quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Conto Portunhol



Diversificar é preciso e, esta semana, receio que o tema me encanta. Receio porque tudo que me atrai se torna ou perigoso ou vulnerável. Mas enfim, vou contar uma historinha que ouvi por aí.
Lá estava Alejandro, agachado apertando o parafuso que fixava el enchufe na parede. Tradição dos homens de sua família, a profissão de eletricista manteve os lares de quatro gerações da Família Hernandez. Levantou-se, passou o lenço na testa e tomou um copo d’água gentilmente servido por Anita, uma doce e jovem morena, de olhos cor de jaboticaba e jeito cativante.
Anita, não escondia seu encanto por Alejandro e não hesitava em debruçar-se em la ventana para mirá-lo passando pelo outro lado da rua. A primeira vez que o viu foi na venda do Sr. Jose. Entrou apressada por causa da chuva, tirou a capa e pendurou em la percha. Quando virou-se, lá estava Alejandro, de olhos verdes como esmeraldas, muy guapo, caliente. Ele levantou a aba da boina em sinal de cumprimento, esboçou um sorriso maroto e desceu la escalera em direção à calçada. Anita ficou hipnotizada, seu corpo começou a arder como fogo e já nem lembrava mais o que a tinha levado até o armazém. Passou noites sonhando com o moço, bastava deitar em la almohada para aquellos ojos saltarem em seus pensamentos. El balcón era seu lugar preferido nas noites enluaradas, pois podia ver a pracinha de bares boêmios, local preferido de Alejandro. Muito galante, sempre que a via, beijava um cravo e lhe oferecia seguido do sorriso que a fazia incendiar.
Certa noite, Alejandro ousou subir até Anita. Tomou-a em seus braços e a arrastou até el dormitório. Certificou-se que el arrofo estava seguro e delicadamente aproximou-se da moça, beijando fortemente seu cuello, arrepiando todo seu cuerpo, enquanto entontecia a moça com palavras envolventes e juras de um amor cierto. Hola, que tal? Adiós, menos mal.
Que casualidade desta moça deixar-se levar por este camelo.

Angelica Carvalho

Nenhum comentário: