terça-feira, 17 de agosto de 2010

Uma pessoa de poucos amigos não é para qualquer um


Cresci assim: vítima da soberba, da violência, da desigualdade, do capitalismo, da injustiça, da hipocrisia, da inveja e principalmente da falsidade. Lembro das vezes que ficava sozinha na sala de aula, quando nenhuma amiga queria brincar comigo. Percebia o quanto isso acontecia e geralmente porque não tinha as coisas que as meninas mais pomposas possuíam. A mesma coisa aconteceu na adolescência: sempre como se eu tivesse um imã sem magnetismo e, que de alguma forma, não atraísse a atenção e a amizade de ninguém. E agora, não é diferente: tantos que não quiseram minha companhia, seja por desacreditar do meu potencial para fazer um trabalho ou por não me ver como alguém para se contar uma fofoca.
Antigamente, eu era ingênua: eu sofria por isso. Hoje não: vejo o quanto ganhei por não ter sido esse imã que atrai as pessoas, mas que muitas vezes, atrai as erradas. Hoje vejo que aquela única menina que se aproximou de mim no colégio quando eu era pequena para brincar de boneca, a colega que me deu atenção no ônibus escolar quando voltávamos para casa, a pessoa que confiou em meu potencial na faculdade, foram poucas pessoas, mas as que fizeram diferença e que realmente gostaram de mim. Nunca tive dinheiro para chamar a atenção de ninguém, nem fui uma nerds para que alguém quisesse copiar a matéria do meu caderno. Porém, tive a oportunidade de ver pessoas como estas serem procuradas somente por isso: eu ao contrário, mesmo sem muito de interessante para oferecer, fui reconhecida por quem sou, desde pequena, para que alguém quisesse se aproximar de mim.
Por isso, agradeço por ter poucas pessoas ao meu lado, isso mostra o quanto sou amada por aquilo que realmente sou como ser humano, e não ter um legado de cem amigos, mas que na verdade, é um legado de amigos da onça.






Bianca Nascimento

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