sábado, 14 de novembro de 2009

Primeiros Passos



O que diria uma mãe a um filho que tem receio de dar os primeiros passos? "Vamos querido... não tenha medo, mamãe está aqui para te proteger". E o filho iniciaria a aventura de andar com seus próprios pezinhos, com aquele lindo sorriso no rosto, os braços abertos, de encontro ao novo. A experiência seria encarada como uma brincadeira, as pedras no meio do caminho, chutadas para longe. As dificuldades vencidas, os objetivos alcançados com facilidade.
E agora que a criança cresceu? O “levantar” e o “caminhar” tornaram-se uma grande dificuldade, o que o adulto vê à sua frente: somente obstáculos, o caminho já não aparenta mais ser tão seguro. Muitas vezes não encontramos mais os olhos e o sorriso de nossos pais, anjos tranquilizadores do medo, mão amiga a conduzir com segurança. Em certos momentos, é como se estivéssemos sozinhos e vendados, à nossa frente uma negra escuridão, o desconhecido.
E sentimos medo, medo do longo caminho a percorrer, medo das pedras e precipícios que talvez teremos que encontrar. E paramos no mesmo lugar. Os pés presos ao chão. A indecisão. A lágrima a escorregar pela face. A sensação de impotência.
O que às vezes não percebemos e o que deveríamos levar em conta é que o caminho continua sendo o mesmo, aquele que avistávamos e encarávamos com um sorriso na nossa infância. As atitudes e o que faremos para chegar lá são os fatores que realmente farão a diferença e determinarão a nossa vitória.
Contornar os obstáculos, ou simplesmente passar por cima deles, é uma escolha que dependerá e sempre dependeu somente de nós e da coragem que nos levou a dar o primeiro passo, depois o outro e o outro...
Muitas vezes as pessoas têm o hábito de culpar os outros por uma escolha errada, pela infelicidade que sentem, por um objetivo ou sonho que não alcançaram, culpam os pais, o cônjuge, os filhos, os amigos, o chefe. Mas a verdadeira culpa está no “insight” que nos impulsionou, aquele momento de raciocínio que nos levou a tomar a decisão.
Pudera ainda tivéssemos a mesma alegria, espontaneidade e coragem que tínhamos quando crianças, aquela vontade determinada e curiosa, que mantinha nossa mente e olhos fixos no infinito, um tempo em que nossos pés dançavam e corriam sem medo em busca de novos ideais.
Sonhos existem para serem alcançados, caminhos para serem desvendados. Lágrimas, sorrisos, flores e espinhos sempre existirão neste percurso de descoberta da vida, nem sempre realizaremos todas as expectativas, muitas vezes estaremos sozinhos, mas o importante é nunca desistir e encarar os obstáculos com mais tranquilidade e otimismo.


Elaine Souza

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre estamos dando os primeiros passos em alguma coisa, Elaine. A analogia é boa, e eu que tenho um casal de sobrinhos em fase de aprender a andar, percebo claramente o que você coloca sobre a importância do estimulo e do cuidado para justamente não castrar a vontade de dar um passo atrás do outro. Principalmente no caso de nós, que somos professores.
Beijo.

Mario