quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lendas urbanas... lendas Interioranas

Todos nós, especialmente na infância, adoramos e morremos de medo daquelas tantas histórias que nos contaram sobre lendas. Eu morria de medo de ir ao banheiro da escola sozinha, porque sempre me lembrava daquele ritual que fazia com que aquela loira aparecesse. Eu me lembro também que existia uma sobre uns quadros que tinham a assinatura de "M Martinelle", ou algo bem parecido com isso, e do homem do saco, que na verdade, foi adaptada na minha província, como a lenda do "Velho Deco". Tenho duas situacões distintas, em que as lendas urbanas agiram, e agem, diretamente na minha crenca.
"Numa rua em que passavamos muito raramente, porque lá morava o "Velho Deco", esse senhor era um homem de uns 60 anos, magro, com ralos cabelos, e usava roupas sempre rasgadas e sujas, e, para fazer com que acreditassemos ainda mais naquela lenda que girava em torno dele, ele vendia sabão pela rua. Aí é que entra a questão, diziam pra nós que ele pegava as crianças na rua, colocava num saco (ele sempre andava com um) E DEPOIS USAVA AS CRIANÇAS PARA FAZER SABÃO."

Eu era criança e morava distante do "centro comercial da cidade". Saíamos sempre em grupo, quando íamos até lá, porque nossas mães não nos deixavam ir sozinhos. Estavamos em três, eu, uma amigo e uma amiga, voltavamos da aula de datilografia. E passamos justamente na rua onde esse senhor morava, passamos até do outro lado da rua, para que caso ele estivesse na casa não nos visse. A rua era inclinada, então tinhamos uma subida enorme (que hoje nem é tão grande assim, mas antes, na nossa percepção do mundo, era) estavamos na metade da subida, quando o menino olha pra trás e diz "corre que o velho Deco tá vindo atrás de nós", meu Deus, me canso só de lembrar, acho que nunca fui tão rapida na minha vida, naquele dia eu vencia qualquer maratona, nenhum queniano chegaria primeiro que eu.
Existe outra, que eu já ouvi inúmeras versões, ao redor da cidade onde nasci, cresci e afins. Tem uma mata, e temos que passar por entre ela para cruzarmos para a cidade vizinha, dizem que nesse trajeto várias pessoas (inclusive o motorista do ônibus que me levava pra facul) dizem que viram uma mulher toda de branco, que quando olharam novamente ela nao mais estava lá. Antigos dizem que uma mulher, que estava prestes a casar-se, sofreu um acidente ali. Razão pela qual ela apareceria.

Eu confesso, que quando passava por lá, à noite, fechava os vidros do carro, rezava, não me atrevia a nem olhar para os lados, tampouco a usar o retrovisor. Meus olhos ficavam imóveis. Nesse caso, eu prefiro não ter certeza se é verdade ou não.
Depois de muito tempo, trabalhei em uma loja de varejo, e o "Velho Deco" ia lá comprar sabão. Descobri que a lenda não era verdade. Mas daí fiquei pensando. O que será que ele faz com as crianças. rsrsrs. A verdade é que eu descobri que ele é uma pessoa, muito interessante, apesar de sua aparêcia um tanto "exótica". E DA LENDA QUE GIRAVA EM TORNO DELE...


Maria Jaqueline

5 comentários:

Anônimo disse...

Hehe... lendas urbanas são privilégio dos cidadãos "provincianos", tendo em vista que o progresso fez com que essas lendas se perdessem... enfim... sinta-se uma privilegiada.
Bj da Lívia

Anônimo disse...

Pois é amiga, com o advento da internet muitas coisas se perdem, outras são simplesmente substituídas...

Claro que sem o valor cultural...e com grandes prejuízos...

Beijos
Maria

Anônimo disse...

Olha, Maria, tem todo "homem do saco" espalhados por este país que eu começo a desconfiar que existe uma franquia. hehehe
Beijo.

Mario

Anônimo disse...

Será que eles sao fornecedores da Unilever...:$

rsrsrs...bjos

Maria

Anônimo disse...

Nossa... não acredito que vc tambem ja correu do Vei deca (Velho Deco)... jamais esperava ler isso, fiquei muito emocionado, confesso... sabe prima, não o achava tão asustador assim, se vc tivesse conhecido a dona Zica - Louca do pé de jabuticaba - assim era conhecida, srsrs, uma senhora que falava sozinha em baixo de um pé de jabuticaba... próximo ao forno do Vardão... rsrs esses meus caminhos de infância, rumo aos eucaliptos (dois Palmitos)... nossa ja corri dela... muito, assim como vc subiu a rua do bosque. Pena não ter me livrado dessa imagem,,, não consegui vender nada para ela,, nem ao menos um bom dia se quer...Mas ja ouvi boatos de que ela vendia sabão, será que era uma sociedade anonima = Zica e Deco...(riso descontrolado).Mas fala sério,,, não abriria a mão de banhar na bica da maria louca (Casa do Deco),,, e muito menos de correr pelo cafesal, caminho que nos levava a casa de dona Zica. Tempo, lembranças, lendas, isso temos em comum. Grande abraço.

Marlom Aguiar