quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conversa íntima


Como abordar o assunto? Falar de forma figurativa ou real? Será possível?

Existe algo perdido em mim, não sei se é o fio do O.B que não está onde deveria estar, mas pensando bem, existem tantas coisas que não estão onde deveriam estar. Há tantas coisas perdidas em mim, sonhos mal sonhados, sonhos mal vividos ou mal resolvidos, vai entender...

Usando da inocência das crianças, quando é hora de falar sobre tudo, quebrar o encanto do "felizes para sempre", mostrando que a vida não é fácil não dá para viver só na brincadeira, quando contar que é hora de entender as coisas perdidas dentro delas, sem causar o trauma de que crescer é preciso. Quando?

Falo isso porque em um comentário de meu irmão e de minha cunhada a um amigo, em tom de brincadeira, sobre os efeitos do anticoncepcional para a pele (que em muitos casos melhoram muito na fase das acnes), minha sobrinha de apenas cinco anos de idade virou para eles e diz:

- Por isso minha pele está tão lisinha e bonita, porque eu uso anticoncepcional.

Ela, sem entender o que era isso, quis comentar e participar da conversa de forma inesperada, pegando-os de surpresa. O que falar diante dessa situação? Rir foi inevitável.

As crianças hoje sabem mais que muitas outras pessoas sobre temas diversos, internet, por exemplo, é um exemplo dos mais temidos: como saber o momento certo de conversar sobre todos os assuntos, antes mesmo que descubram pela web?

Dei essa volta para tentar entender de que forma abordar esses assuntos, não só com as crianças. As pessoas adultas desconhecem alguns temas, até mesmo a internet. Para muitos adultos, a internet é um tabu como diversos outros.

Diante disso, como perguntar à mãe sobre O.B.? Se tira a virgindade, quando retirar, como colocar, saber se é mesmo seguro, se não vai vazar. Muitas vezes, ela não saberá responder, por nunca ter usado ou por ter as mesmas dúvidas. É o momento então, de entrar uma terceira pessoa nesse diálogo: o Ginecologista. Tão temido, mas indispensável.

O importante é que a mãe tenha esse diálogo com a filha, para evitar as pesquisas na internet, a exposição em sites de bate-papo, em comunidades do orkut sem necessidade. É bem mais fácil e seguro.

Isso tudo gera vários comentários, de mães, filhas e doutores.

O ponto é que ainda existe algo perdido em mim e também não encontrei o fio do O.B., acho que está junto com as outras coisas perdidas, e que não estão onde deveriam estar. Como as várias perguntas que têm respostas mas temos medo de encará-las. Ou outras tantas que não tem respostas, ou até tem, mas não nos convencem. Se eu encontrar essas respostas, direi a todos se o fio do O.B. está perdido por lá, em meio a tantas coisas, perdidas ou esquecidas. Porque de uma maneira ou de outra a maioria teme em falar de assuntos que não estão seguros em comentar.

É fácil concluir que, como muitas, eu também nunca usei O.B. Será que por medo? Insegurança? Falta de informação? Ou nenhuma dessas alternativas? E, sim, por simplesmente achar mais fácil usar o tradicional, porque quando esse momento chegou, foi minha mãe que eu consultei e foi ela que me mostrou as duas formas de uso. Eu escolhi o tradicional, e você qual escolheu?


Mary Palaveri

6 comentários:

Anônimo disse...

Mas, caramba, será que nenhuma Desaforada nunca usou O.B.?! rsrs
Eu não sei como este foi o segundo tema mais votado. hehe
Mas bem legal a conexão entre o fio do O. B. e o fio do mouse, Mary, de fato nossas crianças e adolescentes provavelmente saberão mais de absorventes internos do que as próprias mães, e via-web. :-)
Beijo.

Mario

Anônimo disse...

Muito boa essa abordagem sobre o diálogo Mary, importantíssimo existir entre pais e filhos, e sobre o O.B., tbm nunca usei (risos).
Parabéns novamente Mary... continue assim...
Bjssss!!!

Anônimo disse...

Bom, o dialogo é importantissimo em familia, assim como em todos relacionamentos... adorei o artigo, q retratou um assunto serio c/ ar comico do O.B...
Parbens novamnte Mary...

**Li**

Unknown disse...

Nossa, tô vendo que por enquanto eu sou a única que já usou um OB. Gente, é tão fácil... hehehe
Interessantíssima a mesclagem entre o tema e as relações atuais entre mães e filhas.
Parabéns! :-)
Beijos,
Mila.

Anônimo disse...

Que bom que gostaram, é realmente relação entre pais e filhos é o que mais pega mesmo, que bom que consegui colocar em palavras o que vejo por aí... essa falta de diálogo entre membros da mesma família.
Beijos e estou amando escrever, estou pensando no da semana que vem..
Beijos e obrigada pelo apoio.
Mary Palaveri

Anônimo disse...

Parabéns pelo post Mary!!!
Diálogo familiar é sempre muito importante, e o assunto ficou bem descontraído relacionado com o O.B.
Às vezes uso, mas confesso que sempre fico com medo do fio arrebentar... rsrsrs
Beijão

Roberta