sábado, 15 de maio de 2010

Língua


É da língua que eu sinto falta

Do rosto,

do toque,

do resto,

da pele


Que não repele gostar do gosto do gozo

Sinto falta do cadeado que o corpo simula

Durante o abraço encadeado

Que agora, como lembrança...

Retorna,

Quando pico-me as dores

Metamorfoseado em veneno guardado

A recordação dessa tal prisão braçal.


Em tons fugindo das cores

Tento compreender minha aquarela

Que finge amores

Fez-me infringir minhas próprias leis

E romper com os meus valores


Derreto-me a memória dos sorrisos

Tão tricolores

Mas que sendo seus,

Nunca terminam indolores.



Jéssica Ferreira

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