domingo, 18 de abril de 2010

Afonso


Desce a colina,
Com os olhos do tamanho da lua.
Uma pintura cinza,
Focos de luz,
Sombra e neblina.
O imponderável tem nome
E tem cheiro de flor.
O vendaval passa rasgando,
Jogando um corpo na grama
E no peito um choque de dor.

Acompanhando a densa nuvem
Cujo nome jamais saberá,
Afonso pode ver o segredo,
Tocá-lo com a ponta dos dedos,
Tudo do seu triste desejo,
Do tempo recompensar.

O quinhão que permaneceu
Vai te restar só pro café.
Essa sombra que permeia
Só atrasou,
Zombeteira,
Teu horário de almoçar.


Larissa Santin

Nenhum comentário: