sábado, 27 de junho de 2009

Semana difícil


Domingo, 21 de junho
Após uma semana atribulada de provas na faculdade, faço uma pequena mudança na minha rotina. Tenho o hábito de fazer os textos para as Desaforadas nos finais de semana. Mas eu queria descansar, e por este motivo, optei por adiar a tarefa - já que estou de férias. Pensei: “Ah, eu ainda tenho a semana toda para fazer o texto”. Se eu soubesse o que a semana me reservava...

Segunda feira, 22 de junho
Passo o dia pensando “sobre o que escreverei?” No final, a enxaqueca corta os meus pensamentos. Tento voltar de onde parei, mas tive um tremendo de um “branco”. “Será que esses lapsos de memória são característicos dos bipolares?”, “Será que é efeito colateral da medicação?” Tento encontrar respostas, em vão.

Terça feira, 23 de junho
Dia de euforia. Um turbilhão de idéias surge ao mesmo tempo. Imediatamente anoto todas elas em um caderno que separei exclusivamente para registrar estes “insights” – caso contrário, esqueço tudo em questão de minutos.

Quarta feira, 24 de junho
Dia de constantes variações de humor. De manhã eufórica, à noite depressiva. Diante da tela do computador, só consigo enxergar o branco do Word e nada mais. Fecho o Outlook, o MSN, o Orkut na tentativa de manter um mínimo de concentração. No máximo abro o Internet Explorer para o caso de ter que fazer alguma pesquisa.
As primeiras palavras e frases começam a surgir. Chego ao ponto de iniciar 2 textos diferentes ao mesmo tempo. Mas, quem disse que eu consegui concluir algum? O cansaço não demora a chegar, parece que estou carregando uma melancia na cabeça. Aliás, o cansaço mental é mil vezes pior do que o cansaço físico.
Deixo para terminar no dia seguinte. Esse é o mal da procrastinação. Preciso mudar isso. Só preciso saber como.

Quinta feira, 25 de junho
Mais um dia de preocupações me tira todo o senso criativo (se é que tenho algum). As palavras aparecem soltas, espalhadas; como se fossem peças de um quebra cabeça esperando para ser montado. Durante 2 horas, tento juntar, organizar, sintetizar; mas não chego a um resultado concreto e satisfatório.
Uma sensação de total impotência toma conta de mim. Porra, não dá para entender como é que eu não consigo fazer um simples post semanal, ainda mais de tema livre. O nervosismo é inevitável. Minhas mãos tremem e as lágrimas, até então contidas, escorrem em gotas grossas pelo meu rosto. Cinco minutos depois, choro compulsivamente. A impressão que eu tenho é de que eu estou ficando cada vez mais burra. Não me conformo com a situação. Um tempo depois, ainda chorando, vou dormir mal à beça, mas com a esperança de que o dia seguinte seria melhor e de que a semana terminaria bem.

Sexta feira, 26 de junho
Confesso que estava quase desistindo de escrever e ligando o botãozinho do FODA-SE. Mas cá estou, escrevendo este texto minúsculo sobre um sintoma enfrentado por aproximadamente 80% dos bipolares, e que atrapalha tanto a vida da gente. Concentração vai, concentração vem, o post sai, alguns gostam e eu sempre acho que ficou uma porcaria. Sem contar aquela sensação chata de que eu podia ter feito algo melhor.

Camila Souza – muito chateada...

3 comentários:

Anônimo disse...

Chateada por que, Mila? O importante é que você escreveu o post. ;-)
Beijo.

Mario

Unknown disse...

Ah, por que eu estou chateada?
Simples, releia o texto, analise bem o conteúdo e depois me diga a quais conclusões chegou.
Beijos,
Mila.

Unknown disse...

camila, pelo pouco que te conheço, ja te adoro...v cé uma guerreira...não se chateie por isso...enfim, temos q nos adaprtar a uma realidade não é mesmo?
bjinhu, força