domingo, 22 de novembro de 2009

Bed Songs



Criança não tem divisões claras sobre o que é infantil e o que é adulto, mesmo porque burocracia é um “privilégio” de gente crescida e ordeira. Sendo assim, de tempos em tempos, alguma canção de marmanjos acaba caindo no hit parade da petizada. E como as canções populares estão cada vez mais infantilóides na musicalidade (para não dizer imbecis) e adultas nas letras (para não dizer infames), tem ocorrido um fenômeno curioso (para não dizer repugnante). Acompanhe esse top hit com os maiores clássicos adultos que fizeram sucesso com crianças em cada década e não será preciso dizer (ou cantar) mais nada.


Anos 50
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem.
Quero a alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem.


Anos 60
Ana Maria entrou na cabine e foi vestir um biquini legal
Mas era tão pequenino o biquini que Ana Maria sentiu-se mal.
Ai, ai, ai, mas ficou sensacional.
Era um biquini de bolinha amarelinha tão pequeninho
Mal cabia na Ana Maria
Biquini de bolinha amarelinha tão pequenininho
Que na palma da mão se escondia


Anos 70
Que tal nós dois numa banheira de espuma
El cuerpo caliente, num dolce farniente sem culpa nenhuma.
Fazendo massagem, relaxando a tensão
Em plena vagabundagem, com toda disposição
Falando muita bobagem, esfregando com água e sabão...


Anos 80
Aí blábláblábláblábláblábláblá
Tititititititititi
Você diz pra ela:
Tá tudo muito bom, boooom.
Tá tudo muito bem, beeeem.
Mas rrrealmente, mas rrrealmente,
Eu preferia que você estivesse
Nuaaaaaaaaaaaaa...


Anos 90
Fui convidado pr'uma tal suruba,
Não pude ir, Maria foi no meu lugar
Depois de uma semana ela voltou pra casa,
Toda arregaçada não podia nem sentar.
Quando vi aquilo fiquei assustado,
Maria chorando começou a me explicar.
Daí então eu fiquei aliviado
E dei graças a Deus que ela foi no meu lugar.


Anos 00
Crééééééuuuuuuuu!!! Crééééééuuuuuuuu!!! Crééééééuuuuuuuu!!!
Créu! Créu! Créu! Créu! Créu! Créu! Créu! Créu! Créu! Créu!
Crééééééuuuuuuuu!!! Crééééééuuuuuuuu!!! Crééééééuuuuuuuu!!!



Mario Lopes

15 comentários:

Anônimo disse...

Pô, meu, tu pegou pesado hein. rs
Beijos.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Quem pega pesado é essa inescrupulosa indústria do entretenimento, que, por pura ganância, não toma nenhuma providência em alertar a inadequação de certos conteúdos para determinados públicos só para aumentar o target e os lucros. Pegam pesado esses artistas acéfalos que vomitam porcaria e oferecem em larga escala, sem se preocupar com o que comunicam ou a quem atingem. E pegam pesado esses pais ausentes que não estão nem aí com a merda que os próprios filhos engolem. Acho é que a gente pega leve até demais com essa relação inconsequente entre a mídia e um público tão vulnerável como o infantil. A gente tem mesmo é de pegar pesado com esses verdadeiros gigolôs da inocência.

Mario

Anônimo disse...

Pois é, mas querendo ou não... não há muito o q se fazer. É o sistema (de merda) capitalista falando mas alto. O que importa é o lucro, apenas o lucro, exclusivamente o lucro.
Viva o socialismo! (ou não?) rs

Anônimo disse...

Concordo que as coisas são assim, mas não que a gente deva ser conivente ou conformista. E viva o anarquismo e o individualismo, porque quanto mais imaturo o indivíduo, mais ele precisa de aceitação social, por isso crianças são tão vulneráveis a apelos em massa: querem ser aceitas. E como, via de regra, têm por pais outros imaturos que também acham que seguir a manada é o melhor procedimento, a idiotice se perpetua. E é justamente por isso que há muito o que fazer. Vou levar meus sobrinhos gêmeos para ouvir a Orquestra Sinfônica no Guaíra no que atinjam uma idade mais apropriada (só têm um ano e um mês de vida). Essa é a minha parte. Faça a sua. Beijo.

Mario

Anônimo disse...

E eu também concordo com você no q diz respeito sobre os lixos que a mídia de massa tem jogado no mercado, falta de incentivo à cultura, etc.

Mas, não querendo justificar, até compreendo o outro lado. Se eu fosse empresária, por ex, jamais pensaria em produzir algo "culturalmente legítimo", se isso fosse sinônimo de prejú.
E se tiver q apelar p/a indecência, a manipulação ou a vulnerabilidade, q fosse.

Você não pensaria o mesmo se fosse empresário? Nada mais natural do que querer obter um retorno do capital inicialmente investido. rs

PS: Faço a minha parte sempre q possível.
Beijos.
Mila.

Anônimo disse...

"Você não pensaria o mesmo se fosse empresário?" - putz, Mila, lamento dizer, mas fez a pergunta pro cara errado: quem trabalha comigo sabe que eu não faço nenhuma peça publicitária ou artística que tenha conteúdo imoral ou de interesse duvidoso. Não faço campanha política, e não anuncio nenhum produto que possa causar algum mal, como tabaco, jogos de azar e armas de fogo. Nem rodeio eu faço, muito menos figroríficos e indústrias de carnes e embutidos, já que sou vegano. Recusei fazer a campanha publicitária de uma rádio que toca música de péssimo gosto. Em compensação, já fiz de graça trabalhos para entidades assistenciais e grupos e projetos de caráter atrístico e cultural. Melhor que fazer a sua parte sempre que possível é saber que nunca será possível comprarem a sua parte.

Mario

Anônimo disse...

É aquela coisa, você teve suas razões p/recusar determinados trabalhos. Outras pessoas já os aceitariam, por "N" motivos. Eu, Camila, profissionalmente, jamais faria algo q possa me agredir do ponto de vista moral e psicológico.

É tênue demais a linha entre a ética e a falta dela. E embora as pessoas não a valorizem, procuro não julgá-las (embora seja difícil). Afinal de contas, cada um sabe de si e dos seus limites.

Um beijo.
Mila.

Anônimo disse...

Essa coisa da "linha tênue" e do "isso é relativo" só confundem, além de muitas vezes serem usadas na tentativa de desmoralizar atitudes corretas: "ah, o Gabeira fala contra o desmatamento, mas isso é relativo: ele faz discurso mas não tá lá na pele do cara que desmata e vive no meio da selva com seis filhos pra criar". Não rola. Você tem de saber de que lado está. Eu sei o meu. E não vou mudar.
Beijo.

Mario

Anônimo disse...

se eu pego minha filha dançando piri piri pirigueti eu morro de desgosto... bhleeeeeee

beijos angelica

Anônimo disse...

Vocês já escutaram o funk chamado : Tudo Enfiado ???!!
E o vídeo em que uma professora primária dança esta música sendo coreografada pelo cantor que ergue o seu vestido ???!!!
Já escutaram a música que fizeram para a loira do vestido curto da UNIBAN ?!
É o fim dos tempos !
É falta de palmada educativa !
Ainda bem que nunca terei filhos !!!
Afff...
Com carinho ,
Luciana do Rocio .

Anônimo disse...

Boa - tarde !
Os Mamonas Assassinas até que tinham alguma criatividade .
Os problemas são estes funkeiros e axezeiros com letras que só falam naquilo e coreografias apelativas .
Com carinho ,
Luciana do Rocio .

Anônimo disse...

Conheço uma paródia para o Biquini Amarelinho :
Paródia da Música Biquini Amarelinho

Era um vestido cor de rosa pink ...
Mal cabia na Geisy Arruda ...
O fio dental aparecia feito um link ...
Mas não deixou a galera muda !

A cada passo que ela dava sem maestria ...
Cada vez mais o vestido da Geisy subia !

A galera achou um pecado capital ...
Ver debaixo da saia um fio dental ...
E acabou vaiando a Geisy na moral !

Hoje ela não é uma simples vedete ...
Ela é a mulher mais vista na Internet ...
E por toda a mídia brasileira ...
Será que ela vítima ou traiçoeira ?

Mas o que mais me dói ...
É que ela vai posar para a Playboy ...

Era um vestido cor de rosa pink ...
Mal cabia na Geisy Arruda ...
O fio dental aparecia feito um link ...
Mas não deixou a galera muda .

Anônimo disse...

Vc sintetizou muito bem a derrocada da música brasileira -embora (graças a Deus) existam artistas excelentes, é esse lixo que é endeusado pela mídia. Tristes tempos em q nem a música respeita a inocência infantil.
Bjus,
Rubia.

Anônimo disse...

Ange, também vou cuidar para nunca ver minha sobrinha dançando algo do gênero. E considero até que, muitas vezes, mais indecente do que a letra é a música mesmo.

Anônimo, não conhecia a paródia, bem oportuna.

Luciana, não ter filhos é um método "curioso" de evitar que eles se depravem. rs

Rubia, nos tempos de vestibular, eu tinha um amigo que não tinha TV e sim apenas aparelho de som porque afirmava que a música não tem como ser ofensiva. Ele certamente não previa o que estava por vir.

Beijo.
Mario