quinta-feira, 6 de maio de 2010

Preciso De Uma Janela. E Pronto!


Como ser feliz, trabalhar e poder respirar, sem uma janela?
Uma mísera, envolvente, inocente e atraente janela.
Simples artefato da construção inebriante, exerce verdadeiro fascínio sobre quem a encara sob o ângulo certo.
Dócil, fresca, de brisa farta, mirante, lasciva, aberta, fechada, traz o jubilo sereno ou a tormenta aguarda. Como esquecer uma janela?
Janelas de vidro, com grades, espelhadas, com floreiras e com sacadas.
De todos os tipos, tamanhos, formatos e transparências.
Quadradas, redondas, retangulares.
De várias cores e tons, além de muitos sons... ou de um silêncio mortal.
Esvoaçam através delas as mais diferentes cortinas de seda, voal, crepe, veludo, black out.
Permitem a entrada de sons, emitem apelos desesperados, gemidos apertados, sussurros desencontrados.
Simplesmente janelas! Todas elas... da alma.
Janelas que vislumbram o presente, o passado, o futuro, que em breve passagem se descortinam e voltam a se esconder.
Misteriosas e mentirosas, são capazes de um brilho tão intenso a ponto de cegar e no momento seguinte... escuridão total!
Me pergunto: Devo viver a mercê de seu conteúdo delirante?
Ou fugir de ti e fingir que nada vi, que nada sou e que não me importo mais?
Muitas janelas, pra onde eu olho, existem muitas janelas...
Distantes janelas, tão próximas do céu ou tão perto do chão?
Onde vão transbordar suas essências?
Que surpresas nos reservam?
Podemos espiar? ( Algumas vezes, janelas me dão arrepios... )
Ah! Como, envolvido por esta breve loucura, poderei desvendar o que lhe vai na janela da alma?!



Angelica Carvalho e Kate Jones

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