sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Implícito


Me interessa saber o que importa
Mas o que me importa freqüentemente ainda me impressiona
Me impressiona esse impasse
Esse impalpável conjunto de razões
Que movimenta a mente humana nessa imigração
A esta incontestável preferência pelo imoral.
Tamanha impavidez
Me agride de forma importuna
Com sua imposição, sua impertinência,
Seu impolido meio de intrometer-se em vidas
Que não necessitam de sua impostura
Em almas que estavam até então imunes
Ao seu impudico comportamento
Não quero parecer inadvertida em minhas palavras
Mas se tem coisa que não sinto falta incontestavelmente
É da falsidade e mediocridade inerentes
A inúmeras pessoas que se dizem interessantes.
Porque esses interessantes na verdade não passam de interesseiros
Vez que trazem consigo a incessante capacidade
De incluir em seu rol de indigência
Seja por inércia, instigação ou inelutável inépcia,
Mais e mais infortunados
Que buscam em verdade nada mais que um ingresso
Uma inserção, uma inspiração.
Almas inócuas, ajam conforme seu instinto
E não deixem mais que se instale sobre suas aspirações
O insulto à sua inteligência
Interditem toda e qualquer interferência
Interceptem más intenções
Sejam os seus próprios intérpretes
E desmascarem o insulto.




Angelica Carvalho

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