domingo, 4 de julho de 2010

Lurdinha


Lurdinha era uma menina sonhadora, alegre e sorridente. Todos gostavam dela devido à sua simpatia e humildade. Vinda de família simples, morava em um sítio junto de seus pais e seus 10 irmãos. Sempre de bem com a vida, adorava cantar por entre os pastos, os animais e o rio do sítio. Uma menina pura, de muito bom coração. Um tanto quanto arteira. Vivia se metendo em encrencas. Adorava os animais, no entanto mexia com eles além do que devia. Tirava os porquinhos e os bezerrinhos que estavam amamentando para beber leite na teta da porca e da vaca. Com seus cavalos, corria atrás de outros animais deixando ambos irritados e cansados. Costurava roupinhas para alguns animais, como pintinhos, cães e gatos, com a intenção de protegê-los nos dias de muito frio. Enfim, fazia uma infinidade de coisas que perturbavam seus pais, os quais procuravam ficar de olho, porém com tantos filhos e afazeres era quase impossível.
Em uma noite muito fria e chuvosa, vendo vários pintinhos encolhidos ao redor de uma galinha e a mesma não dando conta de proteger todos, Lurdinha recolheu-os pra dentro de casa onde, na sua inocência, teve a seguinte idéia: forrar o interior do forno da cozinha com panos, aquecê-lo em uma temperatura agradável em relação ao frio e colocar os pintinhos lá dentro por alguns instantes. Tudo isso sem que ninguém a visse, é claro, pois seus pais viviam implicando com suas idéias malucas. No momento em que ela colocou os pintinhos no forno, sua mãe a chamou do quarto para ajudá-la em alguma tarefa. Cautelosamente, Lurdinha deixou a temperatura do forno baixa, fechou a porta do mesmo deixando uma pequena fresta e virou-se em direção ao quarto de sua mãe. Ao acordar pela manhã, lembrou-se do ocorrido de supetão. Esquecera de tirar os pintinhos do forno! Engolindo soluços decorrentes de um choro inicial, correu desesperadamente até a cozinha. Conclusão ao abrir o forno: tais instantes viraram minutos, que viraram horas, que viraram pintinhos e panos queimados. Agora, então, despencou a chorar de vez! Acordou a casa inteira. Assim que seu pai notificou o ocorrido, apanhou com uma vara de marmelo.







Bruna Roveda

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