terça-feira, 21 de setembro de 2010

Já olhou para as suas mãos hoje?


Hoje olhei para as minhas mãos. Olhei suas linhas. Percebi atentamente se talvez elas indicassem algum destino, alguma direção. Pensei no quanto de coisas elas já sentiram, quantas peles já haviam acariciado, quantos fios de cabelo enrolado. Quantas vezes foram elas que aliviaram o suor das febres que tive, que se fecharam pela raiva que já senti, que já se abriram diante do céu na busca de um ser para se agarrar. Quantos sinais por ela já emiti, alguns feios para quem merecia e para quem também não merecia. Quantas pessoas elas já apontaram e julgaram, deduraram ou simplesmente indicaram. E as estrelas: quantas vezes meus dedos já as contaram, quantas vezes para a lua minhas mãos acenaram. Quantos afagos já fizeram, quantas coisas já arranharam, quantos apertos de mão já apertaram, quantas batidas comemorando tantos aniversários, quantas portas já abriram, quantos documentos já assinaram, quanta comida já beliscaram e quantas preces já não fizeram. Quantos “adeus” elas já deram e quantos pães já dividiram. Fechei-as. Observei-as novamente. Lembrei que certa vez alguém me disse que uma mão fechada é do tamanho do nosso coração. E por isso, quanto mais minhas mãos forem leves, menos ásperas, mais segurarem as pontas e mais preces fizerem, mais meu coração se fortalecerá!











Bianca Nascimento

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