quinta-feira, 8 de julho de 2010

Verbo Entreaberto



Meu bem, nunca me contrarie, caso a intenção seja não me ter por perto.

Não instigue a minha vontade em compreender sua negação,

Porque todo meu prazer se origina do seu não.

Você já me perguntou o que quero de ti, e diante do meu silêncio, alega incoerência da minha parte.

Você não faz as perguntas certas.

Afinal, todo querer, quando destina-se a outra pessoa, é quase sempre igual.

As coisas que eu não quero de você, é que te fazem diferente.

Não quero te sujar com minhas palavras, nem te queimar com minha saliva ácida.

Nem te transformar nas tralhas que eu uso para conseguir prazer.

Não quero idolatrar seu pinto como se fosse meu último deus.

Não quero lamber seu sexo, não quero engolir sua porra.

Não quero que seu beijo seja simplesmente um prenúncio tolo, um grito hormonal de “vamos foder”.

Não quero perder minhas mãos na sua virilha, nem afogar minhas mágoas no seu jato incandescente de libido.

E a única coisa que o meu desejo requer é que não me veja como uma vagina falante, e sim como mulher.





Jéssica Ferreira

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