sexta-feira, 24 de julho de 2009

Do Inferno


Dizem por aí que o amor é vermelho, mas é só por aí. Aqui comigo, amor é divino e não faz sentido algum usar da nuance bestial para tornar visível o que é e sempre será abstrato. Não, amar não tem cor, e se tivesse, passaria bem longe de ser vermelho.

O amor sincero é benevolente, não com quem ama, mas com quem é amado, e como nem tudo na vida são flores, existe o outro lado da moeda: o “amor fingido”. Não duvidem da sua intensidade ou inexistência, pois ele é um mero amor que perdeu sua essência condescendente. Pensando de forma pragmática e literal, é o amor que mata, por ciúmes ou qualquer coisa que o valha.


Mas é esse amor assassino que é escarlate, que derrama sangue escarlate, que é violentamente escarlate. Só não se esqueça que esse é o “amor fingido”. Quem sabe, não seja o amor que o diabo tanto sente e que ninguém entende. Vai ver, ele é tão viciado em amar violentamente com amor fingido que acabou incorporando-o...e ficou rubro!

Não bastasse isso, quis também viver em um lugar da mesma cor, e arranjou o inferno, eternamente incandescente de vermelho.

Até o caminho para se chegar lá é vermelho! Ou você nunca reparou que as setas de elevador que apontam para baixo são dessa cor?

E tudo, como diria Vinicius, por causa do amor.


Letícia Mueller

Um comentário:

Anônimo disse...

Letícia, curti a reflexão sobre cores e emoções, principalmente por quebrar a "obviedade" na conexão entre amor e vermelho. Mas acho que paixão é vermelha, sim. E quais as cores do ódio e da apatia? Interessante sentir colorido.
Beijo.

Mario