sábado, 28 de novembro de 2009

Ensaio Sobre A Maldade




Já vi o mal se manifestar e vocês também vêem todos os dias, quanto mais eu observo as pessoas, mais eu me conscientizo que elas possuem sentimentos ruins dentro de si. Quantas vezes já nos decepcionamos com alguém, quantas vezes fomos vítimas de fofocas e julgamentos, e, o pior justamente, pelas pessoas que amamos, por nossa família, nossos amigos. Nesse sentido, como podemos confiar nos outros, partilhar a nossa vida, se a qualquer momento a mão amiga que acaricia pode ser aquela que te dará um tapa na cara?
Não estou generalizando. Acredito na bondade das pessoas, no entanto, não sou tão ingênua em acreditar que esse sentimento está presente em todos os corações, pelo contrário, existem sim pessoas boas, mas na maioria das vezes, confesso que nem sempre gosto do que vejo.
Num jardim cheio de flores podem estar espalhados os mais diversos tipos de cobras. Convivemos com pessoas diferentes, humores diferentes, concepções diferentes, mas o que eu não me conformo é que os sentimentos de maldade às vezes superam os de bondade.
Existem pessoas que vivem simplesmente para criticar, falar mal, “cuidar” da vida dos outros, fazer calúnias. Elas se aproximam, ficam amigas, tentam fazer parte da sua vida, aí você desabafa, conta seus problemas, expõe sua intimidade e, de repente, é como se sua vida estivesse sendo publicada num jornal, e percebe que virou até noticiário.
Pior são aquelas pessoas que acabam de conhecer alguém, e já vão soltando “flechadas”. Pode ser o novo colega de trabalho, a amiga bonitinha do namorado, a maldade e a inveja aparecem, então o objetivo é buscar uma brecha, um ponto fraco, pode ser a roupa que a pessoa está usando, os gestos, o jeito de falar, a aparência, tudo é minuciosamente analisado e os defeitos são imediatamente contestados.
O fato é que as pessoas tornaram-se individualistas, maldosas, preocupadas consigo mesmas e com a opinião dos outros. Não são mais prestativas, solidárias, sinceras. Infelizmente, muitas vezes, fecham-se em seus mundinhos e escondem dentro de si o que existe de mais especial e belo.
Precisamos ser nós mesmos, amar mais, conversar mais, chegar mais perto do outro, olhar nos olhos, fazer novas amizades, “querer bem”, torcer pelos sonhos do outro. Se começarmos a valorizar demais os espinhos da roseira, esqueceremos de prestar atenção na beleza dos botões, e eles poderão deixar de florescer.
Jamais devemos nos deixar corromper pelo ódio, mau humor, inveja, fofoca, pessimismo. Sei que é quase impossível ficar livre desses tipos de sentimentos, mas a melhor forma de evitá-los é não deixar que eles nos afetem e interfiram na nossa vida e no relacionamento com as pessoas que gostamos. Afinal, ninguém é perfeito.


Elaine Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

É como eu costumo dizer, Elaine: o bem nunca vence no final, o bem sempre vence desde o começo.
Beijo e valeu o recado.

Mario