisão, livros, quadras de futebol, cinemas, o que é que este povo todo deveria fazer para passar o tempo, se trabalhar não lhes era tão interessante assim? Ora, não é necessário pensar muito: sexo é a resposta correta.
Aquele ditado popular: “namorar atrás da moita” deve ter vindo desta época. Como realmente não existia uma forma de controlar o laboro, o jeito foi apelar para os ditos divinos. Se não houvesse mulheres aptas para tal enlace, os camponeses não tendo nada melhor para fazer quem sabe trabalhassem mais. Com este propósito INVENTARAM a tal da virgindade e sucessivamente a lealdade.
Primeiramente a virgindade, pois assim as moças deveriam guardar a sua pureza para o dia do matrimonio. E após este ensejo deveriam ser fiéis ao marido. Desta forma nem as moças puras, nem as vividas poderiam deleitar-se com camponês algum nas moitas dos feudos. Eliminado as mulheres não haveria como namorar para passar o tempo ao invés de trabalhem.
As horas, os dias, os meses, os anos e os séculos passaram e nada mudou. Gerações e gerações viveram sobre estes estigmas que hoje a história nos mostra sua procedência deste hábito que infelizmente não tem nada de puro ou romântico, como vemos agora, mas sim uma origem baseada no capitalismo selvagem. Pode?


Verônica Pacheco

3 comentários:

Anônimo disse...

Relaxe, Verônica, que suas preces serão atendidas. Em breve (se é que não já) permanecer virgem é que será tabu e traição será sinônimo de esperteza e vigor sexual. ;-)
Beijo e sueperferiado aí no Rio pra ti.

Mario

Anônimo disse...

Vero,

Te parabenizo pela pesquisa das origens de temas tão importantes...

apesar de concordar com o mário que a virgindade é que será tabu no futuro, gostaria de refletir um pouco mais sobre este tema e lançar uma provocação. Por mais que a origem das coisas não venha de motivos "nobres", deveríamos necessariamente nos rebelar contra elas e defender justamente o contrário de tudo?

Os controles sociais sempre são questionáveis mas eu acredito que para algumas pessoas se eles não existissem, não restaria pedra sobre pedra e estaria instaurada a total anarquia. Alguns mais "avançados" poderiam chamar da genuina liberdade total. Será? Tenho minhas dúvidas.

Beijos

Rodolfo

Anônimo disse...

Calma nos termos Mario. Não coloque palavras na minha boca. Não há prece nenhuma aqui. Não há contestação em ser virgem e nem em ser fiel, apenas uma IMENSA indignação de como isso foi usado para outros propósitos que não os que usamos hoje.
***
Rodolfo,
Por hora, não houve pesquisa. Escrevi apenas com as lembranças das aulas que tive. To no Rio já faze sete dias (casamento, feriado e aniversário do meu namo). O sol ta bombando, fico o estritamente necessário no computador. Terça, cego na cidade cinzenta e correrei atrás das referências.
O futuro a Deus pertence, não seremos videntes para ditar isso ou aquilo. O que, como mulher, posso dizer é que a minha virgindade me incomodava bastante.
Em relação a sua provocação o que tenho a dizer é que: Uma coisa não tem necessariamente relação com a outra. Ninguém aqui se rebelou. Não faz meu perfil este tipo de atitude. Minha idéia não é questionar o sentido atual dos valores que discutimos neste post e sim mostrar a origem podre de uma idéia que aterrorizou a cabecinha de muitas moças.
A virgindade e a lealdade atualmente já estão tão incutidas na sociedade que são valores necessários para delimitar o espaço de todos. Em momento algum disse ser desnecessário o padrão vigente, apenas como mulher e por ter sofrido na minha adolescência fico “f” em saber que isso foi criado tão Maquiavelicamente.
Bjs
Verô