quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cubo Mágico


Perguntas que temos que fazer a nós mesmos todos os dias, nos levam a sensação de que o dia já começa devendo. Não deu tempo de fazer alguma coisa no dia anterior, e ficou para esse dia que já começa mais frio do que deveria. A noite foi mal dormida, envolta pelos pensamentos de que não fizemos o suficiente por algo, por alguém ou por nós mesmos; a eterna dúvida.
O que eu tinha que pensar mesmo? Ah sim, no que eu tinha que fazer. Fazer o que? Eu tenho o que? Tenho que... nada. Não tenho que nada. Não sou escrava, nem serei de algo que nem sei o que é. Horário para entrar, para sair, que roupa vestir, como falar, pra quem falar... porra, e o rock’n roll? Tempo? Que tempo? Não tenho tempo agora, preciso trabalhar, preciso estudar, mas e sobre as perguntas e os desejos das filiais dos meus pensamentos?
Escrevo meus desejos de uma vida plena e corro porque uma pedra enorme está vindo atrás de mim. O chão quebrou e eu caí num buraco, mas... a pedra passou por cima e ali embaixo eu estava segura. Subo e novamente no caminho, é o chão que desaba e eu vou mais ao fundo, mas descubro que esse lugar é mais iluminado que eu imaginava. Na verdade não caí, elevei.
Descubro que as repostas vem das perguntas que faço e que o que busquei, por uma vida toda, não era nada mais do que estava tão próximo de mim.. tão dentro de mim... tão eu. E tão, tão distante está a humanidade, na sua massa irreal e nos seus pensamentos materialistas, individualistas, sociopatas e medíocres. Ser bom é ter? É ter? Ter o que?
Não tenho, não possuo, não quero isso. O que quero é dançar, me envolver, me concentrar no lugar místico onde só eu entendo o que é importante realmente para minha vida. Saio para o mundo novamente, encosto na parede e penso em tudo o que poderia ter feito e não fiz... em tudo o que eu poderia ter mas não tive... e de repente me surpreendo com a força de algo que sobrepõe a realidade que querem me impor. Descubro que o que eu quiser fazer depende somente de mim.
Andando novamente, já sei que o que desejo é meu. O cubo depende da forma como o vejo.


Angelica Carvalho e Gabriel Thieme, meu filho e minha inspiração

Um comentário:

Anônimo disse...

Ange,
penso que nós crescemos e vivemos pensando no que ser o no ter. Isso as vezes leva a gente a fazer coisas que nem queremos. Mas com odisse, o que queremos ser ou ter depende de nós: o primeiro passo para conseguir isso, é nós que damos e ninguém mais pode fazer isso por nós.

Beijos e Parabéns pela linha de pensamento artísticamente construída por ti!

Bianca